Aviso!!
O Capítulo a seguir trata de um tema extremamente delicado!
— Esse rio é famoso? — pergunto, parando e me inclinando no parapeito pra observar as águas lá embaixo.
— Rio Sena, nunca ouviu falar?
— Acho que sim — respondo me afastando e voltando pra perto de Thierry.
Estamos no meio do percurso e a Torre Eiffel fica cada vez mais enorme a nossa frente. Coloco minhas mãos nos bolsos pra aquecer.
Parece que está cada vez mais frio também.
Retiro uma das mãos pra fora do bolso e ergo a altura do peito, abaixo o rosto pra ver que horas são e só com a visão do pulso vazio é que lembro não ter mais o relógio.
— Você vem muito aqui? — pergunto rapidamente com um suspiro.
Tento mudar a mente de direção pra não me chatear com essa perda.
— Quase todos os dias — Thierry diz animado — É o caminho que faço pro meu segundo emprego.
— Ah é... Você não me disse onde trabalha. — lembro, coçando a cabeça.
— Ali!
Sigo a direção que ele aponta, só por seguir mesmo, afinal já sei o que tá a frente. Arregalo meus olhos impressionada.
Deve ser tão legal trabalhar lá.
— Na torre?
— Sim e não — Ele responde rindo.
— Como assim?
— Você entenderá.
Bufo frustrada e cruzo meus braços parando de caminhar.
— Você gosta de fazer um mistério né?
— A vida é um mistério — Ele diz parando também — Acho que eu já disse isso.
Abro a boca pra responder, mas paro quando minha atenção se fixa na cena que vejo a frente.
— Por favor! — peço agoniada — Me diga que não estou vendo o que eu estou vendo.
Thierry se vira pra olhar o motivo da minha aflição e fica boquiaberto. Eu observo tudo sem reações, mas meu desespero em querer fazer algo se torna maior que a paralisia que me atinge. Então, dou um passo maior avante, forçando meus músculos a reagirem, decidida a interferir.
— Não. — Thierry sussurra me segurando — Calma.
Olho pra ele pasma por tentar me parar, mas logo volto a prestar atenção na cena horrenda.
A alguns metros de nós, um homem está sentado. Isso seria bom... Até normal. Se ele não estivesse sentado sobre o parapeito da ponte, encarando fixamente as águas movimentadas.
— Tem que ter muito cuidado nessas situações. — Thierry sussurra, dessa vez me soltando — A gente pode acabar piorando, é muito delicado.
— Não posso encontrar alguém que está a beira de um precipício e não tentar ao menos estender uma mão a ela.
Ele vira o rosto e observa o homem. Conto os segundos pra que ele me diga alguma coisa. Cada segundo pode ser fatal.
Finalmente, Thierry volta a me encarar e acena concordando.
— Eu vou ligar pro resgate — avisa pesaroso — Tome cuidado.
— Tá.
Me afasto de Thierry e caminho devagar até o homem. Pé por pé, vou me aproximando. A certa altura ele vira o rosto o suficiente pra me ver. Um segundo depois, volta a sua atenção para o rio abaixo. Engulo em seco assustada com a possibilidade de minha presença fazer ele apressar a besteira que quer fazer.
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Um dia em Paris
Любовные романыJordanna é uma fotógrafa de 24 anos que recebe como premiação de um concurso, uma grande oportunidade de viajar até Amsterdã por seis meses para fazer um curso profissional de fotografia. Com direito a hospedagem, um tour pelos jardins das tulipa...