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Manuela

Não tô nem acreditando que eu tô no PPG, sério mesmo.
Desde que eu sai de casa eu tô rindo muito mas eu não sei explicar o porque!

Tô com uma adrenalina gigante como se algo fosse acontecer e tô começando a ficar com medo, será que é medo de morrer? Será que eu vou morrer, Jesus?

A Virgínia tá me olhando como se eu fosse doida e o Uber como se eu tivesse usado droga! Mas eu só tô com uma sensação estranha.

Subiu o Uber até certa parte da favela e disse que não podia subir mais. Mandei a localização pra Amanda e sentamos na pracinha que estava enfrente pra esperar.

Aqui é bem movimentado, o pessoal subindo e descendo, dançando no meio da rua, carros de som ligados e bastante gente subindo de moto-táxi que eu me arrisco dizer que não sai daqui e vieram para o baile.

Virgínia: Aqui tem uma energia boa né?- perguntou do nada e fechou os olhos.- espero que o baile seja bom também!

Manuela: tô sentindo nada além da sensação de que alguma coisa vai acontecer.- cruzei as pernas e comecei a tremer a de cima.

Vi um garoto moreno passando que em seguida olhou pra mim e falou algo no radinho, tive uma leve impressão de já ter visto ele em algum lugar mas tava longe e eu sou um pouco cega pra saber ao certo. Virgínia se despertou da sua conexão e a Amanda chegou encima de uma moto e mais duas atrás dela.

Amanda: Tô nem acreditando que você tá aqui!- abriu um sorrisão que me lembrou alguém e eu rir da reação dela.- Oi, tudo bem?- perguntou pra Vi.

Virgínia: to bem e você?- foi lá na moto abraças ela e eu fiz um biquinho.- engole o bico, quando eu fiquei com ciúmes tu me xingou.

Manuela: Não xinguei não, sua mentirosa!- cruzei os braços.

Amanda: Vamo logo né, madames?- subi em uma moto e a Virgínia na outra que já ficou dando encima do garoto que veio rindo das palhaçadas dela até aqui na casa da Amanda.- Bem vindas a meu humilde barraquinho.

Virgínia: só se for o barraquinho né? Casona dessa!

Amanda: vou só esperar minha mãe chegar pra gente subir pro baile.- sentou no sofá e chamou a gente também.- tá estranha Nunu, o que foi?

Manuela: tô tranquila, amiga, acho que é ansiedade só!- respirei fundo e a porta da sala foi aberta passando por ela uma mulher bem bonita por sinal que novamente me fez lembrar alguém.

Xx: Boa pra você aí dona Lu, o chefe pediu pra eu ficar de contenção hoje aqui.- ela revirou os olhos.

Lu: Manda seu chefe me esquecer por uns minutos.- fechou a porta e abriu de novo- desculpa, não quis ser mal educada.- a gente riu chamando a atenção dela que fechou a porta de novo e veio em nossa direção.

Amanda: tô indo pro baile, tá bom?- abraçou ela pela cintura e a mãe dela deu um beijinho na ponta do seu nariz e confirmou olhando pra nós.

Lu: Tudo bem meninas?- perguntou sorrindo pra nós que concordamos com a cabeça.- avisou seu irmão? Ele tá todo estranho aí por causa de uma mulher, tu sabe quem é?

Amanda: Ninguém sabe quem é, as vezes converso com ele sobre, só sei que é da pista e eles terminaram por causa das paranóias dele.- pegou uma bolsa e colocou no ombro- tchau mãe. Até Amanhã.

Seguimos ela pra fora e começamos a subir um morrinho. Rapidinho chegamos na rua que estava cheia de gente, várias barraquinhas e um palco que dava de frente pra um camarote improvisado.

Lá tinha vários homens armados e tava muito tumultuado, mal dava pra ver quem tava la!

Amanda: Vamo buscar algo pra beber! Vai querer o que vocês?- se virou pra gente.

Até mais.Where stories live. Discover now