Possédé (erótica)

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Sua pele bronzeada reluzia com a luz da lua que vinha de uma pequena fresta da grande janela que não estava coberta pela cortina, está sendo a única luz presente no quarto junto de uma única vela ao lado da cama. Ele suava frio e respirava com força, seu corpo exposto tremia levemente e as marcas em seu corpo ainda ardiam, a corda envolta em seus pulsos o causava grande incomodação, mas não mais que a ereção intocada entre suas pernas.

Conseguia sentir sua presença desde que acabara naquela situação, mas não sabia exatamente onde ele estava e o que faria consigo, o que finalmente veio a se encerrar quando a respiração quente fez contato com seu abdômen, a mão pesada descansando em sua coxa e beijos descendo até seu quadril. Sua mão suavemente indo da sua coxa até sua ereção, a respiração tão perto da mesma que o deixava ansioso. Tudo que recebeu foram movimentos lentos e torturantes, a palma circulava sua glande e então descia pela extensão, seu quadril se movimentando quase involuntariamente, porém sendo contido pelas coxas do doutor e seus lábios ardendo por mordidas de desespero para conter seus gemidos.

- Sabe que não lhe restringi de fazer os sons que pretende, Will.

Se arrepiou, aquela sendo a primeira vez desde que fôra vendado que escutava a voz daquele que o dominava. Sua mandíbula relaxou e seus lábios libertos agora sangravam levemente, o gosto de ferro tomando conta de sua boca e o toque súbito da mão quente do doutor em seu queixo lhe assustando. Deslizes um pouco mais rápidos em seu membro fizeram os primeiros gemidos saírem do seu controle, os dedos ágeis que tocavam seu rosto agora brincando com sua língua, um suspiro discreto sendo notado por sua audição aguçada e o peso em suas coxas já não estava mais lá. Ambas as mãos se desvencilharam de si por alguns segundos antes de separarem suas pernas, o deixando tão exposto que se sua mente não estivesse nublada por excitação estaria se corroendo de vergonha, a mão esquerda voltando a bombear seu membro enquanto os dedos que antes estavam em sua boca adentravam seu corpo com cuidado, mesmo que já tivesse sido apropriadamente preparado, o mais velho sempre fazendo questão de trata-lo com paciência no começo de qualquer relação.

Seus pés doíam por estar tão desconfortávelmente exposto daquela maneira, todo seu peso sendo colocado sobre eles e seus tornozelos implorando para que mudasse de posição, seus pulsos provavelmente completamente machucados pelo atrito com a corda e o maldito fato de que não podia ejacular o deixavam a beira da insanidade, os toques ainda eram gentis; pacientes, porém tão certeiros que tudo que conseguia pensar era no quanto precisava de alívio. Tremores tomavam conta das suas pernas e seu coração pareceu parar por um segundo, gemidos nada discretos ecoavam pelo quarto e a sensação dos dedos abandonando seu interior o satisfez, a outra mão entretanto continuava em seu membro sensível, ainda mais rápido que antes. Sentiu que agora estava finalmente deitado e seus braços amarrados em baixo de si doíam, tão desconfortáveis eram todas as posições e os tremores não iam embora, lágrimas desciam por baixo de sua venda; um desconforto enorme em seus olhos cansados quando finalmente teve contato com a pouca luz do ambiente, a mão livre de Lecter entre seus cabelos, afagando com carinho, enquanto o observava intimidadoramente perto. Sua respiração estava completamente descompassada quando seus lábios foram capturados com ternura, o doutor sendo gentil o suficiente para notar e o deixar se recuperar após o beijo de curta duração.

O fato de que havia tido um orgasmo seco já pelo começo o intimidava quando sabia que aquela sessão iria durar muito mais, queria que seus braços fossem libertados para poder toca-lo, queria que ele apenas fodesse logo com a sua consciência, porém era orgulhoso demais para implorar, pelo menos por agora.

Quando fôra colocado de joelhos no chão ao pé da cama sua visão já estava perigosamente acostumada, pode ver com clareza quando ele se sentou à sua frente, inexpressivo. A calça social fôra aberta e a mão que antes estava em seu membro puxou o do próprio para fora, a outra puxando seu rosto molhado para mais perto.

- Seja cuidadoso com seus dentes, não irei soltar suas mãos agora. Se não fizer como dito, talvez eu apenas não solte as suas mãos.

Concordou com a cabeça, deixando o outro guiar seu membro até sua boca. Começou dando atenção para a glande, para então o acomodar ao máximo em sua boca. Subia e descia lentamente, quando precisava respirar, lambia a extensão e repetia tudo de novo. A dificuldade aumentada por não poder usar suas mãos o deixava apreensivo, sabia que não havia errado, porém não sabia se aquilo estava o satisfazendo. Quando ele pôs sua mão entre os cachos bagunçados, não o empurrando para baixo, apenas o segurando e o deixando continuar do seu modo, teve a resposta que precisava. Entretanto o contato não durou muito, um puxão leve em seu cabelo foi o suficiente para o afastar, seus lábios vermelhos escorriam vestígios do ato sujo e o médico parecia satisfeito em ver o resultado de suas ações em todo o seu corpo. Ele o olhava com luxúria, provavelmente pensando sobre o que faria consigo, mesmo que sua própria visão estivesse borrada, sabia que Hannibal estava, e tudo que sabia fazer era esperar por suas vontade. A mão ainda em seu cabelo afagou ali, descendo até sua orelha, onde deliberadamente deu-se permissão para inclinar sua cabeça, recebendo o carinho de olhos fechados e bom-grado.

Lecter repentinamente deixando de tocar em si para se levantar. Puxado pelas cordas em seus braços para ser colocado de bruços sobre a cama, sentiu como se sua pele estivesse rasgando. Como recompensa, o alívio das cordas o abandonando o fez suspirar, junto com o repentino toque úmido do membro do mais velho provocando-o, não por muito tempo. Puxou seu quadril para cima, empurrando sua cabeça contra o colchão e o adentrando sem mais. A dor causada ao mesmo tempo que a dor das mãos apertando suas coxas e cintura com tamanha força o deixando atordoado.

O calor infernal no corpo angelical de Will o consumia, sentia sua mente tomada por pensamentos possessivos e tudo se resumia a ele.

Jamais fugiria de si. Jamais pensaria em fugir de si. Ninguém seria capaz de satisfaze-lo como ele. Ninguém seria capaz de ter-lo daquela maneira, ou de qualquer outra. O único momento em que se sentiria livre e satisfeito, era consigo.

Conseguia ver com não muita clareza todas as marcas que havia deixado, arranhões, chupões, as marcas das cordas em seu pulso, marcas das suas mãos feitas inconscientemente nas nádegas fartas, sem tomar conta de que onde tocava no momento também ficaria marcado. O corpo inteiro em sua frente sendo a tela perfeita para seus caprichos. Os cachos molhados e bagunçados se movimentavam com o impacto dos quadris, os sons que ambos produziam sendo indiscretos, denunciando o quanto ambos desfrutavam do ato selvagem, ambas as respirações descompassadas, os movimentos ficando mais suaves quanto mais perto do ápice chegavam.

Precisava ver o seu rosto. Precisava ver a expressão de puro deleite causada inteiramente por si em seu rosto cansado. Precisava olhar em seus olhos nebulosos e apreciar o quão perigosos eram os seus efeitos. Precisava ver o quanto era recíproco. Virando-o, viu seu abdômen molhado se contraindo, a primeira cicatriz feita por si sendo ali, então a cicatriz em sua testa, pouco coberta por cachos suados. Seus motivos por ter marcado-o daquela forma pareciam cômicos de se lembrar enquanto estava vivendo consigo e alguns cachorros resgatados em uma cabana, enquanto estava dentro de si e enquanto podia ver as alianças brilhantes em suas mãos entrelaçadas. Haviam marcas intrusas ali, entretanto.

Inclinou um pouco o seu corpo, o ritmo sendo lento. Suas mãos se desvencilharam para que pudesse segurar seu rosto, as de Will indo rapidamente de encontro as suas costas desnudas, arranhando-as com força. O relevo presente em seu maxilar o trouxe memórias de como haviam acabado daquela forma, a noite em que Francis os uniu novamente, os marcou profundamente. Mordeu acima de sua clavícula, agora ninguém mais o marcaria além de si. Espalhou beijos na área, deleitando-se com os sons cada vez mais altos, o aperto envolta de seu membro limitando seus movimentos, até que finalmente chegou.

- Hanni...Hannibal, sou seu.

Levantou seu tronco minimamente, apenas para ver seus olhos cansados e braços abertos de forma convidativa, se aconchegou ali. Sabia que agora ninguém tentaria os separar, nem Jack, nem Alana, nem Molly ou Walter. Poderia relaxar, ele finalmente era seu.




One's HannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora