Capítulo II

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     Na carruagem, Gregory pensava na decisão que havia tomado. Ao passar pela porta de sua casa, o homem foi em busca de sua filha. A porta da biblioteca estava entreaberta, e lá Elise Floren escolhia mais um de inúmeros livros para se aventurar na pequena biblioteca em sua preferida poltrona vermelha, ela usava um simples vestido verde claro. Gregory bateu na porta, a garota se virou para olhar e abriu um sorriso.

- Pai! Como está? Foi ao Will 's?- Elise deu um beijo na bochecha de seu pai.

- Estou ótimo, minha filha. No Will 's foi como sempre, homens presunçosos e apostas perdidas...Qual foi o escolhido da vez?- disse ele observando o livro em sua mão.

- Shakespeare! Um livro de poemas que encontrei.

- Oras! Este novamente?- Elise demonstrava certo apreço por poesia, especialmente por escritores ingleses.

- Sabe pai, que és um dos meus favoritos.- Elise amava o que os livros lhe proporcionavam, viajar por outros mundos, enfrentar guerras nunca vistas e se apegar a personagens irreais- O senhor viu a Senhora Anne?

- Não vi minha querida, mas por que deseja encontrá-la?

- Combinamos um passeio ao parque, gostaria de tomar um pouco de ar fresco e achei uma boa ideia.

- Uma esplêndida ideia!- Gregory sabia que sua filha sempre foi de certo modo aventureira e que não gostava de ficar em casa por muito tempo, mas quando se encontrava lá, a biblioteca era seu quarto de certo modo.

- O senhor gostaria de nos acompanhar?

- Não conseguirei minha querida, muito trabalho a ser feito, mas aproveite o passeio. Fará uma bela tarde de sol, acredito eu.

- Uma pena que nunca há espaço em sua agenda.- disse ela com uma expressão e voz que demonstrava uma certa tristeza.

- Tentarei ser mais presente, prometo minha querida, mas tem sido difícil sem alguém para me ajudar.

- Está bem papai, já me acostumei.- a perda de sua mãe os distanciou de certa forma, mas ele tentava se manter presente.

A garota se despediu de seu pai e subiu a escadaria em direção ao seu quarto. O senhor Floren sorriu para sua filha, mas seu olhar era pena. Ela seria capaz de o perdoar

.....

Elise escolheu um vestido rosa claro com renda branca para o passeio no parque. O dia estava ensolarado e os pássaros voavam sobre o céu limpo e junto do vento fresco, se tornava um ambiente muito agradável. A senhora Anne andava ao lado da garota, silenciosamente, o parque no fim da tarde não estava muito movimentado, muitas damas passeavam ao lado de seus pretendentes, algumas senhoras conversavam enquanto seus filhos corriam pela grama brincando alegremente .

- Senhora Anne, vamos sentar um pouco?- Elise gosta de sol, mas ficar na sombra de uma árvore também era muito tentador.

- Claro, senhorita!

Perto delas havia algumas lavandas que lhe remetiam ao cheiro de sua mãe, as memórias a atingiam como agulhas em sua cabeça. Ela desviava a atenção para outros detalhes menos agonizantes. Seu pai foi a primeira coisa que lhe veio à mente. Ele sempre era um tanto reservado, mas hoje parecia preocupado e inquieto. Elise sabia que ele estava com alguns problemas financeiros mas tentava não se intrometer. Não eram assuntos de sua natureza. Sua atenção, de repente, foi atraída para um homem que se aproximava. Ele era muito bonito, seus cabelos castanhos e olhos mel eram ressaltados com o brilho do sol.

- Senhorita Floren, é um imenso prazer lhe conhecer!- como esse sujeito a conhecia, ela com certeza se lembraria dele.

- Perdão, milorde, mas eu lhe conheço? O senhor não me parece familiar.-

- Meu nome é James...Bradford.- Ele hesitou de certa forma revelar seu sobrenome, pois certamente qualquer um bem informado se lembraria da família que portava esse nome.

Elise se levantou sobressaltada. Como aquele gome a conhecia, ainda mais sendo de uma família de grande renome.

- Milorde!- exclamou ela fazendo uma reverência acompanhada pela Senhora Anne - A...que lhe devo a honra?

- Bem, meu pai considerou cedo para nos conhecermos, mas quando eu a vi aqui, considerei uma boa ideia conhecer a senhorita já que é minha futura esposa.

A garota arregalou os olhos. O homem à sua frente um dos filhos de um duque poderoso e influente a tinha chamado de futura esposa?

- Perdão milorde, mas acredito que esteja enganado.- Ela ainda não acreditava nas palavras que acabaram de serem ditas.

- A senhorita é Elise Floren, correto?

- S-sim eu sou. Mas não vejo como posso ser a futura esposa do senhor.

- Então não há engano algum senhorita. .- O homem falava com um tom tão natural, mas Elise ainda estava incrédula.

- E-eu não fui informada de nenhum arranjo de casamento, senhor Bradford.- Seu coração parecia que iria explodir e sua cabeça tentava encontrar algum fio de racionalidade para não largar o homem à sua frente e ir correndo para sua casa questionar seu pai.

- Seu pai deveria querer lhe fazer uma surpresa, mas acredito tê-la estragado.

- D-d-deve ser isso, milorde- como ele pôde lhe esconder algo assim?

- Caminha comigo, senhorita Elise?- perguntou ele calmamente como se não tivesse lhe contado a maior e mais chocante notícia que mudaria sua vida para sempre.

- É...é claro, milorde.- aceitar o convite não era o desejado, mas o necessário. Ela deveria estar pronta para esse momento, sempre foi treinada para um futuro como esse, mas não esperava ser pega desprevenida.

As palavras que James havia lhe dirigido mal foram ouvidas, quando ele se ofereceu para acompanhá-la até sua casa, ela negou de imediato dizendo que ele era um homem muito ocupado e que deveria ter grandes afazeres. A senhora Anne também parecia imensamente surpresa sobre a novidade do casamento, mas ao contrário dela ficou super feliz com a notícia. Provavelmente por ele ser de uma família rica e influente, por ele ser bonito e educado, mas a única coisa que ela pensava era como não chegaria em casa e quebraria tudo ou passaria o resto do dia chorando em seu quarto. Elise com toda sua fúria, ignorou todos ao seu caminho e foi em direção ao escritório de seu pai. Esclareceria tudo agora.

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