PASSADO
Naquela noite além dos pais de Gizelly também estavam presente durante o jantar os Scoftield que consistia em Frederic, o pai e a mãe dele. A jovem não esperava receber visitas, mas como já era acostumada com o amigo e família, não se preocupou com o fato de não estar muito arrumada e com um humor não tão bom naquele dia.
Sorrir não seria necessário.
— Depois do casamento de nossos filhos teremos muitos outros jantares como esse — disse Adolf pai de Gizelly, que até então mantinha a cabeça baixa e levantou o rosto rapidamente.
— Somos apenas amigos, pai — disse ela e desviou o olhar para Frederic que ao contrário do que sempre fazia confirmando suas palavras na presença de outras pessoas, apenas manteu-se em silêncio.
Gizelly suspirou voltando a baixar a cabeça, sabia que o amigo tinha medo do pai dela.
— Nada melhor que casar com um amigo — afirmou o pai de Frederic, dando uma risada em seguida.
Gizelly permaneceu o restante do jantar em silêncio, não gostava de fazer cena na frente de outras pessoas e assim permaneceu quieta enquanto as visitas estavam presentes. A esposa do pai também costumava ficar em silêncio quando haviam visitas. Gizelly aprendeu aquilo com a mulher que a criou para sempre baixar a cabeça perante ao pai e a sociedade, mas a jovem usava os ensinamentos apenas quando lhe convinha.
Assim que a família atravessou a porta da frente, Adolf voltou para a sala onde as duas tomavam chá e Gizelly após depositar a xícara sobre o pires, levantou o olhar para o homem que sentou-se na poltrona a frente.
— Meu pai, não irei casar com Frederic.
— Ora, mas por que não iria? A família dele é dotada de bens e poder. Seria uma união rentável.
— Ele é apenas meu amigo e não desejo me unir a alguém baseada em renda.
— Quer casar por quê? — Vociferou o homem. — Por amor? Desde quando acredita nessas coisas?
Gizelly colocou o pires sobre a mesa de centro e após um suspiro voltou a olhar o pai.
— Não acredito em amor, afinal não fui criada para isso. Não é mesmo? Mas acredito que posso ser dona de minha própria vida, cuidar de meus negócios no futuro sem precisar ter um homem ao meu lado.
— Olha o que essa menina está dizendo, Margareth! — O tom da voz de Adolf assustou a mulher que estava sentada no sofá ao lado tomando chá em silêncio enquanto ouvia a conversa.
— Conversarei com ela, querido — falou mantendo a cabeça baixa.
— Você... — Apontou o homem para Gizelly. — Não pense que não sei que anda aprontando sempre que sai com um de meus homens. Não o coloquei contra a parede porque preciso de seus trabalhos e sei que sua falecida mãe pediu que ele cuidasse de você e ele iria preferir morrer a te entregar. — Ela sentiu-se aliviada ao ouvir aquelas palavras. — Sei que gosta de sua vida boemia, mas não pense que será sempre assim, quem dita as regras tanto nessa casa quanto nessa maldita cidade, sou eu! — Ele mantinha o olhar fixo e ameaçador, Gizelly nem sequer piscou.
— Se já terminou, irei me retirar. — Ela levantou-se e após um movimento de cabeça na direção do homem, subiu a escada pisando firme, sentindo uma imensa frustração até entrar no quarto e levar um grande susto. — Céus! — exclamou levando a mão ao peito, vendo Rafaella sentada na cama com o seu diário em mãos. — O quê... — Ela correu e tomou o objeto sentindo o coração quase sair pela boca. — Como entrou aqui?
— Pela janela. — A mulher sorrindo levantou-se da cama e caminhou até a porta que trancou. — Você escreve umas coisas interessantes.
— Você não tinha o direito! — Gizelly sentia raiva e vergonha naquele momento e a outra riu aproximando-se.
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Chicago
FanfictionNo passado Gizelly Bicalho foi a famosa autora de uma trilogia que virou febre entre o público jovem, mas devido uma longa fase sem inspiração e alguns escândalos, as coisas não estavam nada fáceis para ela em Nova York. Sem dinheiro, Gizelly decide...