CAPÍTULO O5

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O dia passou de pressa após Otávio ter se juntado aos meninos no Jardim, onde ficaram o restante da manhã, e só saíram para almoçar.
Logo depois, os três foram para o lago encantado, onde permaneceram o restante do dia.
Nadaram, pescaram e até treinaram um pouco. Otávio mostrou para os meninos algumas técnicas de defesa corporal, já que estavam proibidos de usar dominação. Eles também treinaram um pouco com o arco e flechas, que na opinião de Rafael foi uma total perda de tempo, pois não havia acertado o alvo uma única vez. Já Guilherme dominava com muita facilidade o arco e flechas. Não era a toa ser sua arma predileta.

Ir até o Lago Encantado sempre foi uma das atividades que os meninos mais gostavam de fazer. Desde que se lembravam, eles, seu pai, seu tio e Vitor, inventavam desculpas para irem até aquele lugar. Porém, há algum tempo, depois que seu pai e seu tio começaram a se desentender com bastante frequência, que eles passaram a ir até ali apenas com Otávio ou Vitor. Mais frequentemente com Vitor, pois como o rei havia mandado Otávio para uma missão interminável, ele vinha para o Palácio poucas vezes.

Já estava quase anoitecendo quando os três voltaram ao palácio para o jantar. Assim como no café da manhã e no almoço, o pai dos meninos, André, não apareceu para participar da refeição junto com a família. Porém, Mara parecia mais calma e o Rei menos irritado com a presença de Otávio.
Após todos terem terminado a refeição, os meninos acompanharam o tio até a saída do Palácio para se despedirem antes que ele fosse embora.

Mara e Vitor também apareceram no local para se despedirem

— Desculpe não ter passado um tempinho com você, amigo. - falou Vitor para Otávio. - É que tive muitos afazeres durante o dia.

— Sem problemas, Vitor. Prometo que quando me tornar Rei, diminuirei sua carga horária. Você trabalha demais!

— Ao contrário de você que só enrola no serviço. - rebateu Vitor.

— Fale mais baixo por favor! - brincou Otávio - Assim você degrine minha imagem para os meninos. - disse apontando para Rafael e Guilherme que riam, prestando atenção na conversa - Eles precisam de um bom exemplo.

— Por isso mesmo que estou aqui. - disse Vitor.

Os amigos se abraçaram dando tapinhas nas costas um do outro. Pareciam ter a mesma idade, mas Vitor era bem mais velho. Rafael sabia que Otávio o tinha como um irmão.

Depois disto foi Mara quem se aproximou de Otávio.

— Me perdoe pelo transtorno, eu não queria que... - começou Otávio.

— Não se desculpe quando sou eu quem deve desculpas. - interrompeu Mara.

— Não! - disse Otávio.

Os dois se entreolharam por um momento. Palavras não ditas cruzavam seus olhares. Era constrangedor de se ver. Guilherme sabia que a mãe e o tio, sofriam tanto quanto ele e Rafael, com a forma que seu pai tratava todos atualmente.

Otávio abriu os braços e recebeu Mara com um abraço. Um abraço fraterno.

— Tenha uma boa viagem. E tome cuidado. - disse Mara com ternura passando as mãos ncnaabeleira despenteada de Otávio. Guilherme sabia que se ela pudesse passar uma tesoura ali ela não perderia tempo.

— Obrigado! Vou ficar bem!

Vitor e Mara se despediram de Otávio, e depois entraram no palácio. Vitor com um dos braços em volta da cintura dela.

— Por que você não fica até amanhã? - perguntou Guilherme quando os três estavam a sós.

— Por que esse foi o acordo que fiz com meu pai.

ELEMENTUM: O Príncipe do  ArOnde histórias criam vida. Descubra agora