Observando os cachos do amante que, virado de costas para si tentava cair no sono, se sentia como um ordinário homem apaixonado. Inevitávelmente, sentia o cheiro de sabonete em sua pele e o cheiro de seus cachos, pouco bagunçados. Se pudesse escolher sua morte, escolheria morrer sentindo aquele cheiro.
Quando notou seus próprios movimentos sua destra já estava infiltrada entre os cachos rebeldes, acariciando levemente. Tocava nos fios atrás e acima de sua orelha com as pontas dos dedos e então adentrava os cachos do topo, acariciando seu couro cabeludo. Desceu até os cachos em sua nuca, acariciando outrora sua pele e outrora torcendo os fios e os observando mudar de formato. Em resposta, Will se arrepiou e suspirou levemente com o toque em sua nuca, ele parecia gostar do carinho.
Sorriu, era quase ridículo a forma na qual admirava tudo que envolvia o cacheado.
Sentia uma imensa vontade de se aproximar, e não negou seu próprio desejo. Quase puxando o moreno, juntou seus corpos de maneira que estivessem grudados. Com seu rosto acima do ombro do outro, sentia seu cheiro ainda melhor, e não podia evitar beijar a pele quente e já marcada por si. Inevitável era, também, deixar outras marcas.Beijando-o e sentindo seu cheiro agora tão de perto, ainda não se sentia satisfeito. Queria Will de maneira em que nunca estaria verdadeiramente satisfeito. Seu cheiro, seu corpo, seu toque nunca seriam o suficiente. Ter o seu calor junto ao dele, o gosto de sua pele e a textura de seus cabelos em sua mão era um privilégio que desejava ter para sempre, pois nunca se sentiria cheio daquela sensação, afinal o que faria sem ele? Estava vivo por sua causa e com ele morreria, se assim fosse possível.
Seus fios amontoados dentro de seu punho, não pode evitar puxar-los com possessividade e afundar seu rosto no vão do pescoço dele, ele grunhindo alto em resposta. Não tinha intenção de atrapalhar o seu sono, mas por que não? Não possuíam nenhum compromisso no dia seguinte. E, bem, Hannibal nunca foi o tipo de pessoa que ignora os próprios desejos.
E os sons, mesmo tão discretos, que saím dos lábios entre abertos do moreno eram um enorme incentivo. Beijava e mordia onde conseguia, uma de suas mãos acariciando e apertando seu abdômen e cintura e a outra em seu cabelo. Iria provoca-lo até que ele tivesse os mesmos desejos que os seus, e não era tão difícil.
Passou a acariciar seu abdômen, e com outra mão o seu peitoral. Chegava no cós da roupa íntima, mas não adentrava, a outra mão acima do seio masculino resistindo a própria vontade de aperta-lo e satisfaze-lo apenas pela possibilidade de escuta-lo pedindo. Mas foi quando não resistiu o aperto, quando não resistiu infiltrar sua mão na única peça de roupa e senti-lo pulsar que escutou ele chamar por si. Ele era belíssimo, ainda mais quando clamava pelos seus toques e chamava pelo seu nome como se realmente fosse uma necessidade. E ele sabia que bastava isso, para que Hannibal o desse tudo.
Com aqueles toques, Will pensava na ironia. Detestava o contato visual e os toques desnecessários quando o conheceu, e agora ansiava por eles como um vício. Com ele em cima de si tocando-o tão intimamente, olhava para os olhos âmbar como se procurasse por algo. Como se procurasse por algo que confirmasse que ele o amava e o desejava. E era tão fácil de encontrar. Conseguia ver Hannibal verdadeiramente, tomou seu tempo para que isso acontecesse, mas era o único com esse privilégio. Era o único com o privilégio de ser tocado como uma escultura por aquelas mãos, de ser beijado com tanta luxúria por aqueles lábios macios. O único com o privilégio de vê-lo inteiramente nu, de vê-lo com os cabelos bagunçados e grudados em suor, de vê-lo derreter em seu interior, de escuta-lo respirando pesado e descompasso após isso. Era, acima de tudo, o único que ele amava e desejava com tanta fome.
As mãos dele apertavam sua carne como se quisesse marca-lo sem necessidade de usar sua boca, já que ela se tornou ocupada demais ao redor do seu membro. Ambas as roupas íntimas já estavam perdidas, suas pernas vergonhosamente abertas e ele entre elas, uma de suas mãos habilidosas o apertando com força, e a outra o preparando para recebe-lo cuidadosamente. Era estímulo demais, Hannibal Lecter conhecia-o inteiramente como ninguém, principalmente o seu corpo. Ele sabia todo e cada lugar que deveria apertar, pressionar, puxar, beijar, chupar, lamber, morder, bater. Ele, afinal, havia sido quem o fez conhecer os próprios pontos fracos. Seu corpo se tornava dele, moldado por ele, moldado para ele. O entregava o controle sobre si cada vez mais porque sabia que, também, tinha controle sobre ele. Se não quisesse, o psiquiatra não o tocaria, não o teria, se quer chegaria ao ápice. O lituano é seu, dá mesma forma em que é dele.
E ele sempre reforça isso, sempre reforça o quanto ele é seu, perto do seu ouvido, enquanto começa a forçar-se para dentro de si após impedi-lo de chegar ao ápice em sua boca. Ele sempre aperta sua cintura, beija seu peitoral ou suas costas, aperta suas coxas, morde seus ombros, ou qualquer parte que esteja mais perto do seu rosto, e principalmente, puxa seus cabelos. Havia certa obsessão a cerca deles, não entendia, mas era de se notar. Ele cheira, acaricia, puxa e as vezes até lava os seus cachos. É interessante, e definitivamente, passou a se tornar prazeroso para si tanto quanto era para ele.
Sabia que ele estava próximo quando ele o colocava de joelhos e mãos no colchão, apesar de ser um costume que ele queira ver suas expressões, ele costumava aumentar a força de suas estocadas de maneira mais apropriada naquela posição. Lento e fundo, os sons pornográficos aumentavam satisfatoriamente. Talvez fosse desnecessário, mas escutar os grunhidos gradativos do lituano era tão bom para si quanto era para ele escutar os seus. Ele tinha uma de suas mãos novamente infiltradas entre seus cachos já completamente amassados e a outra apertando sua cintura com força, chamava por seu nome e, em algum momento, se tornou mais rápido do que o normal. Seus músculos começaram a tremer, espasmos tomando conta de suas pernas, sentiu-se chegar antes de Hannibal, choromingando com os movimentos constantes contra si enquanto estava amplamente sensível. Ele ia rápido, agarrando seus cabelos agora com ambas as mãos, sentia seus olhos encherem de lágrimas enquanto aapertava o tecido facilmente “rasgável” abaixo de si. Até que ele saiu, soltando-o e sujando suas costas com seu ápice.Cansado, deixou seu corpo cair sobre o edredom confortável. Poderia dormir ali mesmo, ainda mais quando sentiu o lituano o abraçando e acariciando as raízes de seu cabelo de forma oposta na qual puxava minutos atrás – tão carinhosamente que o causava sono. Mas não poderia dormir, estava sujo, assim como a roupa de cama em que seus corpos descansavam.
Mas não precisou dizer nada, em alguns minutos, seus músculos descansavam na água quente da banheira enquanto Hannibal lavava seus cachos amorosamente – assim como sabia que ele iria fazer.
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One's Hannigram
FanfictionTodas as minhas one's de Hannigram, posteriormente publicadas no Spirit, reunidas por ordem de publicação; de 2019 até os dias atuais.