Capítulo 10

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  Nessa amarga aula de biologia, Noah decidiu se sentar atrás de mim, trocando de lugar com o rapaz vivia batendo o lápis contra a mesa em um intervalo de um segundo e meio a cada batida em toda aula de biologia.

  Era irritante às vezes.

  Mas eu preferiria ouvir a sua inquietação dessa vez ao invés de ter que lidar com o nervosismo que a sua presença me causa depois daquele beijo.

  Ele não olha, ao menos, não frequentemente, mas ele dá umas leves bisbilhotadas em minha silhueta de tempos em tempos.

  A professora nos deu uma pequena atividade, a sala está em silêncio, ao menos era o que esperávamos, até ouvirmos alguém bater na porta. Apenas três batidas seguidas naquela porta de madeira para tirar toda a atenção da sala.

  A professora se levanta, impaciente, seu rosto mostra isso e o suspiro pesado como se estivesse puxando todo ar da sala demonstra isso. Ela abre a porta e Alexia está ali.

  — Pois não, Alexia? — ela fala com uma falsa impaciência.

  — Desculpe te incomodar, senhora Capell, mas a diretora está te chamando.

  Ela fica calado por alguns segundos, sinto que ela quer mandar uma resposta grossa a garota loira, mas ela se segura.

  — É tão urgente que eu preciso sair da sala de aula? — ela põe as mãos na cintura, arqueando as sobrancelhas.

  — Bom — Alexia é calma como de costume. — Ela precisa conversar com a senhora agora.

  A professora suspira mais uma vez e se vira para a turma com o seu rosto insatisfeito, ela nem se quer segura para não demonstrar mais.

  — Faça silêncio enquanto eu não estiver aqui, está bem? — ela olha para o Noah. — cuide da sala para mim, por gentileza.

  Seus saltos saem pelo corredor, fazendo aquele barulho de pressa que costumamos ouvir pela escola, logo ouvimos ele se distanciar e a sala começa a conversar em uníssono assim que não ouvimos mais nada de seus passos.

  Ainda me concentro em meu exercícios, mas Noah ergue seu corpo sobre a mesa para alcançar o meu ouvido e logo ouço suas palavras minuciosa.

  — Você vai continuar me evitando? — ele sussurra calmo, compadecido.

  Eu viro meu rosto levemente para encarar o seu.

  — Eu não sei o que você espera que eu diga, Noah — matenho o sussurro e a conversa segue assim.

  — Eu não espero que diga algo, mas que entenda o que eu quero.

  — E por que você não fala o que você quer? Me perdoe, Noah, mas eu não tenho habilidades telepatas

  Telecinéticos sim, mas a telepatas creio que está longe da minha capacidade.

  Ele fica calado por um instante.

  — Eu só quero demonstrar que te quero perto e que quero consertar as coisas — ele fala tão sincero que até o seu tom desesperado some. — Eu não sei mais o que falar, mas eu queria que estivesse bem entre nós, só quero mostrar que me importo o máximo possível...

  Suas palavras me deixam sem contestação, derrubam minhas convicções.

  — Só quero ser perdoado por você  — ele sussurra bem próximo do meu ouvido.

  Eu o encaro analisando suas palavras com tanto detalhe e elas me afetam mais do que eu possa imaginar.

  — Então está sendo sincero? — eu pergunto com a guarda mais abaixada.

Vertigem (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora