Aterrissamos em Wapato Park depois do cair da noite.Assim que o dr. Deinert desceu de seu Sopwith Camel, Sina correu para ele e lhe deu um grande abraço.
— Papai! Você voou... você atirou... ah, meus deuses! Isso foi a coisa mais incrível que eu já vi!
O pai dela corou.
— Bem, não foi tão mau para um mortal de meia-idade, eu acho.
— Mas e as balas de bronze celestial? Onde você as conseguiu?
— Ah, bem. Você deixou algumas armas de meios-sangues em seu quarto em Illinois, da última vez que... partiu.
Sina baixou os olhos, envergonhada. Percebi que o dr. Deinert tomou todo o cuidado para não dizer fugiu.
— Resolvi derreter algumas para fazer o invólucro de projéteis — continuou ele. — Foi só um pequeno experimento.
Ele falou como se aquilo fosse uma coisa à toa, mas tinha um brilho nos olhos. De repente, pude entender por que Atena, a deusa da sabedoria e da guerra, tivera uma queda por ele. No fundo, era um excelente cientista louco.
— Papai... — balbuciou Sina.
— Sina, Noah — interrompeu Yamileth. Havia urgência em sua voz. Ela e Ártemis estavam ajoelhadas ao lado de Any, envolvendo em ataduras os ferimentos da caçadora.
Sina e eu corremos para ajudar, mas não havia muito que pudéssemos fazer. Não tínhamos ambrosia nem néctar. Nenhum remédio comum iria ajudar. Estava escuro, mas dava para ver que Any não estava nada bem. Ela tremia, e o brilho suave que em geral pairava em torno dela estava se apagando.
— Você não pode curá-la com magia? — perguntei a Ártemis. — Afinal... você é uma deusa.
Ártemis parecia aflita.
— A vida é uma coisa frágil, Noah. Se as Parcas quiserem cortar os fios, há pouco que eu possa fazer. Mas posso tentar.
Ela tentou pousar a mão na lateral do corpo de Any, mas esta segurou seu braço. A Caçadora olhou dentro dos olhos da deusa, e algum tipo de entendimento aconteceu entre elas.
— Eu... vos servi bem? — sussurrou Any.
— Serviu com grande honra — disse suavemente Ártemis. — A melhor de minhas assistentes.
O rosto de Any relaxou.
— Descanso. Finalmente.
— Posso tentar curar o veneno, minha brava Caçadora.
Mas, naquele momento, eu soube que não era só o veneno que a estava matando. Fora o golpe final de seu pai. Any soubera todo o tempo que a profecia do Oráculo lhe dizia respeito: ela morreria pela mão do pai. E, no entanto, ela se empenhara na busca. Escolhera me salvar, e a fúria de Atlas a havia partido por dentro.
Ela viu Yamileth e tomou-lhe a mão.
— Lamento que tenhamos discutido tanto — disse Any. — Poderíamos ter sido irmãs.
— Foi minha culpa — afirmou Yamileth, piscando com força. — Você estava certa sobre Josh, sobre os heróis, os homens... sobre tudo.
— Talvez nem todos os homens — murmurou Any e me dirigiu um sorriso fraco. — Vós ainda tendes a espada, Noah?
Eu não conseguia falar, mas peguei Contracorrente e pus a caneta em sua mão. Ela a segurou, feliz.
— Você falou a verdade, Noah Urrea. Você não tem nada de... de Héracles. Sinto-me honrada por você carregar essa espada.
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Noah Urrea e os Olímpicos: O Anátema do Colosso [3]
Fanfiction⚠️ ESTA É A TERCEIRA TEMPORADA DA SAGA DE NOAH URREA E OS OLÍMPICOS ⚠️ Um chamado do amigo Alex deixa Noah a postos para mais uma missão: dois novos meios-sangues foram encontrados, e sua ascendência ainda é desconhecida. Como sempre, Noah sabe que...