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**Mônica**

Estou no quarto presa, isso mesmo! Lucas me prendeu novamente no quarto e já tem um dia que meu sequestrador não aparece. Seguro minhas pernas com força apoiando meu queixo nos meus joelhos.

Minha mente está uma bagunça:

Não sei se devo ficar triste ou feliz pelo meu pai ter morrido.

Não sei como está vivendo minha mãe agora, se é que ela permanece viva!

Não sei se minha irmã já foi embora, ou se ela realmente está bem!

Matei um homem! Eu gostei disso, mas mesmo assim eu matei uma pessoa!!

 
Meu psicológico não anda mais o mesmo: tenho insônia, crise de pânico, depressão e o pior é que estou começando a gostar da pessoa que eu deveria mais odiar nesse mundo!

 
Minha vida aparentemente perfeita sumiu!

Suspiro mais uma vez, e limpo as minhas lágrimas mais uma vez..

 
Escuto a porta se abrindo, sabia que era ele, mas não dei o gostinho de olha-lo. Ele se aproxima de mim e coloca uma Marmitex na cama.

 
Lucas – Boa tarde princesinha!

Lucas tinha vários curativos e sua perna estava enfaixada no lugar da facada, sua expressão estava séria.

O silêncio dominava o local. Até que Lucas vira novamente em direção á saída.

Mônica – Lucas, minha irmã continua aqui ou ela está em outro lugar?

Lucas – Não é da sua conta! – diz grosso.

Mônica – Deixe eu vê-la? Por favor!

Lucas – Não – diz continuando á andar.

Eu me levanto da cama e falo enquanto me aproximo dele:

Mônica – Nós fizemos um acordo! Eu lhe dei TUDO!! Só quero saber dela, só quero vê-la mais uma vez! – falo com lágrimas nós olhos.

Lucas ignora as minhas palavras e continua andando até a porta. Consigo alcança-lo primeiro antes de abrir a porta e seguro a sua mão.

 
Mônica – Por Favor!

Lucas tira minhas mãos com presa como se fosse um grande pedaço de merda e me ignora novamente.

Suas digitais abrem a porta e para minha surpresa ele abre passagem para eu passar.

Mônica – Sério? – abro um sorriso e ele concorda com a cabeça – Mas onde ela está? – falo empolgada.

Lucas – No galpão, acho que você se lembra como chega lá!

 
Mônica – S-sim! Mas eu vou sozinha?

Lucas – Pra você conseguir fugir da qui só se tu virar o Batman!

Sem esperar mais nenhum minuto começo a correr em direção do elevador, até esqueci o meu almoço, a ansiedade de ver minha Maísa era muito grande. Fico sorrindo o caminho todo igual criança, chego na parte de fora do prédio e saio na área onde é repleta de homens armados.

Cada passo até o galpão parecia uma eternidade, chegando na porta vejo várias mulheres e crianças almoçando no local. Fico alguns segundos do lado de fora vendo se eu achava Maísa.

Depois de um tempo consegui reconhecer minha irmã sentada no fundo do galpão almoçando como todas as outras. Ela estava sozinha e seu olhar parecia triste, minha vontade era de abraça- lá com urgência.

Tortura no Cárcere - Síndrome de Estocolmo Onde histórias criam vida. Descubra agora