Depois de tomar café ouvindo minha mãe falar sobre todos da cidade, eu já me sentia até mais familiarizada.
Decidi dar uma volta e procurar por alguém que não saia de minha cabeça: Fredd, meu melhor amigo durante a escola, filho de um grande amigo de meu pai.
Passei pela praça principal onde observei a fachada do 1950, notando que através do vidro dava para ver que estava movimentado naquela hora, um pouco mais de oito da manhã.
Mais uma vez lembrei do sonho, afinal a dona da lanchonete era a mesma mulher com quem sonhei.
Depois de uma longa caminhada que me deu a sensação de ter perdido 1kg pelo menos, cheguei em frente a antiga casa de meu amigo, mas ao invés da velha fachada azul, havia um letreiro. Fiquei observando o restaurante me perguntando se a família ainda morava alí e lembrei sobre minha mãe ter comentando alguma coisa durante o café.
— Gi? — Desviei o olhar da fachada e lá estava Fredd saindo do restaurante com um sorriso. — Pai, olha quem ta aqui! — gritou ele vindo ao meu encontro e logo fui pega de surpresa por seus braços levantando meu corpo do chão. — Sua danada, como pôde passar tanto tempo sem dar notícias?
— Gizelly? — O som da voz de Will chamou nossa atenção e o velho sorriu vindo em minha direção.
— Will! — Assim que fui colocada de volta ao chão fui até ele e o abracei forte.
Não lembrava ter sentido tanta saudade, mas naquele momento percebi o quanto senti falta deles.
— Você pareceu mais feliz vendo o meu pai do que a mim — reclamou Fredd e dei um tapinha em seu braço.
— Não exagera! — Sorri passando os olhos de um a outro. — Então agora vocês tem um restaurante.
— Eu te convidaria a entrar, mas nós estavamos arrumando e lavando o chão. Está uma bagunça — disse Will.
— Vamos ao café conversar um pouco? — Fredd já tirava o avental que antes eu nem tinha reparado estar usando. — Estou curioso sobre o que tem feito.
— Ele já quer fugir do trabalho.
Sorri ouvindo Will e o filho já corria para dentro.
Minutos depois eu agarrava a cintura de Fredd enquanto ele acelerava a scooter como se fosse uma super máquina. O tempo passou, mas ele não deixou de ser exibido. Por onde passavamos as garotas paravam para observa-lo assim como na época de escola, ele parecia ainda ser popular naquela pequena cidade.
Quando estacionou de frente ao 1950, desci observando lá dentro. Estava curiosa para saber como ficou o lugar e mais ainda para encontrar aquela mulher que sem mais nem menos visitou os meus sonhos.
Entramos juntos e observei tudo gostando da nova decoração. Mal sentamos e uma mulher de cabelos negros presos em um rabo de cavalo e intensos olhos azuis aproximou-se de nós carregando um bloco de notas.
— Estão prontos para fazer o pedido? — Ela sorriu e franzi o cenho desviando o olhar para o menu que estava encima da mesa.
— Eu vou querer aquele mesmo milkshake de sempre — disse Fredd com um sorriso.
— E você, minha linda? — Arqueei uma sobrancelha voltando a fitar a mulher.
— Apenas uma água com gás, por favor. — Ela saiu e fiquei observando o quanto rebolava e sorria para todos que encontrava no caminho.
— Não adianta olhar, ela já tem dona.
Desviei o olhar para Fredd ao ouvi-lo.
— Você acha que estou secando ela? — perguntei incrédula. — Me chamou de minha linda, algo que detesto.
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Chicago
FanfictionNo passado Gizelly Bicalho foi a famosa autora de uma trilogia que virou febre entre o público jovem, mas devido uma longa fase sem inspiração e alguns escândalos, as coisas não estavam nada fáceis para ela em Nova York. Sem dinheiro, Gizelly decide...