Jade García, uma adolescente de 16 anos. Um pouco complicada e um tanto rebelde, que não leva desaforos para casa. Acreditava em Deus, mas depois que perdeu sua mãe para uma doença com 10 anos, todo esse consentimento mudou e se tornou uma atéia. De...
- Essa era a única foto que estava junto com seus documentos... - Sophia diz baixo me entregando e eu pego com muito cuidado e carinho aquela foto na mão que parece bem antiga. Nela eu estou bem pequena e sorria alegremente com a minha madre. Ah que faltar ela me fez...
Toco na foto sentido meus olhos se encher de lágrimas, pensando como eu gostaria de está tocando na minha própria mãe.
- Ela era bem bonita... - ouço a voz da Sophia.
- Sim...
- Você se parece muito com a mesma. - a encaro rapidamente e agora observo seus olhos verdes.
- É sério? - pergunto a fitando e eu depois olho para o retrato.
Eu nunca me achei tão parecida com a minha mãe, já que ela me dizia que eu me parecia mais com o meu genitor, eu não ficava nem um pouco feliz com isso... eu nunca cheguei a conhecê-lo, pois ele foi embora quando eu ainda estava na barriga dela.
Minha mãe falava: "ele só estava assustado, teve que ir. O problema não era você niña". Mas para mim o mesmo agiu ao contrário, deixando apenas a responsabilidade de uma criança com apenas a minha mãe. Dona Alexia era tão bondosa, que não sentia raiva dele.
Por um momento, me acabo perdendo nas minhas memórias lembrando disso.
FLASHBACK ON
- Mãe? Não sente raiva do papai? - pergunto lavando minhas pequenas mãos na pia da cozinha.
- Não minha niña... a raiva não faz bem para o coração, mas o perdão sim. Na palavra de Deus diz que temos que perdoar as pessoas e tentar ao máximo está em paz com elas. Precisamos ser como Jesus, lembra? Ser seus discípulos! - ela me responde e eu concordo com a mais velha.
- O perdão é libertador, não é mamãe? - me viro o suficiente para ver seu rosto melhor e a mesma sorri e me pega no colo.
- Sim minha pequena Jade! - Alexia toca com o dedo indicador na ponta do meu nariz e eu sorri fechando os olhos. - Lembrem-se sempre meu amor, doe perdão e nunca raiva. Ela não nos faz bem, e ficamos sabe como? - minha mãe pergunta me olhando e eu nego balançando a cabeça. - Doentes espiritualmente... - fico confusa e ela sorri reparando minha expressão. - Quando você for grande, vai entender melhor...
FLASHBACK OF
- Minha mãe falava que eu me parecia mais com o meu genitor. - digo com gosto amargo na boca olhando para aquela foto enquanto volto a realidade atual. - Eu sentia raiva por parecer com alguém que nunca cheguei a conhecer...
- Não conheceu seu pai? - Sophia quis saber e eu nego balançando minha cabeça.
- Não... ele abandonou minha mãe quando ela ainda estava grávida de mim. - respondo passando a mão no meu rosto quando uma lágrima cai sem o meu consentimento e eu sabia que viria outras. - Eu sinto sua mamá... - toco em sua face que está sorrindo naquela fotografia. Logo depois não consigo me controlar e choro baixinho.
Ouvir passos lentos e arrastados até mim, da mesma forma que o soluçar veio. Sinto dois braços em minha volta e eu fico em espanto por conta do toque. Até que meus braços se movem lentamente e acabo retribuindo aquele gesto.
Escuto o suspiro da Sophia demostrando o quão ela está em choque... eu queria que ela soubesse que eu também estou.
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