Capítulo VI

13 3 0
                                    

 A música tocada era valsa, rodopios e sorrisos eram dados, conversas trocadas e olhares de tamanha emoção. O casal ficou em silêncio até que James disse:

- O baile está de seu agrado senhorita?

- Não tenho muito costume de ir a bailes milorde, mas nunca fui a um de tamanha grandeza e beleza. E o senhor?

- Não sou o maior admirador de bailes, ainda mais quando se é filho de um duque. A cada passo dado tem alguma debutante ou mães atrás de nós.

Ela sabia a quem ele se referia ao usar o termo "nós", todos os filhos da família.

- Ao menos, agora não de mim. Nem todos sabem que estou comprometido, mas irei anunciar no baile de hoje. Agora como sou seu noivo e futuro marido, me chame de James, por favor.

- Então James, pode me chamar de Elise.- Ela não esperava que o anúncio fosse tão rápido.

- Desculpe ser direto...mas o que pensa sobre filhos?

A pergunta deixou Elise surpresa, ela nunca tinha pensado sobre, tinha sim vontade de ser mãe, mas tinha um tanto de receio, queria conquistar muita coisa ainda.

- Gostaria sim de ser mãe...mas creio que ainda é um tanto cedo. Gostaria de estabilizar minha vida junto de meu marido.

- Uma resposta incomum.- disse ele demonstrando um sorriso.

- O que quer dizer milorde?

- Muitas damas diriam que gostariam de ser mães o quanto antes.

- Não sou como as damas de quem está acostumado, milorde.

A resposta pegou James de surpresa e Elise estava um tanto incomodada, pela sua sorte, a orquestra tocou os últimos acordes.

- Foi uma honra, milorde.- disse ela fazendo uma pequena reverência

- Igualmente, senhorita. Poderia ter outra dança?- ele parecia ansioso de certa forma, ela não queria aceitar mas não queria criar um ambiente hostil.

- Certamente milorde, mas pode me dar um minuto?- precisava de um ar, o ambiente estava ficando mais quente

Ele assentiu. Elise foi em direção a mesa de bebidas e pegou uma limonada que estava azeda demais para o seu gosto, porém muito refrescante.

- Aparenta ser tão doce, mas é azeda quando se prova.- disse uma voz roubando sua atenção.

Elise se virou e se deparou com o Conde.

- Perdão?

- Não acha que foi desrespeitoso debochar de mim na frente de Vossa Graça?

- Não fui imprópria , apenas lhe fiz uma pergunta. Me desculpe se o ofendi de alguma maneira- ela feriu todo seu orgulho ao pedir desculpa, ele não merecia.

- Então na próxima fique de boca calada.- Sua expressão estava rígida, mas Elise não deixaria barato.

- Quem o senhor acha que é para falar assim comigo? Não pode me desrespeitar dessa maneira.- ela não aceitaria mais desrespeito vindo daquele homem.

- Sou um Conde.- ele disse como se fosse algo para se ajoelhar.

- Seu título pode expressar respeito, mas como pessoa, de minha parte não merece nada.

- Como ousa?!- disse ele sobressaltado

Elise já estava furiosa. Como ele achava que só por ser homem era superior a ela? Sem falar nada, saiu em direção a porta lateral que dava para o jardim.

Ao pisar na grama uma brisa gelada, atingiu-lhe no rosto, talvez a brisa a fizesse relaxar. Ela entrou em um pequeno labirinto que havia no jardim. Ele era cercado de várias flores, mas em maioria eram camélias brancas, elas não tinham um destaque em meio a escuridão, mas ainda sim eram notáveis.

Virando em alguns corredores do labirinto chegou ao um banco ao lado de um chafariz que funcionava formando bonitas quedas d' água. Elise se sentou ao banco de madeira e observou a vista, precisava espairecer depois dos desaforos ditos pelo Conde. Essa noite não estava nada boa. 

A PropostaOnde histórias criam vida. Descubra agora