Capítulo 16

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Existe uma lenda muito antiga que diz "quando você está apaixonado por uma pessoa e essa pessoa está da mesma forma por você, o universo em que você existe se alinha." É como um encaixe perfeito. E eu sou muito sortudo por dizer que encontrei a minha pessoa. A pessoa por quem sou apaixonado desde os meus 18 anos. A pessoa que me faz ficar todo bobo só de ouvir sua risada.

Céus, como eu te amo Any Gabrielly.

Depois de uma noite pra lá de movimentada em todos os sentidos, me espreguiço na cama e noto estar sozinho. O barulho irritante do liquidificador na cozinha me dá dor de cabeça.

Ando até lá meio sonolento e vejo Any remexer os quadris usando minha blusa preta. Me aproximo e deixo um trilha de beijo em sua nuca. Seu cheiro é doce mas não um doce enjoativo e sim, sútil.

— Hmm. — ela diz manhosa. — Bom dia dorminhoco. Como foi a noite de ontem?

Encosto no balcão a sua frente abrindo um sorrisinho de canto. Ela quer mesmo que eu diga?

— Você é um pervertido. — sinto um empurrão no peito e rio com isso. — Quis dizer, se dormiu bem.

— Eu dormi muito bem, obrigada por perguntar.

Ela estica o copo com vitamina na minha direção e não hesito em esticar a mão e pegar.

— Hm, já ia esquecendo. — dou um gole rápido e largo o copo no balcão. — Tá afim de correr hoje?

— Não, valeu. — Any passa por mim satisfeita. — O meu dia hoje será resumido em assinar papéis e por minha limpeza de pele em dia.

— Uau... Deve ser tão difícil ser você.

— Pior que não, mais difícil mesmo deve ser lidar com você todos os dias. — levo a mão ao peito me fazendo de ferido. Foi como se uma espada tivesse atravessado meu coração pra ser mais exato.

— VOCÊ É CRUEL ANY GABRIELLY! — ironizo.

— Sai daqui! — desvio da almofada que ela joga e corro em pro quarto pra me arrumar.

Por mais que na maioria das vezes eu odeie malhar, preciso manter a boa forma para assim conseguir o tão invejado shape. Não que eu me cobre com isso igual a esses caras bodybuilders mas tenho minha imagem pra zelar. É importante mantê-la saudável.

Passo pela sala pronto pra sair quando vejo Any deitada de barriga pra baixo no sofá de fone e as pernas balançando. Ela estava muito concentrada com os papéis, por isso bati vagarosamente a porta pra não atrapalhar.

Desço os andares de escada já pra aquecer o corpo e aperto o play no celular para iniciar a música. Passo pelo porteiro e dou um aceno de longe. Ao sair do prédio, puxo todo ar pro pulmão e começo a correr.
Se quero completar 20km dessa vez, eu precisaria de fôlego, porque já basta os que eu perdi na noite de ontem mas isso não vem ao caso.

Corro dentre a faixa de pedestres na calçada e vou em direção ao parque. Encaro o relógio de pulso e vejo que meus batimentos estão normais, e isso é bom. Vamos Noah, acelere os passos. Convenço a mim mesmo e aumento a velocidade puxando e soltando o ar do peito. Vamos, mais rápido!

Sinto a pressão e me recuso a parar de correr.

Ou na verdade vou.

— Aí, olha pra frente cara! — desvio minha atenção e vejo a sacola do rapaz com frutas caídas no chão.

— Foi mal aí. — paro pra tentar ajudá-lo mas ele se recusa.

Ao levantar sinto meus ouvidos chiarem. Tento achar um banco ali no parque ainda ofegante mas apenas uma árvore foi o suficiente para que eu me encostasse e buscasse fôlego outra vez.

— Aí cara! — um garoto aparentando ter uns 15 anos vem até mim correndo. — Uma mulher ali pediu pra eu te entregar isso.

— O que? — pego o papel na mão dele assustado e abro pra ver.

Era uma foto minha e da Any juntos que provavelmente ela postou no instagram.

Mas o rosto da Any estava marcado com um "X" em vermelho. E logo abaixo na folha uma frase escrita à mão. "Ela não faz parte disso Noah, seremos só eu e você, pra sempre."

Amados a folha com tanto ódio que podia sentir meu sangue ferver nas veias. Isso só pode ser coisa daquela garota maluca.

— Quem te entregou isso? — puxo o garoto pela camisa. — QUEM? FALA!

— Eu não sei cara! — ele diz amedrontado. — Ela estava de óculos escuro e um lenço na cabeça, só disse que era pra eu te entregar.

Pobre garoto, parecia mais assustado que eu.

— Tá, dá o fora daqui antes que eu chame sua mãe.

Ele sai correndo no mesmo instante e passo a observar todos os cantos daquele lugar. Ela pode estar em qualquer canto. E se ela me seguir até a casa da Any? E se ela fizer alguma coisa com ela?

Eu juro que vou me sentir culpado pelo resto da vida.

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⏰ Última atualização: May 19, 2022 ⏰

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