- O que realmente aconteceu no jardim, senhorita Elise?
No escritório do duque estavam Gregory, James, Elise e até Thomas, que permanecia estranhamente calado.
- Vossa Graça, eu já lhe disse! Eu caí quando voltava do jardim, onde me perdi.- Sua mentira não parecia funcionar, o duque era mais esperto.
- Não se machuca os dois braços ao cair no jardim, minha filha.- Seu pai também tentava tirar alguma informação.
- Só queremos te ajudar Elise, por favor nos conte.- pediu James.
Elise permanecia calada e com o olhar fixo no chão, ninguém poderia a desmentir, então não saberiam a verdade.
- Foi o conde. O Conde de Jersey.- Elise não precisava olhar de onde viera a voz.
Todos o olhavam, inclusive Elise. Ele não iria dizer TODA a verdade, não poderia, iria arruinar todo o casamento...e a honra dela também.
- Como sabe dessa informação, meu filho?- A expressão rígida do duque era realmente amedrontadora.
- Eu estava lá.
- Conte essa história...com detalhes.- James dizia com fúria, como seu irmão sabia o que tinha acontecido com sua própria noiva e não lhe contou?
Elise o olhava com um olhar de súplica, mas ele continuou dizendo:
- Jersey estava agarrando Elise, perto da fonte. Ele apertou seu braço...e depois lhe deu um tapa e eu intervi. Por isso ele foi embora mais cedo...e sangrando
- Por que não me contou?- Sua voz expressava raiva.
- Mas não se preocupem, sem algo quebrado ele não saiu.- Ele disse com um sorriso de escárnio.
Os homens relaxaram suas expressões junto de Elise. Graças ao céus ele havia escondido sobre o beijo!
- Ótimo filho. Amanhã temos uma reunião na Câmara dos Lordes, vou...resolver esse "incidente".
Gregory e o Duque discutiam sobre a questão do jardim e depois tiveram um minuto de silêncio que foi quebrado por James, que estava com uma expressão de dúvida, mas também de raiva. Elise estava inquieta e muito incomodada. Não havia começado nada bem.
- Por que fingiram que não se conheciam?- A pergunta era obviamente a Thomas e Elise, mas nem tão clara para o pai de Elise e o Duque.
- Porque...irmão você sabe que alguém poderia escutar e que amanhã seria o foco das fofocas.
- Elise?- James disse
Ela ainda encarava o chão. Seu coração palpitava e sua mente estava ocupada por mil pensamento.
- Algo a mais aconteceu naquele jardim. Digam a verdade!- O tom de Vossa Graça era alto, soou...ou melhor era uma ordem.
- Jersey a beijou contra sua vontade.
Thomas agora era o foco no olhar de Elise que se levantou antes de qualquer um ter uma reação e disse a Thomas com um tom de indignação.
- Não era sua decisão.
Ela passou por ele que estava perto da porta, a abriu e foi embora para o jardim novamente. O ar trazia um frio mais ameno, ela foi para o labirinto enquanto uma voz a chamava.
- Elise espere!
Era o fofoqueiro, ou melhor Thomas. Ela o ignorou e continuou andando até que ele a puxou pelo braço que estava sensível e soltou um baixo gemido de dor e lhe disse a soltando:
- Me desculpa. Mas pode me escutar? Eles precisavam saber. Elise..
- Não era uma decisão sua, não deveria ter dito nada!
- Ele deve ser punido.- Thomas falou como se não fosse óbvio.
- Não era necessário ter falado sobre...o beijo.
- Meu pai sabia que tinha algo que não foi dito, ele conhece Jersey. Qual o real problema de eu ter dito sobre o beijo?
- Se isso se espalhar irá me arruinar!
- Disse que não queria esse casamento.
- Não...eu disse que não o amava- como poderia? Não se conheciam. - Mas para salvar meu pai eu preciso arcar com esse casamento, diferente de você eu não posso escolher com quem vou me casar. Não sabe como é difícil não ter controle sobre as próprias escolhas, eu nunca quis casar em especial com seu irmão, eu nem o conheço. Eu espero encontrar o amor, não ser obrigada a amar com quem vou me casar contra a minha vontade! Ao contrário do senhor, não posso escolher com quem ou quando vou me casar.
O olhar de Thomas demonstrava pena e compreensão, porém logo virou preocupação...mas não por ela. Ao se virar ela viu o Duque e James, que a olhavam.
- Vossa Graça...James, eu...
James foi embora e passou por eles. Elise não conseguia falar nada, sua boca abria e fechava.
- Não sabia que odiava a ideia de se casar com o meu filho, senhorita.
Elise reuniu coragem e disse:
- Eu...eu não tinha escolha. Queria um casamento por amor, se é que ele existe, acredito que possa amar James, mas queria que essa escolha fosse minha.
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A Proposta
RomantizmElise, um jovem senhorita da sociedade, sempre sonhou em se casar por amor e tinha a certeza de que seu pai, permitiria a escolher seu marido. Mas ao passear em no parque em um linda tarde, descobre que seus sonhos não poderiam se realizar. Ao entr...