Capítulo 14

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Jimin on

― Não devia ter ligado para ele. ― resmunguei.

― Você queria que eu fizesse o que? Não quis nem mesmo ir ao hospital ver o que aconteceu. ― retrucou a acastanhada sentada do outro lado da sala.

― Eu já disse, foi apenas um mal estar. ― virei o rosto, cansado de discutir aquilo.

― Saiba que as pessoas não saem por aí desmaiando à toa, Jimin. ― retrucou no mesmo tom.

Revirei os olhos.

― Papai, cê tá bem mesmo? ― minha pequena perguntou, sentada no meu colo.

― Eu estou ótimo, foi só um susto, princesa. ― sorri grande.

― Saberíamos ao certo se deixasse eu te levar ao médico. ― Nayoung argumentou.

― Sem médico, já disse. Agora chega desse assunto, Nayoung. ― resmunguei irritado pela insistência.

Foi a vez dela revirar os olhos.

― Teimoso que nem uma mula. ― murmurou.

― Eu ouvi, tá?

― Eu sei que ouviu.

Bufei.

Ela também bufou me imitando.

Revirei os olhos mais uma vez virando o rosto para Nabi, que estava agarrada a mim como se a qualquer momento eu fosse fugir.

Pouco menos de uma hora depois, Taehyung atravessa a porta do apartamento. Seu olhar preocupado vem direto até mim. Suspirei, sabendo o que estava por vir.

― Eu estou bem, eu juro ― tentei o tranquilizar.

― Não foi ao médico, então como é que você sabe? ― me perguntou em tom acusatório.

― Bom eu já vou indo, estou atrasada para encontrar minha irmã. ― Nayoung levantou do sofá dizendo ― Foi um prazer conhecer você lindinha ― sorriu na direção de Nabi e foi até a porta. ― Vejo vocês por aí, vizinhos. ― saiu fechando a porta atrás dela.

― Ainda vamos conversar sobre isso mais tarde. ― Taehyung disse como um aviso, indo na direção de Nabi que ergueu os bracinhos para ele. ― Oi, pequenina. Como você está? ― sentou no sofá com ela em seu colo.

― Nabi está bem, tio Tae ― ela o respondeu, ainda com a mania de falar em terceira pessoa. Um hábito que estava na hora dela largar.

― Eu vou preparar um chá. ― disse me retirando.

Fui até a cozinha, abrindo o armário para pegar a chaleira, a enchi colocando a água para ferver. Encostei-me na beirada da pia e fechei os olhos brevemente, respirando fundo algumas vezes antes de abri-los. Quando o fiz, lá estava Taehyung, parado na entrada da cozinha me encarando.

― Está se sentindo mal de novo? ― perguntou olhando-me preocupado.

― O que? ― o olhei confuso por uns instantes, logo entendendo ― Não, eu só estava pensando. ― respondi.

― Pensando no que? ― se aproximou. Ele me encarava esperando uma resposta, e tudo que consegui fazer foi desviar os olhos soltando um leve suspiro.

― Nada demais. ― menti.

― Tem certeza? ― duvidou.

― Tenho. ― assenti, forçando um sorriso ao encará-lo novamente.

― Tem certeza que não quer ir ver a causa desse desmaio? Eu estou preocupado, amor. Nunca aconteceu antes. ― deu mais alguns passos na minha direção.

― Exatamente. Nunca aconteceu. ― concordei ― Como eu disse a Nayoung foi apenas um mal estar. Nada demais.

O moreno suspirou derrotado, sabia que não adiantaria insistir, eu não ia mudar de ideia. Ao invés disso ele terminou a distância entre nossos corpos agarrando minha cintura e beijando meu pescoço, sabendo que era meu ponto fraco. Fiquei todo molinho em seus braços, diferente do amiguinho embaixo. Estava ficando excitado com tão pouco.

― Se a Nabi não estivesse aqui podiamos repetir a noite de ontem. ― sussurrou em minha pele.

― E quem disse que não podemos? ― disse no mesmo tom com a voz afetada.

― E o chá que veio fazer? ― arqueou a sobrancelha, afastando os lábios da minha pele.

― A água! ― me lembrei da água no fogo.

Tae soltou um riso anasalado.

― Você não presta, sabia? ― resmunguei, desligando o fogo.

― Sabia. ― sorriu convencido encostado na ilha da cozinha, seus olhos analisando algo abaixo da minha cintura.

Tampei minha ereção já evidente com a camiseta, agradecendo pela blusa ser grande e larga o bastante para isso.

― Vá fazer companhia para minha filha que eu já levo o chá, peste. ― expulsei o empurrando para fora da minha cozinha.

Sorrindo, Taehyung voltou para a sala de estar.

Logo me reuni a eles, levando o chá e alguns biscoitinhos com suco para Nabi. A pequena estava encostada em Taehyung, sentada no carpete fazendo carinho no Tanzinho que cochilava com a cabecinha peluda no colo dela. Desde o dia que viu o Yeontan, Nabi se apaixonou pelo cãozinho de Tae. O peludinho era o xodó da minha princesinha.

Sorri vendo a cena adorável.

― Aqui está, gente! ― anunciei, me aproximando. Coloquei a bandeja com as coisas sobre a mesa de centro.

― Bicoito! ― a pequena sorriu feliz.

Taehyung se esticou pegando o prato com biscoitos e colocando em sua perna para que ela pudesse pegar sem precisar sair dali.

― Nabi agradece, tio Tae. ― disse a morena com suas maria chiquinhas, sempre sendo educada. Seulgi havia a ensinado bem, obviamente.

― De nada, minha pequenina. ― ele sorriu bobalhão. Tae ficava todo bobão perto da Nabi. Era a coisa mais adorável de ver.

― Não tem espaço para mim nesse abraço aí, não? ― perguntei querendo atenção também.

― Claro, papai. ― disse ela, batendo no lugar vazio do outro lado dela.

Sorri indo me sentar ao seu lado. Taehyung sorriu na minha direção passando o braço por cima do sofá onde estávamos encostados até chegar no meu ombro.

Eu me sentia tão bem perto das duas pessoas que mais amava.

Eles eram meu lar. 

About Last Night 2 {Vmin}Onde histórias criam vida. Descubra agora