Vertigem (Romance Gay)

Capítulo 1

  O corredor da minha escola não parece tão largo com o tanto de gente que passa. É difícil caminhar nesse tropel. Não estão tão apressados como deveriam estar para as aulas, na verdade, parecem estar super cansados de todo esse lugar.

  Compreensível, eu também estou.

  Nem mesmo a decoração que o ensino fundamental fez deu uma cara legal para esse local.

  Eu paro perto de um dos assentos do pátio para arrumar a minha mochila que está uma bagunça de papéis e cadernos, preciso procurar os meus fones de ouvido. Às vezes costumo deixá-lo em casa sem querer e tenho que encarar essa escola de maneira árdua e cansativa.

  Sinto uma mão tocar o meu ombro. Me viro de maneira brusca e olho para o rosto que me encara com mais simpatia do que qualquer outro aluno dessa escola me encarou outra vez.

  — Vamos ter inscrições para a natação semana que vem. Quer participar? — é apenas o Noah que me pergunta de maneira simpática.

  Eu o olho levemente em seus olhos castanhos, mas desvio. Nego com a cabeça mandando um leve sorriso para parecer um pouco mais educado. Natação não é o tipo de esporte que me interessa muito e nem mesmo seu jeito simpático iria me convencer de ir.

  — Não — eu digo, virando para minha mochila novamente onde eu acho os meus fones no fundo da bolsa. — Obrigado, mas eu não estou interessado, eu não sou bom em natação.

  Noah faz parte do time de natação da escola. Além de ser um prodígio nesse esporte e tudo o que de propõe a ser, ele é líder do grêmio estudantil.

  — Tem certeza? Você parece que se daria bem nesse esporte — ele fala insistente.

  Seu tom é charmoso, tem uma boa voz, não é a toa que sempre foi bom em fazer oratórias e belos discursos. Tudo isso combinado a sua boa dicção e postura fazem uma bela combinação, além de sua bela aparência e estilo que encanta qualquer pessoa dessa escola.

  Ele tem uma postura atraente.

  — Tenho — apenas sorrio e ele confirma com a cabeça, parecendo que não irá insistir mais.

  — Tudo bem. Se mudar de ideia, pode me procurar — ela não insiste mais.

  Eu não digo nada, apenas confirmo com a cabeça outra vez, e ele vai embora se misturando a multidão de alunos.

  Ele se dirigiu a palavra a mim poucas vezes. Nunca interagimos muito e nós nunca tivemos motivos ou situações para trocarmos muita palavras. Ele nunca me fez mal algum, diferente dos amigos de seus amigos, que nunca  pensaram em me deixar confortável.

  Talvez se não fosse por isso, nós dois poderíamos trocar uma conversa maior do que uma inscrição para a natação.
                                                                                            (...)

  O corredor não está tão vazio. Todos estão correndo as pressas para o pátio já que a hora do intervalo é a hora favorita de cada aluno que está aqui. Todos correm por esse azulejo enquanto eu ando a passos de formiga.

  Estou distraído. Distraído demais para notar que Sebastian me empurra contra a parede fazendo eu quase escorregar de maneira desengonçada.

  O olho enevoado e retraído, como se eu fosse nada mais que uma caça indefesa. Como uma caça sendo cercada por caçadores.

  — Caralho, você é péssimo — Veronica ainda risonha fala para mim.

  — Deveria sair um pouco de Nárnia, esquisitão — Sebastian ri um pouco mais alto, incentivando os outros a me caçoar mais.