8° capítulo

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8 anos atrás

Socorro, socorro– choramingo percebendo que não adianta continuar gritando pois não tem ninguém em casa e esse mostro que eu um dia chamei de tio não vai parar até conseguir o que quer, foi ai que a minha ficha caiu.

Eu ia ser estuprada, pelo meu próprio tio , na minha casa , no meu quarto, e na minha cama.

Foi exatamente o que aconteceu.

Depois de se vestir ele se foi. Ele se foi me deixando praticamente nua na minha cama, me sentindo suja, me sentindo enojada, e principalmente me sentindo VIOLENTADA.

Não faço a mínima ideia de quanto tempo se passou, a única coisa que eu sei é que saí do meu transe de choro com minha mãe me sacudindo e gritando enquanto me perguntava o que tinha acontecido.

Eu levantei a cabeça e dei de cara com 3 pares de olhos me encarando horrorizados.

–Por favor minha filha fala comigo– implorou minha mãe– me conta o que aconteceu –tentou ela mais uma vez , ainda numa tentativa falha de tentar esconder o horror em sua voz .

E mais uma vez eu me perdi no tempo e só consegui voltar do meu mundo paralelo um tempo depois, quando finalmente consegui parar de chorar para poder falar o que aquele homem tinha feito comigo.

Depois de muito choro e muitas palavras de conforto dos meus pais e do meu irmão eles finalmente me convenceram a ir com a minha mãe me lavar para ir para à delegacia.

Depois de me vestir tivemos de descer as escadas correndo para poder entender as palavras do meu irmão.
No momento em que eu as entendi me arrependi na hora de ter contado aos meus pais o que havia acontecido

–O pai foi atrás dele– e com estas palavras eu me vi correndo, e apesar de não estar mentalmente sã no momento eu percebi a direção que eu estava tomando eu estava indo em direção a casa do homem que me estuprou.

Logo apos chegar a casa desse monstro eu vejo que a porta esta aberta e através dessa eu pude ouvir a voz histérica do meu pai, sem pensar muito eu corri em direção a porta e entrei, mas desejei nunca ter o feito pois nesse mesmo instante eu ouvi um tiro e o corpo do meu pai cair pra tras .
Nesse momento eu só conseguia ouvir um grito, um grito horrorizado, um grito cheio de dor e medo. Foi só depois de sentir uma ardência na garganta , que eu percebi que o grito era meu, e foi ai que eu percebi o homem que estava acabando com a minha vida tinha um sorriso, um sorriso demoníaco nos lábios. E ele estava caminhando em minha direção .

–Hoo minha princesa, eu não acredito que você foi capaz de contar o nosso segredinho pro seu pai– ele fez uma pausa e sorriu, então continuou– bom meu anjo eu só não faço de novo porque a policia está chegando perto , mas eu prometo que vou voltar para vivermos o nosso amor, ok?– falando isso ele caminha em direção a porta e me deixa sozinha com o meu pai na sala.
Me ajoelhei sobre o corpo do meu pai e começei a chorar enquanto o implorava que acordasse e falasse comigo

[...]

Estamos no hospital esperando o medico vir nos dizer a situação do meu pai.

–Família do Augusto Alencar._ disse um  médico chegando perto de nós.

_Somos nós_ disse a minha mãe já levantando_ Como está meu marido doutor.

-Bom eu tenho uma notícia boa_ disse o medico fazendo todos nós sorrirmos_ a cirurgia foi um sucesso , mas_ sempre tem esse mas_ ele entrou em estado de coma e ninguém sabe quando ele vai voltar ou se ele vai voltar.

Eu queria gritar com o medico e falar para ele que não era possível eles não saberem quando ele ia voltar.
Que eles tinham de saber isso, que a medicina moderna devia ter a resposta para isso.
Mas eu não tinha mais força para isso.
Estou esgotada, tudo o que aconteceu hoje me atingiu com força total.

Acabo por acordar com a imagem do maldito que destruiu a minha vida.
Tudo não passou de um pesadelo, quer dizer...
Uma lembrança .

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