Capítulo 17

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Bato a minha garrafinha de cerveja bem gelada na de Alex. Já bebemos duas e o show está longe de começar. A cada minuto que passa, esse lugar fica mais cheio. Estamos numa enorme pista aberta, com o sol das 8 da noite em nossas cabeças. Vim apenas de short e uma blusinha cropped por medo de derreter. Tem gente demais aqui com todo o seu calor humano que, parando para pensar, tem me feito suar mais do que o sol faz.

– Alguém quer? – Kalevi levanta um baseado e oferece para Alex.

Terry e Kalevi vieram juntos. Quando Alex contou que o Foo Fighters iria fazer um show por aqui, os garotos se animaram a vir também. A ideia era que o programa fosse só meu e de Alex, mas eu não me importo que os dois estejam aqui também. Quanto mais gente, mais divertido. Quero dizer, se não nos encostarmos será muito divertido.

– Passa para cá.

Alex pega o baseado e dá uma longa puxada, prendendo o ar no pulmão por alguns segundos antes de me oferecer também. Não sou muito chegada em maconha, mas hoje é sexta-feira, eu já estou um pouco alta das cervejas e uma bola não vai me fazer mal.

– Falta quanto tempo para o show começar? – pergunto e ponho o baseado na boca.

– Vinte minutos – Alex responde. Ele dá um baita gole em sua cerveja e acaba com a garrafinha. Ofereço a minha a ele e devolvo o baseado para Kalevi.

– Esse show vai ser épico! – Terry, já completamente chapado e de olhos vermelhos, diz devagar.

– Juntem-se aí para uma foto – Kalevi fala e ergue o celular, mirando em nós.

Tiramos três fotos até o meu celular começar a tocar. Sinto a sua vibração dentro da pochete que estou usando. Não sei se vou escutar alguma coisa que for dita do outro lado da linha, mas paciência. Eu avisei a todo mundo que estaria aqui hoje. Não tenho culpa se essa pessoa decidiu me ligar na pior hora possível.

Na tela está escrito Colin.

– Ai, cara... Não é possível – comento. Alex vem para o meu lado e olha para o celular também.

– Não vai atender?

– Não. Ele sabe que a essa hora eu estou aqui com você. – Devolvo o celular para a pochete e a fecho. – Eu falo com ele quando sairmos daqui.

– Quando sairmos daqui, você vai estar tão rouca, cansada, bêbada e chapada que não vai lembrar nem o seu endereço – Alex ri.

– Por isso mesmo você vai ser o responsável por nós quatro e vai garantir que todos cheguemos sãos e salvos em casa – provoco.

– Virar babá de marmanjo velho não está no escopo dos meus serviços – ele bebe da minha cerveja.

– Virar babá da sua amiga hardcore está?

– A gente faz uma troca: Eu cuido de você e você cuida de mim, assim a gente não bebe demais e não deixa o outro beber demais também.

– Fechado.

Ergo o dedo do meio com a tatuagem para ele, e ele concorda fechando o seu dedo com o meu. Temos feito muito disso ultimamente. A tatuagem trouxe esse cumprimento secreto entre nós que funciona para tudo, desde promessas a acordos ou só para puxar o outro por aí mesmo.

Meu celular volta a vibrar nem um minuto depois de parar. Checo pela segunda vez de quem se trata. Colin de novo. Okay, eu já entendi. Ele não vai desistir.

– Fala, Colin! – grito ao telefone e forço o aparelho contra a minha orelha para escutá-lo.

– Oi, Erika! Onde você está?

Ao Som da sua Musica - Livro unicoOnde histórias criam vida. Descubra agora