One's Hannigram

Belíssimo Will (romântica)

O moreno tinha as costas desnudas visíveis enquanto dormia de bruços, o edredom branco cobrindo apenas até o seu quadril. A pele sem defeito algum era convidativa ao seu toque, porém não o faria acordar antes do seu tempo. Seus cabelos estavam bagunçados e Hannibal infelizmente não conseguia ver o seu rosto, não por muito tempo, já que o outro se revirou sonolento e desconfortável até estar de frente para si. Ele abriu seus olhos lentamente para acabar de frente com os olhos atentos do mais velho. Já acostumado em ser observado tão intimamente, sorriu discreto; o médico sempre tivera hábitos deverás estranhos, considerava este um pouco melhor do que ser cheirado.

- Will, meu belíssimo, belíssimo Will.

Apenas segurou seu rosto, sabia que seu olhar era provavelmente tão cheio de ternura ao ponto de ser cômico para o professor. E ele sorriu tão abertamente, seus dentes, imperfeitos, tão lindos o hipnotizavam, fazendo o sorrir também. Acariciou o rosto sereno, a barba rala fazia algo como cócegas em suas mãos, mas jamais reclamaria. Acariciou então a sua nuca, descendo até cada cicatriz do seu corpo, gentil e lentamente. Ele olhava para si como se estivesse curioso, ainda assim, parecia feliz.

Não precisavam dizer nada, a presença tão pacífica um do outro era ainda muito nova, porém cada novo momento que viviam juntos, somente eles e mais ninguém, era íntimo e amável.

Não conseguiu evitar se aproximar, beijando a testa alheia e sentindo o menor o abraçar, aconchegando-se envolto em si. Pensou em dormir novamente, mas sua mente era tomada por quem o abraçava e isso não o permitia relaxar por um segundo se quer. Seria rude adormecer quando há muito à fazer em um momento como este, como por exemplo: apreciar aquele que finalmente tinha em seus braços, muito o que fazer, não? Os cabelos pareciam pedir para que fossem tocados, e jamais negaria nada à tudo que compõe Will. Passou uma de suas mãos sobre os cachos levemente, apenas para então põr seus dedos entre os fios, acariciando o couro cabeludo e escutando um grunhido de sono e satisfação em resposta. Seu corpo se remexeu, procurando mais conforto. Entrelaçou suas pernas, continuando com um de seus braços em torno de si e o outro em baixo do pescoço de médico, seu rosto literalmente no peitoral do mesmo. Grudado em si como um filhote, Hannibal não se sentia tão confortável quanto ele, porém, pensando bem, parecia um bom momento para dormir.