1° Está sou Eu.

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**Mônica**

São 6:30 da manhã. Já estou acordada me arrumando, vendo cada detalhe da minha roupa, fazendo questão de colocar minhas joias, fazendo a maquiagem matinal. Preciso está impecável para mais um dia de aula, para meu último ano na escola. A última coisa que todos esperam é ver a menininha mais popular, mais rica do colégio ir desarrumada pra escola.

Dezessete anos de puro luxo, tendo tudo oque uma garota da minha idade quer. Adoro minha vida, e faço questão de esfregar na cara dessa gente pobre o quanto sou perfeita. Felizmente não sou apenas rica e popular, mas tenho um corpo invejado por muitos, e quero que cada menina gorda ou feia da quela escola vejam o quanto sou perfeita em tudo!

Meu paizinho é um empresário de grande sucesso. Minha mãezinha é adorável e ajudar ele nos negócio. Tenho uma irmãzinha de 8 anos, amo tanto ela, amo mais do que a mim mesma.

Normalmente as irmãs costumam brigar, as caçulas pegam coisas das mais velhas, a irmã menor costuma ser insuportável e chata, logicamente por ser menor, mas não sei oque é isso, somos bem unidas. Quase tudo oque eu faço incluo a minha pirralha preferida.

“Tem família mais perfeita do que a minha? Tem vida mais perfeita do a minha?”

Penso enquanto penteio meus longos cabelos pretos. Eu Mônica tenho uma grande reputação que gosto de zelar. Sou elogiada por meus familiares, meus colegas, amigos e professores: estudo bastante pra tirar as melhores notas, sou educada aos olhos dos mais velhos, não falo palavrão, não gosto de ficar de gracinha com meninos, ajudando ainda mais na minha boa influência com os adultos. Oque ganho em troca? Todo o tipo de mimo que uma garota da minha idade pode ter. É só seguir nessa pose que todos esperam de uma das filhas da família mais poderosa, digamos... Do Brasil.

Desço as escadas e me reúno com meus pais á mesa pra tomar café. Minha irmã deve estar no seu quarto dormindo, ela só estuda no período da tarde.

- Bom dia mãezinha! Bom dia paizinho!

- Bom dia querida. –  minha mãe da um gole no seu café.

- Bom dia princesa! – diz meu pai

Sento-me a mesa e começo a passar geleia na torrada.

- Amanhã eu e a Maísa vamos ao shopping depois da aula. – anuncio.

– só não quero as duas muito tarde em casa.

Toda vez que eu saio de casa meu pai fica preocupado, as vezes parece que ele quer me proteger, mas as vezes parece que tem medo de algo. Pois quando passamos um pouco do horário ou até quando eu não vejo o telefone tocar ele manda seus funcionários nos buscar aonde tivermos, acho um exagero ou doença da mente.

– E você filha? – diz Sheila, minha mãe.

- Oque tem eu? – mordo a torrada.

– Está com algum namoradinho? – fala entusiasmada.

– Sheila!! – Ele a olha com uma expressão mais séria.

- Cruzes!! – Faço cara feia – Nunca namorei e nem quero namorar.

Bem típico de garota virgem dizer.

– Isso mesmo minha princesa! – diz orgulhoso

Sim! Eu era a menininha do papai. Sou bem... mas bem... mas bem mimada pelo meu pai. Minha mãe era do tipo normal, mas meu pai... eu sou... já disse bem mas bem mimada?

Agia como meu pai esperava de mim: Menina virgem, decente, estudiosa, calma, certinha e educada, sempre comunicando ele de tudo oque eu faço. E como recompensa ele me mimava de todos os jeitos possíveis.

Porque reclamar, simplesmente adoro!

*******

07:15 manhã

Meu morista me trouxe até o colégio particular onde eu estudo, fico período integral das 07:30 às 17:00. É um saco! Ops! Quero dizer: É uma maravilha poder me alimentar de tanta sabedoria.

Fui ao armário guardar as minhas coisas, cumprimentei alguns professores e amigos no caminho. Em poucos minutos já comecei ficar cercada por algumas amigas minhas mais próximas, era assim todos os dias. Nem preciso mais dizer que eu era muito popular né.

Minhas amigas e eu fomos até o pátio da escola conversar até dar o horário da primeira aula. Gostava de ficar no pátio olhando a roupa horrorosa dos meus colegas, rindo e debochando de alunos. Era tão divertido, na verdade é a parte mais divertida de ir pra escola.

Um menino da minha sala estava passando por nós. Era o mais esquisito da escola, não gostava de falar com ninguém. Era feio, branquelo ( eu também sou branca, mas ele era muito mesmo), seus cabelos loiros passavam do ombro e cobriam a maior parte do seu rosto, nem pra tirar da cara ele prestava. Me lembra tipo um “EMO ETENOICO”

O abestado vivia de cabeça baixa parecendo que estava procurando algo no chão ou que estava sendo procurado pela polícia. Sem contar com suas roupas largas maior que ele, credo! Feio de mais!

- Olha lá meninas! O Gasparzinho passando – rir baixinho.

– Oi Gasparzinho! – chama Larissa, minha melhor amiga.

Rimos tanto, mas o menino só passa reto sem ao menos olhar pra nós.

- Menino estranho! Ele me disse que quer ficar com você Andreia! – rimos

– Vai se Fuder! – reclama.

Tudo bem eu admito, eu não sou tão perfeita assim! As vezes fico zoando dele e de mais alguns alunos. Nenhum professor até hoje desconfiou de mim, pois sempre na frente deles eu voltava com minha pose de boazinha. E quem seria capaz de vir me repreender? Mesmo que tivesse a droga de um professos que visse, o mesmo ficaria calado por eu ser uma pessoa importante.

Uma vez no ensino fundamental zoei tanto de uma menina que ela saiu chorando na frente de todo mundo. Era religiosa e usava só saia. Adorava puxar sua saia na frente de todos, mostrando o rabo que tanto esconde.

Na 9° série fiquei implicando quase o ano todo com outra menina da minha sala, apelidei ela de “BomBril”! Tinha um cabelo duro da porra! Depois ela saiu da escola, acho que deve ter se mudado.

Teve outro menino o Pedro chulézento. Ele me dava nojo, fedia a sovaco, cutucava o nariz, entre outras coisas. Fiz tanto bullying com aquele menino que admito que até senti um pouquinho de remorso... Há já passou!

O filho da puta foi o único que teve coragem o suficiente para me denunciar na direção, é mó otário mesmo.

“Pelo amor de Deus Diretora! Eu nunca faria isso com ninguém. O Pedro queria ficar comigo, mas eu recusei, eu disse que queria só estudar por enquanto. Mas... mas ele não aceitou, fica me perseguindo desde então e está fazendo de tudo pra me prejudicar” (choro falso)

De que lado você ficaria se escutasse isso?

Hoje ainda gosto de me distrair rindo das roupas feias das meninas, debochar de alguns meninos ridículos da escola, rabiscar o caderno dos idiotas da minha sala, corta o cabelo das meninas enquanto elas dormem, gravar vídeos das meninas fazendo as necessidades no banheiro, enfim, a lista é extensa.

Sei oque todo mundo deve pensar: “Isso é bullying”, “ tem que ter empatia”, que se FODA tudo isso! Nem ligo, é divertido e pronto, ninguém vai morrer só porque fiz algumas brincadeiras. Na minha opinião, conforme os anos vão se passando o povo fica cada vez mais sensível, uma população que não aguenta nada.

Tudo é motivo pra dizer que é contra lei, ou que vai acabar ferindo os sentimentos dos outros. No entanto, se eu vejo uma pessoa feia e horrorosa na minha frente, eu tenho que informá-la do seu quadro. Rir um pouquinho também não arranca pedaço de ninguém.





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Tortura no Cárcere - Síndrome de Estocolmo Onde histórias criam vida. Descubra agora