CAPÍTULO 13

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Já era dia.

— Mas que droga!
Guilherme levantou do chão.

Olhou a sua volta procurando por alguém, mas todos já haviam partido. Ele estava sozinho. Não havia mais nem rastros da fogueira. Fizeram um bom trabalho para ocultar que ali tivera um grupo de estudantes acampados.

— Droga! Droga!

Como que ele pôde ter ficado para trás? Por que ninguém o chamou? Onde estavam Laíz e Luiz, que se diziam seus amigos?

Ele apanhou do chão, seu travesseiro e seu cobertor, e enrolou de qualquer geito nas mãos. Não conhecia aquela parte da floresta, mas ainda lembrava vagamente, do caminho que seguiu até ali.
Por sorte, ele avistou a pedra onde os alunos faziam o contorno para o casarão. Daquela parte em diante, ele já conhecia bem, pois correu por ali três vezes nas aulas de Resistência durante a semana.

Guilherme temia que, àquela hora, alguém já estivesse sentindo sua falta. Mas uma pequena esperança o acalmava. Como era domingo, não tinha porquê algum professor procurar por ele. O único que, provavelmente, estaria o procurando, seria o irmão. E talvez, claro, os traidores que Guilherme achava que fossem seus amigos.

O menino já tinha andado mais da metade da trilha. Sabia que faltava pouco para avistar o casarão. Foi quando de repente:

— Mas o que está fazendo aqui garoto?

O coração de Guilherme disparou, seus ouvidos vibraram. A voz mais grave que já tinha ouvido na vida, ele ja a conhecia bem, mesmo a tendo ouvido somente três vesez na semana que se passou. Ele odiava aquela voz.
O Sargento Leonardo parecia mesmo gostar daquela trilha. - pensou Guilherme.

O Sargento Leonardo brotou de detrás de uma árvore, parecia que já estava esperando pelo menino.

— Não me diga que passou a noite na floresta? - disse ao ver o traveceiro e o cobertor enrolados nas mãos do menino. Guilherme não disse nada. - Estava acampando garoto? Onde está seu irmão?

— Estou sozinho!

— Você costuma acampar sozinho quando está no Palácio? Porque talvez tenha esquecido que não está mais lá. Aqui não é permitido sair após o toque de recolher. Será que nossas regras não são nada para você? Ou está apenas com saudades do conforto de sua cama? Pois se for isso, garantirei seu retorno para casa agora mesmo. - disse empurrando o menino pelo ombro. - Vamos!

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— Mas por que não acordaram ele? - perguntava Rafael para Laíz. Eles estavam no salão de entrada.

Rafael não parava de andar de um lado para o outro. Estava preocupado.

— A gente acordou ele. Mas ele disse que iria depois. - respondeu Laíz.

— Chamamos ele, Rafael. Juro que chamamos. - acrescentou Luíz.

— Ele as vezes fala dormindo. - explicou Rafael.

— Mas e agora? Não podemos ir atrás dele, pois podem nos ver. - disse Laíz.

— Não é possível que ele ainda esteja dormindo. - comentou Luiz.

— Ele já deve ter acordado a essa altura. Só espero que ninguém o veja voltando.

— Tarde de mais. - disse Luiz novamente.

Rafael olhou para a entrada do salão, e viu
Guilherme entrar, aos empurrões, por um
Sargento Leonardo muito contente.

Os cabelos de Guilherme estavam mais bagunçados que o normal. A bochecha com marcas de galhos. Os olhos ainda remelentos.

ELEMENTUM: O Príncipe do  ArOnde histórias criam vida. Descubra agora