PRAZER, MEU NOME É MORTE

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Yori

Aquele príncipe metido há de me pagar pelo que estou passando.
Achei que ele viria até mim essa noite, mas o abençoado me fez sair numa noite fria como essa, rumo as montanhas.
Deve ter algum plano pervertido naquela mente diabólica.
Já vi que está difícil aproveitar minha nova vida. Só quero passar despercebida, comer bem e dormir feito uma pedra, se não for assim, de que serve ser uma princesa?

— Minha senhora, não fique assim, não vai fazer bem para sua pele! — Nath tenta me consolar; certamente deve está atenta à minha cara de enterro.

— O que vai fazer bem a minha pele é bater naquele príncipe idiota...

Mal falo isto e a carruagem para abruptamente, quase nos jogando no chão.
Olho através da cortina de seda e vejo o cocheiro desmaiado.

Que maravilha! Uma emboscada?!

Agora sim, estou muito animada, ao passo que minha serva deve estar pra fazer xixi nas saias. Faz tanto tempo que não dou uma boa surra em ninguém que estou até enferrujada.
É hoje que desconto toda a minha frustração.

— Fique aqui dentro, não importa o que aconteça, não saia! — Ordeno.

— Não vá, a senhora vai se machucar... — Ela choraminga e tenta me puxar de volta.

Só não lhe dou ouvidos e já saio massageando os pulsos e estalando os dedos.

Hora da diversão!

Eu queria muito poder matá-los, mas eu ainda não sabia como seria as implicações disso na minha nova vida.
Então, machucá-los já aliviaria meu estresse.
Pelo que contei, são seis guerreiros.
Ai, ai! Vontade de dá pulinhos de alegria.
Claro que não irei matar ninguém, mas vou bater neles com toda a força do meu ódio.
Quase me sinto mal por eles. Quase!

A luta é como uma dança que faz bem pro meu corpo e minha alma, me sinto até revigorada depois disso.
A questão é que agora deixei cair minha máscara de inocente e desamparada, porque o cheiro almiscarado que a brisa me trouxe não é de outro senão o príncipe Aaheru, e isso só pode significar uma coisa: fui tapeada.
Essa emboscada foi coisa desse bastardo e eu fui burra o suficiente pra me deixar levar por meu instinto assassino.
Para completar o cenário apocalíptico, o guerreiro joga um pó perfumado e irritante sobre mim o que só me obriga a dá outra surra nele.

— Está satisfeito com o que está vendo? — Chamo olhando na direção que sei que o príncipe está escondido — Saia, eu sei que está aí, alteza!

— Como soube? — Ele me pergunta com um sorriso misterioso.

— Seu cheiro almiscarado tem uma nota única, é bem discreta, mas meu olfato é muito apurado para deixar passar despercebido. — Explico enquanto chuto o  guerreiro choramingando aos seus pés.

Fazer o quê? Ele está me irritando! Cara barulhento.

— Mestre, nos salve! Essa mulher é um monstro! — Ele choraminga como uma criança.

— Um monstro? Vocês vieram aqui me intimidar e eu que sou malvada?

— Nos perdoe, não faremos mais isso no futuro.

— Que saco! Dá pra ter um pouco de dignidade? Assim não tem graça bater em vocês. — reclamo — Arrastem seus traseiros daqui, não quero vê-los mais ou vou batê-los até moer seus ossos.

Porcaria! Por que não se comportam como guerreiros?

— E quanto a você, só não vou te espancar porque você é o príncipe. Como se atreve a mandar esses homens intimidar uma garota? Minha serva ficou apavorada. Coitadinha, até desmaiou de medo.

Uma Assassina Em Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora