CONFRONTOS INEVITÁVEIS

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Yori

Eu havia tido uma pequena vitória contra a casa do meu pai e uma coisa que eu tinha certeza era de que aquele bastardo não deixaria isso por menos, afinal suas três queridas foram chicoteadas até quase a morte e mais cedo ou mais tarde, ele arranjaria um jeitinho de se vingar de mim, afinal sou o elo mais fraco dessa corrente, ao menos é o que eles pensam.

O fato é que fiquei feliz e que já fazia meio mês desde a surra dada nas cobras e nesse meio tempo, meu querido esposo veio me visitar todas as noites, o resultado é que mal consigo andar e estou com olheiras de panda enormes, porque ele não me deixa dormir direito e como já avançamos em nossa relação, quando não estou cavalgando, estou de quatro.
Juro que não sabia que vida de casada era tão intensa.
Nunca precisei usar pomadas e cá estava eu  dando graças aos céus por ter um potinho.
Aquele príncipe não tem misericórdia.

Por sorte ele teve que viajar e isso me daria alguns dias tranquilos de sonos, mas só de sono mesmo, porque foi só ele sair que os inimigos começaram a mostrar as garras contra mim.
A primeira foi a Erys, que desta vez arranjou apoio significativo para vim me perturbar.
Ninguém menos que o príncipe herdeiro.
Não teve jeito, tive que recebê-los em meu quintal.
Ofender uma concubina é uma coisa, ofender o príncipe herdeiro é pedir pra ser executada.

— Sua alteza está ainda mais bela! — o príncipe herdeiro me elogia, enquanto me olha com olhos lascivos.

Minha vontade é socar o pervertido, no entanto, abro meu sorriso mais doce e falo:

— Sua alteza me lisonjeia! Sou só uma beleza comum, nada comparado à concubina Erys.

— Sua alteza é tão gentil! — a falsa diz.

— Ah, o chá chegou! — Aviso vendo Nath se aproximar com algumas damas. — Deixe-me servi-lo, meu senhor! — digo colocando o líquido em sua xícara e então na de Erys e por fim a minha.

Claro que tenho meu próprio plano em mente e dou um jeitinho de derramar um pouco no meu vestido, o que me dá a desculpa perfeita para me retirar por um instante.

— Sou tão desastrada! Irei ali me limpar e já volto! Com licença!

Como avisei, foi jogo rápido. Apenas o suficiente para dá tempo às cobras para espalhar seu veneno. E foi bem como imaginei, quando levei minha xícara à boca  o cheiro espesso de afrodisíaco invadiu minhas narinas. Não seria eu se não reconhecesse esse cheiro, afinal já tive muito dele, mesmo que em pó e o resultado foi ficar toda fodida, porque meu querido marido não teve pena.
O que fiz? Ah, tomei até a última gota e não, não estou sendo estúpida, como disse antes, tenho meu próprio plano em mente. Esses dois não vieram aqui pra uma simples visita, vieram armar pra mim e nada melhor do que me antecipar.

Na minha saidinha, tomei o antidoto, afinal não apenas minha xícara tinha afrodisíaco, mas no bule inteiro. Mandei "batizar" a bebida apenas com um gesto; Nath e eu estávamos na mesma sintonia. A diferença é que o afrodisíaco que preparei era inodoro, justamente pra eu não ser pega em flagrante.

— Traga mais chá! — digo entregando o bule.

Naturalmente, já avisei minha serva de confiança pra fazer a limpeza, agora é só esperar. Assim que observei os dois suando, foi a minha deixa.

— Alteza, minha serva está demorando, irei verificar o que está acontecendo e castigá-la pessoalmente por deixá-los esperando.

Afasto-me o mais rápido possível e vou me esconder num ponto estratégico. Não perco isso por nada no mundo.
Não demora nada e o príncipe e Erys estão se pegando. Ele joga a mulher sobre a mesa e levanta suas saias.
Nossa, sem preliminares? Que rápido!
Olhando daqui, o príncipe não é nada mal. Tem um traseiro bonitinho. Aí, aí, eu poderia lhe dá umas boas palmadas.

Esses dois não perdem por esperar. Com certeza era eu que era para estar naquela mesa sendo fodida pelo príncipe, mas por que ele aceitou participar de algo tão sórdido? Não tenho valor algum para ele, o que me leva a crer que o alvo seja Aaheru e não eu. Sou apenas a ferramenta, ao menos pro príncipe herdeiro, já que Erys se beneficiaria diretamente da minha queda e eu estaria fora do seu caminho para sempre.

— O que está olhando com tanto entusiasmo?

Bingo!

Já está de volta? — digo me voltando para a voz e lá estava meu marido com roupas de batalha e atrás dele tem alguns guardas à postos — Só estou vendo os córneos que estão colocando em vossa alteza! — falo com um sorriso sínico. — Aquela não é a sua preferida?

Ele olha naquela direção e seu corpo fica rígido. Seus passos são o pesadelo do meu jardim nesse momento, já que ele se dirige ao local pisoteando tudo, enquanto marcha com seus homens. Praticamente, corro atrás, é ruim de perder o ápice do show.
Tentaram foder com minha vida e vão pagar caro. Eu que vou foder com eles.

— Então, ser minha concubina não é o suficiente para você? Ainda quer ser a princesa herdeira? — Aaheru fala com voz ameaçadora.

O susto que os dois tomam é digno de ser filmado, pena que não tem câmeras aqui.
Os dois se recompõe muito rápido, mas seus rostos estão vermelhos pela atividade intensa.

— Foi ela! — Erys aponta para mim — Ela armou para nós, devia ter algo no chá...

— Alteza, estou sendo injustiçada, afinal tomei do mesmo chá! — me defendo.

O príncipe herdeiro me olha com olhar mortal e me mantenho firme na minha postura de mulher desamparada.
Erys, por outro lado, acha que pode sair dessa tão fácil e se joga aos pés de Aaheru, agarrando suas pernas.

— Afaste-se de mim, AGORA! — Ele ameaça puxando a espada — Irmão, você será responsabilizado pelo que fez, o imperador ficará sabendo. — vocifera.

— Ele vai me pôr de castigo? — Ele pergunta num tom de desdém.

— Você me desonrou dentro da minha casa, isso não ficará assim! — avisa ao ver o irmão se retirar — E quanto a esta mulher, arrastem-na para fora de sua mansão, mas antes, chicoteia-a quarenta vezes, não esqueçam de anunciar o motivo dela estar sendo expulsa. — deu até medo da forma que ele falou.

Devo me lembrar de não ofendê-lo no futuro.

— Não! Por favor me perdoe, eu estava errada...

Erys gritava em desespero, enquanto era arrastada para longe. De repente, me vi sozinha com ele e seu rosto mostrava uma aura assassina.

— O quê? — pergunto confusa quando ele vem na minha direção e me põe contra a mesa — Eu não fiz nada!

— Por que está se defendendo? Por acaso te acusei de algo? — Ele me encara e de súbito ergue meu corpo e me põe sentada na mesa. — Você me parece bem culpada! — diz percorrendo meu rosto com o dorso da mão, enquanto sua mão livre busca um caminho por debaixo das minhas saias.

— Está me intimidando, alteza? — sussurro em seu ouvido.

— Ainda não! — fala afastando minha calcinha e massageando levemente meu ponto sensível — Vai me dizer o que aconteceu de verdade ou tenho que torturá-la?

— Mas não fiz nada...

— Ah, resposta errada! — diz apertando minha parte sensível, o que quase me fez choramingar, então um dedo longo é enfiado dentro de mim. — Vai continuar negando? Tenho muitas formas de te torturar e cada uma delas só dará prazer à mim...

— Não, aqui não! Pode aparecer alguém, por favor...— tento convencê-lo.

Minha voz sai rouca. Estou muito excitada com essa possibilidade de tortura, mas esse olhar glacial sobre mim me diz que não vou sentir prazer como gosto. Maldito, bastardo!
Não estou acreditando que ele vai fazer isso comigo aqui, correndo o risco de sermos pegos.
Pervertido!




Uma Assassina Em Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora