Capítulo 18

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  Não sabia que apenas recitar um texto memorizado desse tanto calor como agora. Estamos todos suados, minha boca está seca de tanto repetir a mesma cena. Dominic está tão suado que sua pele brilha com a luz amarela que reflete no palco.

  — Você vai no evento que vai ter? — Dominic me pergunta enquanto se abana com o seu texto.

  — Vou, eu vou com o Noah. Você vai?

  — Você e o Noah não se desgrudam mais, não é? Tá até te arrastando para lugares que nem imaginávamos que você iria. Tô até impressionado que o seu tio pirado deixou você ir — ele diz, ignorando totalmente a minha pergunta.

  Decido não responder sobre. Não me incomoda esse tipo de comentário de Dominic, na verdade, eu até já me acostumei.

  — Seria uma boa todos nós irmos juntos, o que acha? — ele sugere.

  — Vou perguntar ao Noah.

  Ele revira os olhos.

  — Agora você segue as ordens do Noah e não do seu tio pirado? Se você decidir que vamos juntos, é claro que ele vai concordar.

  Eu tô tão cansado que nem consigo refutar Dominic.

  — Tudo bem, tudo bem — eu cedo. — Iremos.

  Ele finge pensar.

  — Feito.

  Sem que eu esperasse, Dominic deitada sua cabeça em meu ombro, fechando os olhos. Eu não falo absolutamente nada, nem demonstro algum tipo de aversão a isso, ele realmente está cansado. Seu rosto está um pouco molhado de suor e quente, mas não me incomoda pois está por cima de minha manga. Eu arquio um pouco as sobrancelhas surpreso, porque ele não é do tipo que faz esse tipo de contato, quer dizer, era o que eu pensava.

  — Você parece muito cansado para quem só falou algumas falas - eu brinco e ele bufa.

  — Eu estou exausto. Não consegui dormir direito, meu irmão me pediu ajuda com algumas coisas.

  — Você tem irmão? — pergunto curioso.

  — Tenho, ele é mais velho do que eu — sua voz parece cansada e não parece estar a fim de querer falar mais sobre seu irmão, então não pergunto.

  Ele não parece falar muito sobre sua família. Talvez ele torne isso muito pessoal ou realmente ela não é tão inovadora e diferente que ele pense que ele deveria falar para alguém.

  E eu super entendo, eu também não falo muito da minha.

  — Você nunca falou sobre a sua família para mim — eu falo.

  — Ela não é muito interessante, para quê que eu iria falar? — ele pergunta, seu tom é baixo e não parece querer se mover muito.

  — Porque eu gostaria de saber.

  Ele ri anasalado, seus olhos estão fechados ainda e parece que a qualquer momento ele vai dormir no meu ombro.

  — Agora você quem virou o curioso, é? — ele brinca, seu tom irônico me faz rir e eu não falo mais nada.

  Não quero ser inconveniente.

  — Só mora eu, ele, meu pai e minha mãe, só isso, somos uma família comum — ele fala.

  Acho que pressionado por não me deixar sem graça por ter tocado no assunto.

  — Não dizendo que a sua é incomum — ele brinca e sua cabeça sai do meu ombro. — Mas eu quero dizer que a minha família não é nada tão diferente do que você pode encontrar em um comercial de amaciante de roupas.

Vertigem (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora