14. Dazed & Confused

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Maeve's POV.

Nenhuma dor é eterna e eu estava aprendendo a lidar com isso.

Já fazia um mês e meio que Tristan faleceu e aos poucos tentava voltar ao normal. Os primeiros dias foram difíceis, aterrorizantes para ser sincera. Eu ficava trancada no quarto o tempo todo e não sentia vontade alguma de fazer outras coisas. Ia muito a casa dele, dar apoio à Elisa, afinal ela era mãe e estava sofrendo muito.

Era difícil imaginar uma vida sem ele, porém aos poucos eu fui percebendo que minha vida não havia acabado e por mais que eu gostasse dele, não podia parar minha vida, até porquê ele não ficaria feliz se me visse assim. Também tentava me reerguer com a ajuda dos meus pais e de Rosé, que fazia questão de vir a minha casa e passar o dia comigo.

E também tinha ela, Billie O'Connell. Que não saiu de perto de mim durante esse um mês em meio. Eu meio que havia pedido para ela não ir embora de novo e ela aceitou ficar aqui na casa do lado. Acho que Billie foi uma peça fundamental para mim nessas últimas semanas. Ela sempre vinha com sorrisos e me enchia de carinho o dia todo. Às vezes passávamos o dia todo em três, eu, Rosé e Billie. Era bom sentir a presença dela, sentir que ela estava comigo independente do que aconteceria. Sentia-me muito apegada à Billie, só não sabia se isso era bom ou não.

— Bom dia, meu raio de sol. — Billie apareceu em meu quarto com um enorme sorriso. O qual foi retribuído por mim.

— Bom dia, Bill.

— Dormiu bem? — indagou ao sentar em minha cama.

— Como um anjo, e você? — questionei.

— Bem também. — ela virou-se para mim com um sorriso ainda maior. — Tenho uma surpresa para você!

— Uma surpresa? Qual? — questionei eufórica.

— Arrume uma pequena mala porquê eu vou levar você para passar o final de semana comigo. — falou me olhando no rosto.

Olhei para ela estranhando um pouco. Como assim?

— Passar o final de semana com você?

Ela assentiu.

— Você quase não sai de casa e está precisando respirar novos ares, conhecer novas pessoas. Então falei com seus pais e eles deixaram eu levar você. — explicou.

Assenti levemente com a cabeça. Realmente fazia muito tempo que não saía de casa e estava mesmo precisando respirar novos ares e falar com outras pessoas que não fossem meus pais, Roseanne e ela mesma. Estava sentindo falta de sair por aí, de viver a vida, passear um pouco. Afinal essa é a minha essência, é o que sou e não posso sucumbir na tristeza e me perder de quem sou. A vida tem que continuar.

— Tudo bem, vai ser legal. — o sorriso dela aumentou de tamanho. — Mas o que vamos fazer nesses dias?

— Surpresa, Maeve. Não vou te falar um piu, mas sei que você vai gostar. — piscou o olho para mim.

— Vou gostar mesmo? — questionei com uma sobrancelha erguida.

— Claro que vai. — falou toda convencida. — Eu te conheço muito bem, sei do que gosta e do que não.

E aquela loira não estava errada, talvez ela me conheça até melhor do que eu mesma. Além da forma 'torta' que ela conseguiu informações sobre mim, eu a deixei me conhecer por dentro e ela é uma mulher muito observadora, além de eu não ser uma pessoa tão difícil de se ler.

— Okay, Senhorita Convencida... — esgueirei-me de minhas cobertas e sai da cama, prendendo meus cabelos em um coque apertado para não soltar. — vou arrumar minhas coisas. O que preciso levar?

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