Capitulo 13

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  Naquele salão ecoa conversas e gargalhadas de aluno. Quando me olham, param gradativamente de rir até que fica um completo silêncio. Me olham por um breve momento. Alguns começam a ler os seus roteiros, outros voltam a conversar de maneira baixa enquanto vou me aproximando do resto do grupo um tanto que receioso.

  Rebecca está entre eles, ela me manda um sorriso amigável e sincero diferente dos outros. Eu me sento ao lado dela, não que eu me sinta confortável com ela, mas ao menos ao não me intimida como os outros.

  — Que tal nós repassarmos a cena dois? — uma das pessoas ali, Dominic, fala me olhando através de seu roteiro.

  — Seria uma boa ideia, algumas pessoas ainda estão tendo dificuldade com essa cena — Rebecca fala em um tom baixo.

  Isso me inclue. Não é algo com as minhas falas, mas o posicionamento do meu personagem ainda é algo que me dá uma certa dificuldade. Movimentação, posicionamento, expressão, tudo isso que compõe o personagem ainda é algo que tenho que construir.

  — Ótimo, então depois dessa, a cena doze e treze também serão passadas — ele completa.

  Começamos o ensaio sem muita enrolação, prefiro não falar muito. Hoje eu quase não falei direito com o Noah. Talvez ele esteja ocupado com essas coisas do Grêmio estudantil ou até mesmo com a natação.

  De toda forma, penso que no intervalo poderemos nos falar melhor.

  A cena é passada corretamente, me dou um pouco melhor que nos outros últimos ensaios.

  O tempo até que passou rápido. O sinal para o intervalo foi tocado. Eu estava um pouco cansado, na verdade todos nós estamos por passar cenas que requer muita movimentação.

  — Benjamin — Dominic se aproxima enquanto eu ajeito a minha mochila. — Nós combinamos do pessoal do teatro passarmos o intervalo juntos, alguns vão vir, assim conversamos melhor, tá a fim?

  Olho Dominic de cima a baixo discretamente. Sempre achei ele uma pessoa difícil de lidar, ele nunca foi uma pessoa que pegou no meu pé, mas nas poucas vezes que nós trombamos quando eu tropocei nele na saída uma vez, ele demonstrou ser uma pessoa de personalidade dura. Ele parece ser como uma limonada; azeda, porém tem a sua doçura.

  Mesmo que ele seja um cara duro de lidar, percebo de longe que tenta ser legal com as pessoas, seus amigos gostam bastante de sua companhia.

  — Tudo bem, eu topo — sorrio fraco para tentar demonstrar simpatia.

  Ele me manda um de canto leve e logo sai com seus braços cruzados.

  — Então vai conosco? — Rebecca pergunta parecendo entusiasmada.

  — Não vejo por que não — eu respondo, sorrindo para ela então logo ela retribue.

  Sigo com eles para o pátio. Estou indo logo atrás do tropel que eles se formaram enquanto falavam sobre a peça e assuntos afins.

  Encontro Noah entre o corredor junto com a Alexia. Ele ia pela direção contrária. Nós dois paramos com um sorriso no rosto. Alexia parece olhar para ele e entender a linguagem fácil então vai na frente.

  — Eu ia te chamar para passar o intervalo, mas acabou que eu e a Alexia precisamos resolver algumas coisas, porém ainda quero te ver depois das aulas — ele tenta não me olhar como me olha quando estamos as sós, mas há vislumbres ali.

  Aquilo aquece tanto meu coração que parece se espalhar pelo resto do meu corpo.

  — Ah, tudo bem, o pessoal do teatro me chamou para ficar com eles nesse intervalo — digo baixo, e meus olhos estão nos seus.

Vertigem (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora