18° Tentativas.

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**Mônica**

Dias em cárcere, dias presa nesse quarto, dias sem ver a claridade do sol ou a escuridão da noite, dias sem ver nenhuma pessoa a não ser meu sequestrador.

Entre quatro paredes, apanhando todos os dias por consequências do passado. A minha mente só anda confusa ultimamente, eu a cada dia estou me apegando mais na quelé menino. Não sei se é por ver apenas a cara dele, ou se a carência, ou se é culpa, mas algo dentro de mim não está muito bem. O confinamento mexe muito com a mente de uma pessoa.

Fiquei pensando em algo, talvez se eu agradar o Lucas ele pode amolecer o coração e conversar comigo. Aí eu poderei explicar sobre o acontecido com a Laura e me desculpa.

Talvez assim ele veja que estou arrependida de verdade e me perdoe, e me solte!

Estou na cama, pelada do jeito que esse sádico gosta. Pensando em como amenizar o ódio do meu sequestrador. Sei que não sairei mais da qui, então, só quero poder ter uma convivência melhor.

As frespas claras da janela começaram a sumir dando espaço para a escuridão. Lucas entra para o meu desespero. Trouxe um carinho cheio de coisas gostosas pra comer.

Eu levanto rápido da cama. Estou decidida a por minhas ideias em práticas. Me aproximei do meu sequestrador e lhe abracei com carinho, vejo ele levantar uma sobrancelha por isso.

Segurei a cabeça dele e o beijei. Lucas me empurra e me acerta um tapa no rosto.

Lucas – NÃO ME BEIJE JUDAS!! – diz alterado.

Meus olhos começaram a encher de lágrimas, mas eu me segurei ao máximo para não chorar.

Ele foi até a mesa e começou a mexer no celular e no tablet bem focado. Lucas trabalha de dia e de noite, nunca vi igual!! Cochila no final da madrugada, e volta a ficar bem ativo. Deve ser por isso que ele tem olheiras e uma cara de maluco.

Vou até o carrinho e começo a passar geleia em algumas torradas para tentar amansar a fera. Coloquei tudo em um pratinho e levei para ele. Estendi o pratinho em sua direção e sorrir.

Lucas bate a mão no prato fazendo ele voar longe.

Lucas – Odeio essa MERDA!! Não gosto de geleia!!


E porque trás oque não gosta?

Mônica – Desculpa...

Recolhi o prato do chão e me direcionei até o banheiro pra lava-lo. E pra me limpar também, pois algumas torradas caíram em cima de mim.

Ao sair do banheiro eu vejo meu sequestrador em pé tomando de sua bebida. Ele me olha com raiva e se aproxima rápido de mim.

Lucas – Você sujou o carpete! – diz puxando meu cabelo – LIMPA!! – me joga no chão.

Minhas lágrimas escorriam do meu rosto. Comecei a limpar toda a sujeito que eu fiz. Enquanto eu limpava o chão minhas mãos não paravam de tremer, e palavras repetidas saiam da minha boca automaticamente:

Mônica – Desculpa.. desculpa.. desculpa..

Lucas – CHEGA PORRA!! – grita – Tenho que conviver com uma pessoa ruim igual você! E aínda sou obrigado a escutar suas lamentações! CARALHOOO!!

Minhas tentativas estão deixando ele ainda mais irritado. Me levanto do chão e jogo as sujeiras no lixo.

Tenho que agrada-lo de outra forma!

Lucas estava sentado na cadeira de frente para a mesa. Fumava sem parar e bebia. De vez em quando inalava um pó branco pelo nariz, mas isso não era toda noite.

Tortura no Cárcere - Síndrome de Estocolmo Onde histórias criam vida. Descubra agora