Nessa amarga aula de biologia, Noah decidiu se sentar atrás de mim, trocando de lugar com o rapaz vivia batendo o lápis contra a mesa em um intervalo de um segundo e meio a cada batida em toda aula de biologia.Era irritante às vezes.
Mas eu preferiria ouvir a sua inquietação dessa vez ao invés de ter que lidar com o nervosismo que a sua presença me causa depois daquele beijo.
Ele não olha, ao menos, não frequentemente, mas ele dá umas leves bisbilhotadas em minha silhueta de tempos em tempos.
A professora nos deu uma pequena atividade, a sala está em silêncio, ao menos era o que esperávamos, até ouvirmos alguém bater na porta. Apenas três batidas seguidas naquela porta de madeira para tirar toda a atenção da sala.
A professora se levanta, impaciente, seu rosto mostra isso e o suspiro pesado como se estivesse puxando todo ar da sala demonstra isso. Ela abre a porta e Alexia está ali.
— Pois não, Alexia? — ela fala com uma falsa impaciência.
— Desculpe te incomodar, senhora Capell, mas a diretora está te chamando.
Ela fica calado por alguns segundos, sinto que ela quer mandar uma resposta grossa a garota loira, mas ela se segura.
— É tão urgente que eu preciso sair da sala de aula? — ela põe as mãos na cintura, arqueando as sobrancelhas.
— Bom — Alexia é calma como de costume. — Ela precisa conversar com a senhora agora.
A professora suspira mais uma vez e se vira para a turma com o seu rosto insatisfeito, ela nem se quer segura para não demonstrar mais.
— Faça silêncio enquanto eu não estiver aqui, está bem? — ela olha para o Noah. — cuide da sala para mim, por gentileza.
Seus saltos saem pelo corredor, fazendo aquele barulho de pressa que costumamos ouvir pela escola, logo ouvimos ele se distanciar e a sala começa a conversar em uníssono assim que não ouvimos mais nada de seus passos.
Ainda me concentro em meu exercícios, mas Noah ergue seu corpo sobre a mesa para alcançar o meu ouvido e logo ouço suas palavras minuciosa.
— Você vai continuar me evitando? — ele sussurra calmo, compadecido.
Eu viro meu rosto levemente para encarar o seu.
— Eu não sei o que você espera que eu diga, Noah — matenho o sussurro e a conversa segue assim.
— Eu não espero que diga algo, mas que entenda o que eu quero.
— E por que você não fala o que você quer? Me perdoe, Noah, mas eu não tenho habilidades telepatas
Telecinéticos sim, mas a telepatas creio que está longe da minha capacidade.
Ele fica calado por um instante.
— Eu só quero demonstrar que te quero perto e que quero consertar as coisas — ele fala tão sincero que até o seu tom desesperado some. — Eu não sei mais o que falar, mas eu queria que estivesse bem entre nós, só quero mostrar que me importo o máximo possível...
Suas palavras me deixam sem contestação, derrubam minhas convicções.
— Só quero ser perdoado por você — ele sussurra bem próximo do meu ouvido.
Eu o encaro analisando suas palavras com tanto detalhe e elas me afetam mais do que eu possa imaginar.
— Então está sendo sincero? — eu pergunto com a guarda mais abaixada.
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Vertigem (Romance Gay)
RomanceTudo é uma bagunça na vida de Benjamin. Segue uma vida sozinho, é vítima de bullying frequentemente além de ter que carregar consigo uma habilidade na qual humanos normalmente não tem; telecinese. Noah é o presidente do grêmio, além de ser um dos...