Capítulo 13

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Naquele momento tudo começou a fazer sentido. O nome que vi no bilhete anterior era o mesmo de um repórter sensacionalista que vivia me perseguindo. Essa informação junto ao fato de saber que Rafa era jornalista, me levava a conclusão de que ela estava trabalhando para alguém, por isso tamanho empenho em me ajudar.

- Eu posso explicar - disse ela se aproximando com cautela.

- Não acredito que estou ouvindo essa frase. - Sorri sem humor amassando o pedaço de papel, em seguida jogando no chão.

- Sua ajuda não passava e uma forma de conseguir se aproximar para me vender! - falei já pegando minha roupa pelo chão e logo começando a vestir.

- Não é bem assim, Gizelly. - Ela tentou se aproximar, mas me afastei, voltando tentando fechar o zíper enquanto ela ainda estava ao meu redor, falando. - John me procurou com uma proposta para voltar ao jornal que trabalhei antes, caso conseguisse...

- O meu livro? - gritei.

- De início confesso que achei ser era um oportunidade, já que estava tudo acabado com Rose, para sair daqui...

- Não me interessa! - Ela tentou me tocar, mas afastei suas mãos enquanto seguia para a porta. - Não quero ouvir mais nada disso.

- Você precisa me ouvir!

- Não me siga! - Parei apontando em sua direção. - E não ouse mandar nada do meu livro para alguém, ou te processo!

- Você não pode sair assim sozinha nesse escuridão, Gizelly!

Ouvi ela gritar ficando para trás. Eu sabia que de fato não me seguiria, afinal ainda atava enrolada na toalha.

Enquanto saía da casa mandei mensagem para Fredd me buscar e sai caminhando mesmo no escuro. Não percebi quando comecei a chorar, mas me recusei aceitar ficar chorando por causa daquilo. O arrependimento me consumia pouco a pouco enquanto caminhava pela estrada de terra até que os faróis da caminhonete dela surgisse.

- Entra Gizelly - mandou, diminuindo a velocidade, mas ignorei.

Por sorte não demorei a vistar Fredd na Scooter. Assim que ele parou acenou para Rafa eu segui me aproximando até subir e juntos fomos embora.

Quando paramos notei que estávamos no portão de trás da casa dele.

- Achei que não ia querer ir pra casa assim - disse ele retirando o capacete. - Você encharcou todas minhas costas.

Funguei secando as lágrimas enquanto descia. Nós dois entramos e seguimos para o quarto dele.

Naquela hora o restaurante do pai ainda atava aberto, por isso fomos em busca de privacidade. Sentei em sua cama mantendo a cabeça baixa e ele sentou em uma cadeira ao lado.

- Eu sabia que não ia dar certo se envolver com mulher casada - comentou.

- Não tem nada ver! Quer dizer... - Suspirei fechando os olhos. - Nunca me senti tão idiota.

- Tudo bem, vou ajudar meu pai a fechar o restaurante e você pode levar o tempo que quiser se lamentando.

Ele saiu e eu deitei na cama olhando o teto, me perguntando como pude ser tão burra. Lamentei várias vezes antes de levantar decidida a ir embora.

Saí do quarto notando a casa vazia e segui em direção a porta dos fundos já que na frente ficava o restaurante. Segui apressada para não correr o risco de encontrar Fredd e ser bombardeada por perguntas, mas no caminho acabei esbarrando em uma cadeira e o celular que estava encima da mesma caiu no chão. Arregalei os olhos indo pegar o objetivo rapidamente e na mesma hora o visor acendeu, vibrando ao receber uma mensagem que logo pareceu na tela.

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