Capítulo V

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    O dia se passou rapidamente, os preparativos para o baile já estavam a começar. Elise tomava um banho de lírios para acalmar os nervos, repassando cada informação sobre a família Bradford em sua cabeça. A família era composta por cinco membros, Malcolm Bradford, o honorado duque, acompanhado de sua esposa Anelise, a duquesa, são seguidos de seus filhos, o misterioso e futuro duque, o maior alvo de fofocas, Thomas Bradford. Dizem que ele é o homem mais bonito de toda Inglaterra, já Elise tinha suas dúvidas, havia também a filha do meio, Amy Bradford, ela também era conhecida por Medusa, por fazer os homens virarem pedras por sua beleza e havia também o caçula, James Bradford, o futuro marido de Elise. De fato ela era um homem bonito, apesar de às vezes parecer um tanto presunçoso e tímido.

O vestido serviu perfeitamente nela e os brincos de diamante de sua mãe foram colocados em suas orelhas. O perfume de flores deixava um rastro de violeta pela sua pele, era doce e seu favorito. Ansiosa, ela pegou seu xale e passou pela porta de seu quarto seguindo para a escadaria.

Cada passo, um pensar novamente. E se tudo der errado? E se pensarem que não sou uma boa opção? E se eu envergonhar meu pai? Suspirando e expelindo todos seus pensamentos, pisou no último degrau da escada. Seu pai usava uma roupa típica dos homens londrinos, terno, e sapato social preto, seu cabelo e bigode estavam perfeitamente arrumados. Ele parou de olhar seu relógio de bolso dourado e seu olhar foi atraído para a bela figura no pé da escada, Gregory abriu um sorriso e disse:

- Está belíssima minha filha, melhor já irmos!- seu pai ofereceu o braço e ela aceitou , a carruagem os esperava.

Através da janela conseguia ver a linda lua, as estrelas brilhavam com intensidade, elas eram todas iguais, mas pareciam ter algo diferente, o formato talvez, a intensidade de seu brilho, mas todas pareciam se destacar mais. Talvez o diferencial delas atraia mais a atenção do que o grande satélite ou porque eram em maioria. Sua mãe dizia, quando era pequena, que as pessoas que iam embora da terra viraram estrelas, será que por isso havia tantas? Ela viraria uma estrela ao lado de sua mãe um dia?

A paisagem começou a mudar quando passaram do portão da residência dos Bradford, a grama foi cortada em formas bonitas, mas a do centro do jardim foi cortada na forma da letra "B", estava óbvio que era do sobrenome Bradford. A fila de carruagens estava grande, em cada uma delas jovens estavam preocupadas em causar uma boa impressão a família Bradford, em específico, o futuro duque.

Estava agradecida por não ser uma delas, mas agora era noiva de um deles, talvez elas estivessem com mais sorte que Elise. Um tapete vermelho foi estendido até a entrada do casarão, a casa havia sido pintada de branca e dourado, alguns achavam simples, mas dava um ar de graça e sutileza.

O lacaio ajudou Elise descer da carruagem, ela estava maravilhada com a paisagem, nunca tinha visto uma casa tão grande e um jardim tão belo. Com os braços entrelaçados ao de seu pai, ela andou até a entrada da casa, dois homens estavam apostos da entrada, trajados em belas roupas, e logo liberaram a entrada.

Em sua vida tinha ido em apenas dois bailes, mas era pequena e não eram bailes de famílias nobres, crianças não frequentavam bailes da alta sociedade, então ela nunca precisou saber se portar nesses bailes e muito menos ter um cartão preenchido por nomes de homem que a escolhiam e não ao contrário.

Eles seguiram para o salão de baile e quando as portas se abriram, a melodia das músicas entravam em seus ouvidos, os pares rodopiavam pelo imenso salão, as damas usavam vestidos com as mais diversas cores, alguns mais escuros, outros mais claros. Para o seu temor, quando ela entrou no salão de baile, os olhares foram atraídos diretamente para ela. O duque abriu um sorriso e pediu que ela se aproximasse, eles estavam no centro do salão conversando com o Conde de Wessex, ela se lembrava do homem porque todo dia após as reuniões da Câmara dos Lordes ouvia seu pai dizer que o homem era de causar imensos problemas e já tinha ido até sua casa reclamar sobre o posicionamento de seu pai sobre um projeto que não beneficiaria ninguém além dele próprio. O homem era uma verdadeira fraude e falido, tentava enganar belas e inocentes moças apenas caçando suas fortunas.

Ao se deparar com um duque, fez uma reverência.

- Gregory, essa deve ser sua filha, a senhorita Elise.- o duque por mais que causava temores em qualquer um, aparentava um olhar traquilo e descontraído.

- Sim, Bradford.

- Lady Elise, é um prazer conhecê-la. Não tenho costume de te ver em bailes, por certamente me lembraria da senhorita.- interrompeu o Conde.

- Não tenho o costume de ir a bailes, milorde.

- Mas deveria! Uma bela jovem como a senhorita não deveria ser privada dos prazeres das debutantes. - esse homem não causava nada além de enjoos a Elise

- Acredito que sim, lorde Wessex. Mas ouso dizer que você não poderia me proporcionar nenhum deles.

O homem a olhava sobressaltado e com fúria nos olhos e seu pai lhe deu um cutucão, já o duque riu.

- A senhorita tem um ótimo humor, isso é bom, senhorita.

- Milordes, senhorita, se me derem licença. - O Conde saiu do local com uma fúria nos olhos.

- A senhorita tem uma língua afiada.- Ressaltou o duque

- Perdão, Vossa Graça. Não quis ser rude com o Conde.- mentiu. Aquele homem deveria receber toda indelicadeza possível.

- Não se desculpe, se não fosse por formalidades, não teria convidado, ele é um tirano. - Elise sorriu relaxada, não queria causar outra má impressão- Vou lhes apresentar para a minha esposa e meus filhos.

Eles assentiram e o seguiram .

Passaram por vários grupos, e de em um, Vossa graça apresentava Elise como sua futura nora. As debutantes a olhavam com ódio e Elise já sabia o que elas pensavam "como essa garota conquistou um dos filhos do duque?". Muitos pensariam que a garota estava louca por não estar tão animada para seu casamento, ainda mais com um dos homens mais bonitos de toda Londres, mas se soubessem que ela estava prometida por conta de uma dívida, seria um escândalo.

Casamentos por dívidas não eram incomuns, mas uma dívida com um duque? Só um louco ousaria dever a um dos amigos do Rei e que possuísse tal honra. Eles chegaram em um canto um tanto afastado do salão e lá estavam quatro figuras, que eram de imediato, reconhecíveis por sua beleza de fato.

- Permitam lhes apresentar minha família. Essa é a minha esposa Anelise - apontou a sua direita, a mulher por mais que fosse com uma maior idade ainda aparentava muita beleza por mais da expressão cansada. Também quem não estaria, Vossa Graça tem muitos afazeres e muitas responsabilidades- Minha filha Amy, James, o qual você conhece e....

O Duque olhou à sua volta à procura de certamente seu filho mais velho e futuro duque.

- Bom, a apresentação a Thomas terá de ser mais tarde.

- É uma honra conhecer...e rever um de vocês. - Disse Elise tentando parecer o mais relaxada possível.

- Deve ser a minha futura cunhada, senhorita Elise, certo?

- Sim, senhorita Amy.

- Meu irmão não errou ao descrevê-la, uma mulher com uma aparência notável e uma ótima educação. Esses elogios são raros vindo de James, acho que roubou o coração de meu irmão, senhorita.

Um rubor tomou conta do rosto de Elise.

- Senhorita Elise, me daria a honra dessa dança?- Indagou James- Permite, senhor Floren?

- É claro, querida?

- Seria uma honra, milorde.

Antes de se dirigir para a dança fez uma reverência a família Bradford. Ele aceitou a mão de James que a guiou até o local da dança.

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