📜 12 - Uchihas

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Era um clã muito poderoso, com muitos integrantes, que residia numa pequena aldeia nas montanhas que ficavam do lado oposto de onde Hiruzen morava com os meninos. Embora todos os Uchihas fossem mais poderosos que as pessoas comuns, apenas uma seleta minoria era favorecida, durante gerações, com habilidades mágicas. A regra dizia que apenas os três herdeiros diretos poderiam auxiliar o líder a tomar as decisões por todo o clã e, futuramente, um deles tornaria-se seu sucessor

O atual ancião e líder atual do clã era Madara Uchiha. Havia ficado viúvo quando seu filho caçula nasceu e desde então se dedicara unicamente ao clã e à magia.

Diziam que ele tinha mais de 120 anos. E não havia nenhuma pessoa viva que discordasse, pois mesmo os mais velhos ali não lembravam de quando o ancião fora sequer jovem, muito menos criança. Ainda assim, seu corpo, sua energia e disposição eram como se ele não tivesse mais de 40 anos. Não se sabe que tipo de feitiços e pactos havia feito ao longo da vida - diziam até que ele havia feito um trato com o demônio judaico-cristão, chamado Lúcifer, porém ninguém confirmara tal informação, ou era louco o suficiente para perguntar para o líder - Quem o visse correr e lutar nas festas do clã não diria que ele já vivera tantos anos. E ainda tinha uma rotina diária de treino que muitos jovens não conseguiriam acompanhar.

Madara era um homem de poucas e geralmente rudes palavras. Nunca ninguém o vira sorrindo. Sempre o semblante sério e os olhos ágeis, que não perdiam um movimento sequer.
Seu tempo era precioso demais para ser gasto conversando banalidades. Falava só o que era indispensável e com quem fosse necessário. Mas, se alguém quisesse mesmo conversar com ele, poderia solicitar uma audiência, que seria durante o seu treino. A pessoa o enfrentava no tatame, encolhendo as armas que quisesse e conversariam enquanto lutassem. Mas excetuando seus filhos e netos era extremamente raro acontecer.

Alguns diziam que o Uchiha mais velho mudara muito após a morte de seu único irmão, Izuna, que era 10 anos mais novo. Até onde se sabia, ele conversava quase exclusivamente com seus filhos: Obito, Fugaku e Shisui. Os três já haviam passado dos 50, mas, igual a Madara, eles aparentavam ter menos. Entre 30 e 35 anos, se tanto.

Obito, o primogênito, era o que se pode chamar de filho "puxa saco". Não possuía muita inteligência, tão pouco hábil e nem tinha qualquer coisa em que se destacasse. Era medíocre. Ainda assim, talvez por ser o mais velho, tinha a ambição de ser o sucessor de Madara, por isso vivia tentando agradar seu pai.

Sua vida pessoal era defasada. Tinha um marido que, além de bonito, era bom e o amava muito. Os primeiros anos do casamento foram cheios de alegria e carinho. Mas, depois, Obito desenvolvera a obsessão de suceder o pai e eles conversavam cada vez menos. O marido até tentara apoiar Obito e ajudá- lo. Mas, com o tempo, ficou cansado de ser ignorado. Kakashi decidiu buscar um propósito para sua própria vida. E o encontrou ensinando às novas gerações as histórias do clã e técnicas de luta, algo em que ele era realmente bom, pois a magia estava fora do alcance de qualquer um que não nascesse com o sangue Uchiha. Junto com seu primo Iruka, eles eram os principais professores das tradições e segredos do clã.

Os cônjuges que eram apenas maridos ou esposas de Uchihas, mas não possuíssem sangue do clã, aprendiam tudo o que dissesse respeito ao clã, menos magia. Mesmo assim, na vespera do casamento, passavam por um ritual de selamento, o que era uma condição para se casar. Consistia em uma tatuagem mágica, feita na parte inferior da língua, que os impediria de revelar segredos a qualquer um que não fosse Uchiha.

Fugaku era o "filho do meio". Sempre se mostrara um bom homem. Muito sisudo, porém justo. Não tinha nenhuma habilidade de liderança, nem queria. Não ambicionava o poder e nem a responsabilidade que Madara possuía. Muito menos viver tanto quanto ele. Se Kamii permitisse, ficaria satisfeito em viver o suficiente para pegar pelo menos um neto no colo e poder vê-lo dar os primeiros e incertos passinhos. Amava seus dois filhos mas não sabia como expressar isso. Geralmente acabava sendo mais rígido e duro do que o realmente necessário com eles, desejando que fossem bons homens no futuro. Quem lhes dava carinho era a mãe, Mikoto, que conhecia bem o marido e tentava compensar essa falha do progenitor.

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