Capítulo 3

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  A minha tarde foi dedicada a explorar essa certa habilidade curiosa. Lápis, celular, folha de papel e até a minha cama foram objetos de experimentos que foram usados a tarde inteira para que eu pudesse testar, o que percebi que, quanto maior objeto, mais esforço eu tenho que fazer, o que deve requer mais treinamento com ela.

  Minha cabeça dói um pouco, mas creio que isso possa passar. Me peguei pensando em Noah enquanto girava um caderno meu. Sua gentileza me cativou de certa forma mesmo ele sendo um tanto que insistente.

  Não está tão frio. O agasalho foi deixado de lado hoje pela maioria dos estudantes. A brisa é fresca que bate na minha nuca, mas confesso que sinto saudades de um calor do sol.

  — Ben — Noah aparece atrás de mim, fazendo com que eu tome um susto.

  Ele deveria parar de me dar esses sustos. Ele deve ter algum tesão nisso.

  — Você me assustou.

  — Deveria sair um pouco mais de sua mente e tomar cuidado com o mundo real.

  — Se você soubesse como é melhor na minha mente do que aqui — falo mais para mim do que para ele.

  — Qualquer lugar é melhor do que aqui — ele acaba por ouvir e brinca. Eu rio. — Aliás, se fosse escolher uma realidade fictícia para viver, qual escolheria?

  — Qualquer lugar que não tivesse essa escola tá ótima.

  Principalmente Sebastian e companhia.
  
  Ele ri.

  — Acho que eu escolheria a do Star Wars — ele fala, apoiando seu ombro na parede ao meu lado.

  — Você gosta? — pergunto curioso, já que ele não parece gostar desse tipo de coisa.

  — Claro. Desde pequeno curto essas paradas de ficção científica, você gosta?

  — Eu amo, gosto do Jurassic Park.

  — Mentira! Você também se amarra nessa obra do Steven Spielberg? Cara, Jurassic Park é uma obra prima.

  Nunca pensei que Noah tinha esse gosto para filmes. Desde pequeno, eu sou imerso nesses tipos de filmes que me tiram da realidade.

  — Sem contar em Guerra dos Mundos, outro filme incrível que ele fez — eu completo.

  — Não sabia que você tinha bom gosto, Benjamin — ele me lança uma piscadela, então eu acabo por sorrir sem graça.

  Ele parece ter ouvido uma conversa familiar atrás dele e que também eram familiares para mim. Era Alexia o chamando de longe; ela até acena para mim e eu aceno para ela.

  — Eu já vou nessa.

  — Tá bom, tchau — falo indiferente.

  Ele vai embora. Eu volto com os meus fones no ouvido, na verdade, a música é só para eu não ouvir o coaxar dos alunos já que a minha mente não está nela.

  Confesso que estou gostando de sua companhia.

  Já é hora de entrar para a sala de aula. Essa primeira aula seria educação física. Ele já está na porta porém com uma companhia, ele parece conversar sério com Sebastian. Dá para notar no rosto fechado e duro de Sebastian e seu olhar que parecia uma bronca. A mesma coisa com o professor que sua expressão autoritária e firme eram maiores.

  Eu decidi passar direto para o meu lugar. Eles não demoraram muito também. Logo estavam na sala de aula. Sebastian parece segurar a expressão de raiva e chateação que carrega. Enquanto estamos dentro de sala de aula, ele me olha como se pudesse me socar com o olhar. Ele me fuzila com aqueles olhos verdes dele.

Vertigem (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora