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Medelin

8 horas depois

Passaram oito horas desde a pior cena da minha vida. Vê o carro da minha mulher pegando fogo com o meu sogro dentro e olhar pro lado e vê minha mulher jogada no chão em prantos, puta que pariu essa cena não sai da minha cabeça, parece um filme de terror.

Senti meu peito aperta e minha respiração desregulada, estavam aceleradas demais, mas continuei com a minha postura e subi aquele morro.

Tava prestes a matar o cara que tava destruindo a minha família, tava acabando com os meus sonhos e acabando com a minha paz. Sempre pensei em matar aquele velho asqueroso mas nunca achei que seria nessa situação, eu não sabia que seria assim.

Mas não tinha volta, não tem como eu voltar no tempo e parar tudo só pra não passar por isso, só pra não ver a minha mulher passando por isso.

Olhei de relance para trás e só atrás de mim tinha dez homens fora os que estava adentro do morro. Voltei meu foco para aquele morro, já estava no topo do morro, agora era só ir ao encontro do português.

Meu radinho apitou e peguei ele logo em seguida.

📡 Frequência on 📡

4M: Chefe, tô vendo o português com a tropa dele!

Medelin: Estão aonde?

4M: Na rua atrás da quadra, pelo que estou vendo eles estão comemorando, tem whisky e bastante música.

Medelin: Continua no seu posto e na visão que eu tô chegando aí.

📡Frequência off📡

Saber que ele está comemorando me deixa com mais sangue nos olhos pra matá-lo. Cada passo que eu dou eu penso em tudo que ele tá fazendo eu passar, a cada passo que eu dor eu sinto medo pela minha mulher e pela minha pequena Maria, a cada passo que eu dou eu lembro da minha família, do sorriso da minha mulher em saber que íamos ter um filho.

Tudo isso passa pela minha cabeça enquanto vou indo ao encontro dele.

Diminui os passos, já dava pra ouvi o som e o barulho de vozes e risadas. Me encostei na parede que dividia minha tropa e a tropa do português.

Ajeitei o fuzil em minhas mãos, levantei mais o meu fuzil, olhei para minha tropa e estavam todos prontos, respirei profundamente e olhei novamente de cantinho para aqueles homens bebendo e se divertindo.

Ali tinha cerca de oito a nove homens, estavam armados mas não preparados, todos com copos na mão, creio eu que tinha whisky dentro.

O plano era simples matar todos ao redor e deixar somente o português vivo. E pra facilitar minha vida o português tava um pouco afastado falando no telefone e ele parece bastante feliz.

Olhei pra minha tropa e assenti com a cabeça, saímos de trás da parede mirando nós homens que estavam lá e foi só tiro na cabeça de cada um, cada som de tiro era um do deles caindo, os sons de tiro era como música que ensaiamos por horas e saiu perfeitamente perfeito.

Pegamos eles tão de surpresa que ficaram em choque quando alguns dos deles caíram, mas nós não demos tempo deles pensarem em levantar as armas só atiramos  neles. Apontei meu fuzil pro português que tava com os olhos arregalados e o celular um pouco afastado do ouvido, ele olhava tudo aquilo espantado, em choque.

O olhar dele veio de encontro ao meu e ele soltou o celular que caiu no chão se quebrando. Os tiros pararam o que significa é que estava todos mortos e só tinha sobrado o português.

Medelin: Achou mesmo que eu não ia vim atrás de você? - sorri irônico vendo sua cara de assustado.

Português: Acho que subestimei você, vamos conversar meu caro - falou com a voz trêmula tentando reverter a situação em que ele se encontrava, eu ri pelo seu desespero.

Medelin: Eu não faço negócios com inimigos e não converso com quem cravou uma guerra comigo - falei me aproximando dele. - você deveria ter me matado junto com meu sogro mas foi burro demais pra isso, você achou que ia ficar vivo depois de ter matado alguém da minha família? Me subestimou tanto que agora vai morrer nas minhas mãos - disse com todo ódio que estava dentro de mim.

Cheguei perto dele e abaixei meu fuzil e em um movimento rápido tirei a pistola que ele tinha na cintura. Joguei a arma dele longe da gente.

Medelin: Saiba que a sua mulher vai pro mesmo lugar que você, pro inferno, e eu vou ficar com esse morro todinho pra mim! - cuspi essas palavras em sua cara, vendo seus olhos demonstrarem raiva, pânico e medo.

Português: Não ouse encostar em minha mulher - falou e eu ri.

Medelin: Você mexeu com a minha mulher e com minha filha, isso é pouco perto do que você fez - engoli o choro - Você vai morrer com a culpa da sua filha nascer sem um pai e sem uma mãe, você vai morrer pensando que a sua mulher vai ter o mesmo fim que você - olhei para o lado e vi um machado encostado na parede, fui até esse machado e peguei ele, olhei para o português sorrindo diabólico.

Fui até ele o vendo da passos para trás tentando fugi. Segurei o machado com força e acertei ele bem na barriga vendo ele gritar e cai de joelhos no chão, o grito dele foi um gás pra eu acertar ele mais uma vez e não parei mais, acertei seu braço vendo ele voar.

Descontei tudo nele, dei várias machadadas nele sentindo o ódio me comover, cada machadada era pela minha filha, pela minha mulher, pelo meu sogro e pela minha família. Por fim acertei sua cabeça bem ao meio vendo ela se parti.

Espirrou sangue para todo lado e escorreu pelas minhas mãos, o português estava morto diante dos meus pés e em vez de está feliz aquilo estava me dando agonia, meu coração estava agitado, minha cabeça estava confusa. Tiros foram dados para cima em forma de comemoração.

Me ajoelhei naquele chão duro e a única coisa que eu fiz foi chorar, eu gritei tentando tirar toda aquela dor que tava em mim. A dor de perda, por que eu sabia que minha filha não ia ficar bem, ela não ia resistir!

Os tapas nos meus ombros me dando parabéns pela conquista de mais um morro não me deixava nada feliz. Isso aqui não valia de nada pra mim, por que a única coisa que eu queria era minha filha bem.

Nada disso aqui faz mais sentido pra mim, por que eu me doei sempre pra isso aqui, e quando foi minha vez de ter algo que me fizesse bem, eu perdi tudo!

(...)

Reta inicial do livro vai ser iniciada a partir daqui!

x80

Até mais.Where stories live. Discover now