Capítulo XVI

10 2 0
                                    

       Correndo ao lado de sua mãe Elise se divertia pelo campo florido, sorrisos e risadas eram trocados.

- O que faço agora que estou sem você mãe?

- Continue sendo a pessoa que eu sei que você. Persistente, corajosa, e feliz, não deixe que minha partida mude você, a tristeza faz parte da vida, mas superar ela é o mais importante. Precisa pular os obstáculos para conquistar seu prêmio, ser feliz, ser você mesma. Sua essência não é um dos vestidos que você coloca para as pessoas verem, é uma coisa que ninguém pode tirar de você, sempre estará aí- ela colocou a mão no coração de Elise- Por mais que se escolher em situações difíceis seja quase impossível , na maioria das vezes é necessário.

Elise escutou algo....alguém a chamando. Sua mãe a olhou e sorriu.

- Coloque-se em primeiro lugar, por mais difícil que seja.

.........................................

Elise abriu lentamente seus olhos e viu Thomas, James, o Duque e seu pai. Os dois mais novos sentavam em uma das poltronas do quarto, já o Duque e Gregory andavam de um lado para o outro.

- E se ela não acordar, Malcom.

- Não diga uma dessas coisas Gregory. Ela só está inconsciente logo acordará.

Thomas passava a mão pelo rosto quando olhou Elise que mantinha os olhos abertos. Ele levantou sobressaltado e todos olharam na mesma direção que ele, seu pai foi até e segurou sua mão e apertou.

- Finalmente acordou minha filha...se lembra de alguma coisa?

Elise repassou a noite anterior em sua cabeça, a falta de ar em seus pulmões e dificuldade em enxergar....

- O incêndio.

- Como se sente Elise?- perguntou o Duque

- Cansada, mas bem.- ela teve dificuldade para se sentar em sua cama.

- Vou pedir para lhe trazerem um chá, vamos deixá-la descansando.

Todos saíram da sala, deixando Elise sozinha. Ela olhou o quarto, era espaçoso dividido em dois cômodos . Havia uma lareira junto de dois sofás, uma mesa e duas poltronas. Tinha candelabros em cada parede e duas cômodas aos lados da cama, em uma delas havia uma palmatória de vela com uma vela encaixada mas desligada. O quarto era bem arejado por ter muitas janelas, Elise queria saber o que tinha na segunda parte do quarto onde conseguia ver um espelho e um banco na janela, perfeito para leitura, ela pensou. Bateram na porta de seu quarto.

- Pode entrar!

Era uma senhora, não deveria ter mais de 50 anos, seus cabelos pretos estavam presos em um coque e sua roupa estava ajeitada nas cores azul e branco. Ela trazia consigo uma xícara de chá em um pires de porcelana. Elise aceitou de bom grado, a senhora fez uma reverência e se retirou. A garota passou um bom tempo em sua cama com tédio mas também sem forças para levantar, estava no tédio, estava descansada então não queria dormir, ela escutou a porta de seu quarto abrindo quando conseguiu ver quem era, James.

- Se sente melhor?- Ele perguntou

- Sim, mas não estou com forças para me levantar...

- Precisa de algo?

- Não, estou bem. Creio eu, não podemos nos evitar para sempre. Precisamos....

- Outro momento talvez seja melhor, sairei junto de meu pai para resolver algumas questões no conselho. Meu irmão, Amy e minha mãe ficarão aqui, se precisar pode chamá-los, também há criados pela casa toda. Bom descanso, Elise.

Elise ficou um tanto frustrada, estava decidida a consertar as coisas entre eles, mas pelo visto seria um obstáculo a ser vencido. Ela pensava como poderia consertar as coisas, a conversa não parecia uma solução, mas era a única saída....

- Elise.

A frente de sua cama estava Thomas. Ela estava tão perdida que nem havia reparado na presença dele.

- Me assustou....Por que aparece tão de repente e silenciosamente?

- Bato na porta na próxima vez.

- Desculpe. Estou um pouco....Esqueça. Obrigado.

- Pelo o que exatamente?- ele não sabia mesmo?

- Por me salvar do incêndio da minha casa.

- Se lembra....

- Parece surpreso, eu não estava totalmente inconsciente.

- Infelizmente a casa está destruída, quase em ruínas, apenas algumas coisas estão intactas....Mas consegui recuperar isso, que estava com você.

De seu bolso Thomas retirou o colar de esmeralda de sua mãe, uma das únicas coisas dela. Ele a entregou.

- Obrigada...é a única coisa material que tenho de minha mãe.

- É muito bonito. Vi que na saída da casa trouxe o livro que lhe emprestei.

- Está em bom estado?

- Inteiro, assim como ele foi.

- Poderia me empresta-lo novamente? Não terminei de ler, e está sendo um tanto tedioso ficar aqui.

- Não está conseguindo se mover?- ele parecia mais preocupado agora.

- Meu corpo está cansado, parece difícil ficar em pé.- talvez descansar você mesmo necessário naquele momento.

- Quer mais algum livro?

- Acredito que não.

- Está bem, já volto.

- Thomas- disse ela o impedindo fazendo ele a olhar novamente- Obrigada, mas uma vez. 

Em resposta ele sorriu para ela. Se passam o que por Elise poderia dizer há séculos e Thomas não voltava, mesmo cansada não aguentava ficar em sua cama. Com calma se levantou e pegou seu xale, conforme dava seus passos ficava apoiada em algo. Na segunda parte do quarto havia um grande espelho, um piano e um armário, as paredes eram brancas com arabescos e flores douradas assim como o andar inferior. Ao sair de seu quarto não notou nenhum movimento, ao andar por um tempo chegou na escadaria para subir de andar, deveria estar no segundo ela pensou, quando tinha ido até a biblioteca com Thomas reconheceu o andar, Elise subiu todos os lances e se sentia cansada quando chegou ao andar isolado onde havia apenas a imensa biblioteca. Estranhou ao ver a porta um pouco aberta então silenciosamente se aproximou, se sentia como uma criança novamente.

A PropostaOnde histórias criam vida. Descubra agora