Bónus -- Tracy

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Tracy

Passo as minhas mãos pela minha saia pela terceira vez consecutiva desde que nos sentámos nas cadeiras.

Claro que eu tinha que estar nervosa! Sinto as palmas das minhas mãos escorregarem mais do que lubrificante e o problema é que, desta vez, eu não gosto. 

Inspiro fundo e encaro mais uma vez o gostoso à minha frente enquanto ele faz os nossos pedidos ao empregado. 

Porra!, ele está realmente um tesão dentro daquele smoking preto que me fez suspirar no momento em que ele me apanhou na porta de casa. 

O filho da mãe está tão sexy que a minha boca saliva neste instante. Caralho, estou descontrolada. 

As sensações aparecem todas ao mesmo tempo e eu não estou pronta para isto. 

Já nem sei há quanto tempo é que não saio para jantar com alguém porque normalmente os meus «encontros» — entre aspas mesmo porque não são encontros e nunca serão. — baseiam-se, normalmente, em chegar, tirar a roupa e praticar uma das oitavas maravilhas do Mundo para depois eu sair sem pudor algum. 

Eu sei que isso pode parecer um pouco desumano da minha parte, mas foi a maneira que eu arranjei para não levar mais pontapés no rabo se demonstrasse sentimentos — que foi o que aconteceu na primeira vez em que o fiz.
E confesso, foi uma autêntica merda. Das bem grandes.

— E a melhor garrafa de vinho branco que tiverem. 

John pede com a voz segura e firme, o que só me causa um tesão descomunal. E o problema não é eu estar com as sensações todas à flor da pele e o tesão a querer aparecer, mas sim o facto de que eu mesma me estou a fazer passar por isto. 

O tesão eu até não me importo, de todo, mas o resto poderia ser evitado se eu não tivesse aceitado o seu convite. 

Ele olha para mim com um pequeno sorriso e sinto que a minha barriga tem uma ligeira reviravolta. 

Talvez a minha mente tenha razão quando me disse que isto seria uma má ideia, uma péssima ideia.

Só que eu sabia no que me vinha meter e o problema é que eu até posso gostar mesmo do sentido de humor dele. Mas só disso. 

— Até tenho direito à melhor garrafa de vinho... — aperto as minhas coxas ligeiramente por baixo da saia e respiro fundo depois de falar com confiança.

— Tens direito à melhor garrafa de vinho e muito mais. 

A forma como ele me pisca o olho é capaz de fazer toda a minha confiança vacilar porque quase desfaleço ao ver a expressão sorridente e maliciosa ao mesmo tempo.

— E que mais seria esse? — eu faço-me de desentendida mas apenas recebo uma piscadela do olho esquerdo dele como resposta.

— Estás deslumbrante, Tracee. 

Sou elogiada quando pego na minha taça com água e emborco metade do conteúdo para acalmar os meus nervos. 

Porra, logo agora é que ele me elogia. Logo no momento em que estou a tremer as mãos mais do que uma pessoa com parkinson

— Ainda não acredito nisto. — sussurro, penso eu.

—  Não acreditas no que? — ele levanta uma sobrancelha, confuso.

— Que estou aqui a jantar contigo. — confesso. — Normalmente, não faço destas coisas. — confesso.

— Ohh, fico muito lisonjeado por ser o primeiro a levar-te a sair para jantar. — ele brinca. — Até fico mais descontraído. 

Jogada do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora