Epílogo

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{Em fim... Amsterdã}





Um mês se passou desde que desembarquei em Amsterdã. Consegui viajar sem muitos incidentes. Passei um bocado do tempo conversando com o homem de azul... Ou melhor, Olivier.

Ele é bem legal, apesar de ter um jeito sério naturalmente, mas parte de seus olhares furtivos pra mim, naquele dia em que me assustou, foi por desconfiar que a cunhada andava aprontando em Paris.

Paris... ah Paris.

Nunca imaginei que iria ver a cidade mundialmente famosa de uma forma tão diferente. Um dia em Paris me trouxe coisas, que esse mês em Amsterdã não foi capaz de superar.

Não sei o que pode me acontecer daqui pra frente.

Tudo que sei é que mesmo não vivento altas aventuras tenho estado bem contente e segura com ajuda de Deus.

Consegui filme novo pra contax, em um estúdio de fotografia que fica logo em frente ao hotel onde estou hospedada. Achei que teria dificuldades por causa da câmera ser modelo antigo, mas graças a Deus tive esse excelente achado.

Fiz vários passeios; corri pelos canteiros de tulipas vermelhas, quase cai dentro do lago enquanto me equilibrava em um barco que passava junto aos moinhos de ventos – eu queria conseguir um ângulo melhor na foto – depois fui visitar o museu da Anne Frank.

Chorei com a história enquanto estava lá.

Também fui ao antiquário de Fautier, mas ele tinha viajado outra vez e eu só pude conversar com uma funcionária que não entendia bem inglês. Enrico e Angelique estavam com ele na viagem, então não os encontrei.

O curso tem sido muito legal. Até agora não precisei fotografar nenhum prato de comida.

O pessoal é muito animado e amistoso. Fiz amizade com uma Holandesa chamada Beatrix que me ajudou a entrar na sala correta, no meu primeiro dia dentro do instituto.

Sem querer tinha entrado na sala onde cursam gastronomia. Quase desmaiei ao ver um dos alunos usando aqueles dólmãs de cozinheiros e flambando legumes.

Era a nuca do Thierry... É que... Eu não vi a cara dele de inicio, só a nuca. Achei que era Thierry, mas me enganei.

Também o que estaria fazendo aqui? Não teve sentido achar que era ele.

Enfim... Beatrix passava por mim e dei um encontrão nela com o susto, aí ela me ajudou e ficamos amigas.

De resto o que tenho feito é... Tirar fotos, fotos e mais fotos. Do jeito que eu gosto. Aqui as paisagens naturais são lindas, como pinturas feitas por Deus.

Prossigo pelo longo corredor do hotel e paro em frente à porta do meu quarto. Encaixo o envelope com minhas fotos recém-reveladas embaixo do queixo e vasculho minha bolsa em busca da chave pra entrar.

Assim que a encontro, destranco a fechadura entrando apressada no cômodo e jogo a bolsa bege "tapa janela de avião e passeadora de taxis" sobre a cama. Com mãos ansiosas começo a rasgar a aba do envelope que acabei de pegar no estúdio.

Estou curiosa há tempos pra saber como saíram às fotos de Paris.

Puxo o maço de papéis, deixando os negativos caírem no chão e reviro nas mãos pra ver a primeira imagem.

Observo com um suspiro a paisagem que fotografei do Hotel em Paris.

Através de uma janela com cortinas brancas quase translucidas, vejo o nascer do sol. Um leve alaranjado que preenche o céu irradiando de um circulo perfeito e amarelo. Árvores pequenas plantadas lado a lado tomam cores sombreadas e verdes escuras. Suas silhuetas estão cortadas por raios de luz. Pequenos arco-íris pontilham aqui e ali, uma fatia do gramado que pode ser vista junto da sebe.

Um dia em ParisOnde histórias criam vida. Descubra agora