41. A NINGÚN HOMBRE (Cap. 11: Poder)

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A nenhum homem eu permito

Que dite minha sentença

Só Deus pode me julgar

Só para Ele eu devo obediência

A NINGÚN HOMBRE (Cap. 11: Poder) — Rosalía

Narrator's POV.

Já faziam dois meses desde aquele dia.

Dois meses que Billie e Maeve não estavam juntas.

Dois longos meses.

Maeve estava morando com os pais, mas já havia escolhido seu apartamento e só estava o mobiliando e decorando ao seu gosto.

Foram dias difíceis para Maeve. Nos primeiros dias ela passou muito mal; enjôos, vômitos, febre e gripe. Efeitos psicossomáticos que se manifestaram por conta do seu estado emocional.

John e Beatrice reservaram seu tempo para cuidar da filha, tomando todo o cuidado do mundo para Joe não descobrir que a mais nova estava lá. O Reyes esteve todos esses dias pensando em ir até Billie, mas Beatrice sempre o impedia, dizendo que isso era um assunto da filha e da esposa e que eles não podiam entrar nisso.

Maeve continuou as apresentações no cassino normalmente, Billie ia a assistir todas as noites, mas a pedido de Finneas ela ficava em um cantinho que a esposa não pudesse vê-la.

A Reyes mais nova estava vivendo uma montanha russa de sentimentos. Ao mesmo tempo que ela ama Billie com todo o coração, ela também estava ainda muito magoada com tudo o que a mesma havia feito. Ela ainda não conseguia deitar a cabeça no travesseiro sem lembrar daquele dia, sem lembrar daquelas palavras que Billie usou. "Eu não fiz por mal..." Como O'Connell foi capaz de matar um inocente e dizer que não foi por mal? Que tipo de pessoa faz isso?

Ela já não reconhecia aquela mulher que se apaixonou. Sim, ela sabia que Billie é uma criminosa, que a sequestrou e que fazia coisas ruins, sabia até que era uma assassina, muito provavelmente, mas não que seria capaz de matar seu namorado apenas para tê-la. Aquilo era demasiado cruel.

Não foi atrás de pedir o divórcio, não tinha coragem de o fazer, não por Billie, mas sim por si mesma e pelo seu sentimento forte que a cada dia que passava parecia ser mais esmagado por toda a mágoa.

No início olhar para a cara de todos os membros da La Familia era doloroso, ela sentia que havia sido feita de idiota, sentia que ninguém ali havia sido, em momento algum, sincero com ela. Todos tentavam se aproximar, falar qualquer coisa, mas era difícil Maeve não responder com grosseria. Com os dias ela percebeu que eles não têm culpa e que se alguém tem culpa, esse alguém se chama Billie Eilish Pirate Baird O'Connell.

Madison tocou no braço de Maeve com delicadeza, a menor olhou para a outra com o cenho franzido.

— O que foi dessa vez? — perguntou. Não usou de um tom rude, mas não era a primeira vez que sua prima tentava chamar sua atenção.

— Você tem certeza de que é isso o que você quer?

A outra suspirou.

— Tenho. Eu tenho a plena certeza. — respondeu cansada.

— Eve, você sabe que isso é permanente, né? Se você fizer, não vai ter como voltar atrás. — alertou.

— Eu sei, Madison.

— E vai fazer mesmo assim? — insistiu.

— Vou. Isso é importante para mim. — virou-se para a outra. Então segurou o rosto dela com as duas mãos, olhando-a nos olhos. — Maddie, eu sei que se preocupa e que não concorda com isso, mas é realmente importante para mim.

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