Nota da autora!!
O capítulo a seguir contém cenas de violência.
{20 horas em Paris}
— Olha quem eu encontrei, mas como essa cidade é pequena.
— Vocês não desistem mesmo. — reclamo cruzando meus braços.
— Não! — rosna pra mim o cara do "dente de ouro" — Principalmente quando aparece uma garotinha enfezada que vive pra me atrapalhar. Você-já-encheu-meu-saco.
— Ótimo! — digo me endireitando — Então me deixa ir e você não terá que se preocupar. Não vai ver minha cara por aí tão cedo.
Pego a mão de Thierry e dou um passo avante tentando forçar nossa saída.
O arruaceiro do "dente de ouro" bloqueia a passagem e me empurra com toda força. Tropeço em Thierry e ele me ajuda a firmar o meu pé, evitando uma queda.
— Não vou mesmo. — zomba e cospe na minha cara.
Esfrego meu rosto involuntariamente, limpando a saliva de mim.
— Acha que pode fazer isso e sair de mansinho — Thierry ralha olhando de mim pros caras e deles de novo pra mim.
Um deles. Aquele a quem eu ajudei sair da linha do metrô, aponta uma arma na direção da minha cabeça.
Como isso é possível? E os detectores lá fora?
— Não se preocupa não. O dono dela tá no banheiro lá debaixo — diz o outro cara - aquele em quem bati com a câmera - quando nota meu espanto. — Só não sei quando ele vai sair.
Eles mataram um guarda?
— Você não vai mais me atrapalhar. — "Dente de ouro" diz entredentes — James, acaba com essa infeliz.
Thierry se coloca na minha frente me defendendo, mas me recuso a me esconder desses criminosos. Afasto minha cabeça e os espio por cima do ombro dele.
Fixo os olhos no rapaz a quem eu ajudei. Ele hesita em atirar me observando atentamente. A essa altura eu já teria levado um tiro na cara.
Continuamos a nos encarar e o líder do bando começa ficar impaciente.
— Atira de uma vez. — "Galo na cabeça" pede batendo com força no ombro do "amigo" — Não tá vendo que a polícia já vai aparecer. Anda logo!
O tal James apruma a arma apontando pra mim. Ergo uma mão a frente do rosto, mas continuo o encarando.
Ele desvia os olhos dos meus e os fixa na minha mão. Algo que vê parece o incomodar. Seu rosto se contorce numa careta. Em seguida volta a focar meu rosto.
"Por quê?" James pergunta gesticulando com os lábios.
O observo sentindo o coração arder dentro de mim. Olho pros comparsas dele muito rapidamente e outra vez o encaro, tentando afastar qualquer medo do meu olhar.
— Misericórdia. — respondo num sussurro.
Ele respira de forma acelerada e continua me encarando a arma em seu punho treme levemente, mas ele não atira. O dedo no gatilho se movimenta. Ele pisca longamente e engole em seco.
Zangado pela hesitação do colega, "Galo na cabeça" avança contra ele, tira a arma de sua mão e aponta pra mim. Os olhos transbordando rancor. Sem pensar duas vezes ele aperta o gatilho.
Me sobressalto com um pulo, mas nada acontece. Encaro o cano do revólver e ergo o olhar notando a confusão de "Galo na cabeça". Ele me observa surpreso e cerra os dentes com raiva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um dia em Paris
RomanceJordanna é uma fotógrafa de 24 anos que recebe como premiação de um concurso, uma grande oportunidade de viajar até Amsterdã por seis meses para fazer um curso profissional de fotografia. Com direito a hospedagem, um tour pelos jardins das tulipa...