{25}A Torre de Paris está caindo!

50 14 50
                                    

Nota da autora!!

O capítulo a seguir contém cenas de violência.

{20 horas em Paris}



— Olha quem eu encontrei, mas como essa cidade é pequena.

 — Vocês não desistem mesmo. — reclamo cruzando meus braços.

— Não! — rosna pra mim o cara do "dente de ouro" — Principalmente quando aparece uma garotinha enfezada que vive pra me atrapalhar. Você-já-encheu-meu-saco.

— Ótimo! — digo me endireitando — Então me deixa ir e você não terá que se preocupar. Não vai ver minha cara por aí tão cedo.

Pego a mão de Thierry e dou um passo avante tentando forçar nossa saída.

O arruaceiro do "dente de ouro" bloqueia a passagem e me empurra com toda força. Tropeço em Thierry e ele me ajuda a firmar o meu pé, evitando uma queda.

— Não vou mesmo. — zomba e cospe na minha cara.

Esfrego meu rosto involuntariamente, limpando a saliva de mim.

— Acha que pode fazer isso e sair de mansinho — Thierry ralha olhando de mim pros caras e deles de novo pra mim.

Um deles. Aquele a quem eu ajudei sair da linha do metrô, aponta uma arma na direção da minha cabeça.

Como isso é possível? E os detectores lá fora?

— Não se preocupa não. O dono dela tá no banheiro lá debaixo — diz o outro cara - aquele em quem bati com a câmera - quando nota meu espanto. — Só não sei quando ele vai sair.

Eles mataram um guarda?

— Você não vai mais me atrapalhar. — "Dente de ouro" diz entredentes — James, acaba com essa infeliz.

Thierry se coloca na minha frente me defendendo, mas me recuso a me esconder desses criminosos. Afasto minha cabeça e os espio por cima do ombro dele.

Fixo os olhos no rapaz a quem eu ajudei. Ele hesita em atirar me observando atentamente. A essa altura eu já teria levado um tiro na cara.

Continuamos a nos encarar e o líder do bando começa ficar impaciente.

— Atira de uma vez. — "Galo na cabeça" pede batendo com força no ombro do "amigo" — Não tá vendo que a polícia já vai aparecer. Anda logo!

O tal James apruma a arma apontando pra mim. Ergo uma mão a frente do rosto, mas continuo o encarando.

Ele desvia os olhos dos meus e os fixa na minha mão. Algo que vê parece o incomodar. Seu rosto se contorce numa careta. Em seguida volta a focar meu rosto.

"Por quê?" James pergunta gesticulando com os lábios.

O observo sentindo o coração arder dentro de mim. Olho pros comparsas dele muito rapidamente e outra vez o encaro, tentando afastar qualquer medo do meu olhar.

— Misericórdia. — respondo num sussurro.

Ele respira de forma acelerada e continua me encarando a arma em seu punho treme levemente, mas ele não atira. O dedo no gatilho se movimenta. Ele pisca longamente e engole em seco.

Zangado pela hesitação do colega, "Galo na cabeça" avança contra ele, tira a arma de sua mão e aponta pra mim. Os olhos transbordando rancor. Sem pensar duas vezes ele aperta o gatilho.

Me sobressalto com um pulo, mas nada acontece. Encaro o cano do revólver e ergo o olhar notando a confusão de "Galo na cabeça". Ele me observa surpreso e cerra os dentes com raiva.

Um dia em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora