Em uma sequência de sessões usando as minhas habilidades, venho notando que elas parecem se tornar algo mais automático. Como se fosse as habilidades de andar e falar, essa minha habilidade se tornou rotineira. Sempre que eu preciso ou estou com preguiça de pegar o meu talher do outro lado da mesa, eu utilizo-a.
Para ser sincero, pensei que nunca iria me acostumar e achar normal, mas eu já me acostumei mesmo sendo algo totalmente fora da realidade.
Mas não tem como, até onde eu saiba, tirar essa habilidade de mim, e na verdade eu não quero. Acho que acabei gostando da ideia mesmo que eu não possa usar bastante na frente das pessoas. Também, não é como se eu estivesse sempre na frente das pessoas.
Noah me olha com seu queixo apoiado em sua mão, seu rosto esboça um sorriso tão largo e bobo que parece que está me admirando além da conta. Eu tento me concentrar na minha tarefa de física mas ele não deixa.
Maldito seja esse rosto.
— Será se você pode fazer esse dever antes que a professora enfie ele na nossa guela por não termos feito? — eu falo em um sussurro como se eu fosse um bandido com medo de ser descoberto.
— Não é o que eu gostaria de ter na minha boca — ele brinca e eu acabo por rir sem graça com isso, entendendo o que ele disse. — Mas é que eu queria contemplar o meu namorado.
Meu namorado.
Ele disse meu namorado.
— Seu namorado não é bom em física então ele precisa se concentrar, mas não consegue porque tem um rosto um tanto que muito lindo olhando para ele — eu falo baixo e mantenho meu olhos na minha tarefa.
— Ah é? Tem é? — ele fala baixo, imitando uma voz meramente sedutora.
Eu desvio meu olhar para a minha tarefa, mas sua mão vai até o meu queixo que faz eu olha-lo.
— Qual é, é intervalo. Será se você poderia me dar atenção? Quem faz dever no intervalo? — ele pergunta, farsando uma indignação.
— Pessoas que estão quase reprovando em uma matéria e a próxima aula.
— Não sabia que você era tão dedicado aos estudos assim.
— E não sou, é o desespero e eu não tenho escolha.
Eu o faço rir, mas ainda estou tentando decifrar a penúltima pergunta daquele exercício.
— Quero te falar uma coisa.
De repente eu paro o exercício porque a sua fala atiçou a minha curiosidade e a minha ansiedade. Ele me olha como quem não quer nada, mexendo em suas unhas, talvez só para fingir que não está a fim de contar.
— Fale — ordeno.
— Deixa pra depois — ele dá de ombros, fingindo não se importar mais com o assunto.
— Fale.
— Ora, não estava ocupado?
— Isso pode esperar.
— Agora pode esperar, né?
— Noah... Por favor... — eu falo, parecendo implorar com a voz.
— É que vai ter um show no centro, parece que a cidade está organizando um evento e vai ser muito legal, um festival. Gostaria que você fosse comigo e quem sabe não podemos dormir juntos.
— Então me deixou curioso por isso? — falo, fingindo uma indignação.
— Era única maneira de fazer você sair desse exercício — ele fala, cruzando seus braços. — Mas me diga, você iria?
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Vertigem (Romance Gay)
Любовные романыTudo é uma bagunça na vida de Benjamin. Segue uma vida sozinho, é vítima de bullying frequentemente além de ter que carregar consigo uma habilidade na qual humanos normalmente não tem; telecinese. Noah é o presidente do grêmio, além de ser um dos...