FAVORITE CRIME

27. Issues and Flowers

Um ano e três meses depois.

Maeve's POV.

Encarava o sol que nascia no horizonte a partir da janela de meu quarto. Um hábito que criei durante o último ano. Ao olhar para o lado tive a visão de minha namorada dormindo tranquilamente. Seus cabelos estavam mais longos do que antes, ela não queria deixar crescer muito, mas quando disse que ficava bonito ela deixou crescer, agora está na altura das costas. Billie estava nua, com um lençol cobrindo dos seios para baixo. Eu também estava nua, a noite havia sido ótima para ambas.

Em um ano e vi minha vida mudar por completo.

Se antes eu era cheia de amigos, hoje os que tenho dá para contar no dedo. No início Rosé achou estranho e errado, tanto é que havia se afastado de mim, o que na época me deixou muito mal, afinal ela é a irmã que nunca tive. Mas algum tempo depois ela voltou a falar comigo, ela ainda não acha isso normal, mas entende minha escolha e prometeu não interferir em nada, desde que ela não ficasse sabendo de nada, claro que eu concordei. E quantos aos meus outros amigos? O tempo e a distância me afastaram deles, mas mantenho o carinho por todos.

Meus pais e eu temos nos falado com menos frequência, o que machuca muito. As vezes eles mandam flores ou alguma mensagem, porém faz um bom tempo que não abraço eles, que não sinto o cheiro deles, o carinho. Mas estou conseguindo encarar isso de uma forma positiva, talvez.

— Bom dia, bebê.

Ouvi a voz rouca de minha namorada atrás de mim, logo abri um sorriso. Senti um beijo ser depositado em minhas costas nuas, em seguida ela deitou a cabeça nas minhas costas.

— Bom dia, amor. Dormiu bem?

— Sim, maravilhosamente. — ela deu uma risadinha, eu a acompanhei.

E minha relação com Billie? A cada dia é uma emoção diferente. Ela me ama muito e sempre faz questão de frisar, eu também a amo, no entanto às vezes sinto que ela me ama um pouco além da conta. Billie ás vezes é controladora, exagera no ciúmes e quando percebe que eu não estou nenhum pouco feliz com a situação dá um jeito de contornar, às vezes ela chora com medo de me perder e eu não entendo nada, pois eu sempre estou falando que não vou a deixar. Minha namorada é bem insegura, eu tento ajudar com isso, embora ser bem difícil. Às vezes estamos bem, às vezes não, mas eu a amo mesmo assim e é o que mais importa.

— Você me deixou acabada, Maeve. — murmurou ela, dando um outro beijo nas minhas costas.

Soltei uma risadinha.

— Achei que aguentasse mais do que isso, El Diablo. — a chamei pelo apelido comum em tom de deboche.

Dentro de instantes já estávamos no banho, juntas como quase todas as manhãs. Foi bem tranquilo, Billie lavou e penteou meus cabelos como sempre. Depois de nos vestirmos fomos para a cozinha, ela não tinha o hábito de tomar café em casa, porém eu sempre insisto para ela o fazer. Fiz café no coador para ela, eu simplesmente virei uma chef em fazer café no coador.

Estava sentada ao lado dela comendo uma salada de frutas e senti o olhar dela em mim, mas não liguei, Billie está sempre me olhando, então acabei me acostumando.

— Sabe, Maeve, — a olhei. — se minha mãe estivesse viva ela iria adorar conhecer você.

Continuei a olhando, dessa vez com curiosidade.

— Ela ia ficar feliz por eu ter encontrado alguém como você, que cuida de mim.

Abri um sorriso pequeno.

— E eu iria adorar conhecê-la. — peguei em uma de suas mãos e dei um beijinho na costa da mesma. — Mas ela com certeza está muito feliz em qualquer lugar que ela esteja.