Capítulo 04. Yamileth Põe Fogo Na Nova Inglaterra

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Ártemis nos assegurou de que a aurora ia despontando, mas dava para duvidar disso. Estava mais frio e mais escuro, e nevava mais do que nunca. No alto da colina, as janelas de North Barbershop estavam completamente sem luz. Eu me perguntava se os professores já teriam percebido que os Jeongs e o dr. Sarça tinham desaparecido. Eu não queria estar por perto quando notassem. Com minha sorte, o único nome de que a sra. Teagan iria se lembrar era Noah Urrea, e então eu seria alvo de busca em todo o país... mais uma vez.

As Caçadoras levantaram acampamento tão rapidamente quanto haviam montado. Fiquei lá, tremendo na neve (diferentemente das Caçadoras, que não pareciam sentir nenhum desconforto), enquanto Ártemis fitava o leste, como se estivesse esperando alguma coisa. Heyoon sentou-se num canto, conversando com Xzavier. Dava para ver pelo rosto abatido dele que ela estava explicando sua decisão de filiar-se à Caça. Não pude deixar de pensar em quanto era egoísta da parte dela abandonar o irmão dessa forma.

Yamileth e Alex aproximaram-se e pararam à minha volta, ansiosos por saber o que se passara em minha audiência com a deusa.

Quando lhes contei, Alex empalideceu.

— Na última vez que as Caçadoras visitaram o acampamento, as coisas não foram nada bem.

— Como é que elas vieram parar aqui? — perguntei a mim mesmo. — Isto é, elas simplesmente apareceram do nada.

— E Heyoon juntou-se a elas — disse Yamileth, enojada. — Tudo culpa da Any. Aquela convencida. Nada...

— Quem pode culpá-la? — cortou Alex. — Eternidade com Ártemis? — Ele deixou escapar um suspiro profundo.

Yamileth revirou os olhos.

— Vocês, sátiros. São todos apaixonados por Ártemis. Não percebem que ela nunca vai corresponder ao amor de vocês?

— Mas ela é tão... voltada para a natureza — disse Alex, enlevado.

— Você é doido — falou Yamileth.

— Doido demais — replicou ele, sonhador. — É.

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Finalmente o céu começou a clarear.

— Já era hora — murmurou Ártemis. — Ele é tãããão preguiçoso no inverno.

— Você está, hum, esperando o sol nascer? — perguntei.

— O meu irmão. Sim.

Eu não queria ser rude. Isto é, eu conhecia as lendas sobre Apolo — ou Hélio — guiando uma grande carruagem de sol pelo céu. Mas eu também sabia que o sol era mesmo uma estrela a zilhões de quilômetros de distância. Eu já me acostumara à veracidade de alguns mitos gregos, mas ainda assim... não via como Apolo poderia guiar o sol.

— Não é exatamente como você pensa — disse Ártemis, como se estivesse lendo a minha mente.

— Ah, o.k. — Comecei a relaxar. — Bem, então ele não vai chegar aqui numa...

Houve uma súbita explosão de luz no horizonte. Um jato de calor.

— Não olhe — advertiu Ártemis. — Não antes de ele estacionar.

Estacionar?

Desviei meus olhos e vi que os outros estavam fazendo o mesmo. A luz e o calor aumentaram, até que tive a sensação de que meu casaco de inverno estava se derretendo sobre meu corpo. Então, de repente, a luz cessou.

Eu olhei. E não conseguia acreditar. Era o meu carro. Bem, o carro que eu queria, pelo menos. Um Maserati Spyder conversível vermelho. Era tão impressionante, que resplandecia. Então percebi que reluzia porque o metal estava quente. A neve havia derretido em torno do Maserati num círculo perfeito, o que explicava por que eu agora estava de pé na grama verde, e meus sapatos estavam molhados.

Noah Urrea e os Olímpicos: O Anátema do Colosso [3]Onde histórias criam vida. Descubra agora