Capítulo XI

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            Thomas usava um colete azul sobre uma camiseta de manga longa branca, um sobretudo preto por cima e uma calça e um sapato preto também. Ele estava belíssimo! Elise se distanciou de seus pensamentos quando ele a viu surpreso e disse:

- Elise...você aqui?

- Sua mã...a Duquesa me convidou para o chá.

- Ela me disse para recepcionar a convidada...mas não passou pela minha cabeça que era...

- Alguém que disse que não ama seu irmão e não queria se casar com ele? Tive o mesmo pensamento.

- Me desculpe. Sei que fui rude... Me acompanhe por favor.

Ela se levantou e o seguiu, eles desceram a escadaria e foram em direção ao jardim oposta do labirinto, em um momento um paredão de begônias laranjas e amarelas. Elise parou para observá-las.

- Bonitas não? São as favoritas de minha mãe.

- Eram as favoritas da minha também, ela dizia que elas traziam felicidades a quem as plantava, por isso se dava o trabalho de plantar todas.

- Já para a minha...simboliza o amor.

- Se me permite perguntar...já se apaixonou?

Eles se encararam

- O-o que?

- Vive citando sobre o amor, mas sabe o que ele realmente é? O que ele significa?

- Acredito que o amor é...- Ele foi interrompido por uma voz atrás de Elise.

- Ah! Aí está a minha convidada.

Ao se virar viu uma mulher vindo na direção deles. Ela usava um vestido azul escuro, mas em sua frente havia uma faixa dourada com detalhes em círculos, seus cabelos escuros estavam soltos trançados e seus olhos, era como o de todos os filhos, verdes claros como água cristalina.

- Deve ser Elise.

- Sim, Vossa Graça.- Ela disse com uma reverência

- Oh, por favor me chame de Anelise.

- Bom mãe já vou indo.- Thomas se despediu de sua mãe e Elise e quando caminhou para ir embora a Duquesa exclamou:

- Meu filho nos acompanhe para o chá!

- Mãe, tenho que....

- Bobagem, vai nos acompanhar não é.

Ele sabia que sua mãe não iria desistir

- Creio que posso ficar alguns minutos.

- Maravilha, venha minha querida.

Anelise ofereceu o braço e elas andaram juntas até um lugar afastado onde havia uma mesa no centro com rosas em volta.

- Sente-se por favor, senhorita Elise.

- Por favor, me chame apenas de Elise.

- Está bem, Elise. - Ela sorriu e ao seu lado Thomas sentou.

Logo criados com porta doces, xícaras e um bule vieram. Depois de organizarem a mesa a Duquesa se levantou e disse:

- Se me derem licença preciso trazer o açucareiro.

- Mãe, deixe que eu vou...

- Não precisa, já estou indo.

Quando Anelise saiu, os dois ficaram em silêncio.

- Foi apenas eu que reparei ou....

- Não foi apenas você Thomas...sua mãe não é muito discreta por assim dizer.

- Nenhum pouco, ela queria deixar nós dois juntos porque, olhe aqui. - De trás do porta doce estava o açucareiro.

- Isso pode ser considerado...

- Estranho? De fato.

- Como foi a reunião?...E sobre o Conde...

- Está tudo resolvido...ele está em uma clínica de recuperação do acidente.

- Acidente? - Perguntou Elise antes de entender e dar um pequeno sorriso

- Ele mereceu. Como queria descrição, fizemos realmente parecer um acidente de carruagem.

- Ele está morto?!- Ele não poderia estar falando sério

- Por que demonstra preocupação? Depois do que ele fez...

- Mas não acho que ele mereça ser morto.

- Eu e meu pai discordamos da sua visão Elise.

- Pretende ficar em Londres por quanto tempo?

- Até o casamento de meu irmão.

- A fofoca é verdadeira? Está em busca de uma Duquesa.

- Talvez. Alguma sugestão?

- Para ser sincera, é melhor procurar fora de Londres se pretender permanecer com a sua ideologia de amor.

- Ideologia? Pensei que acreditasse no amor.

- Acredito, mas as jovens de Londres ou melhor as mães delas buscam apenas títulos e riquezas para as suas filhas.

- Acha que sua mãe seria assim?

- Acredito que não, ela casou com meu pai por amor, creio que gostaria do mesmo para mim...Você não terminou de dizer o que achava que era o amor.

- Querer o bem de alguém, se sentir feliz próximo dela, protegido e amado. Pensar que ela é a mais importante do mundo, que faria de tudo para salvá-la...acreditar que no mundo da escuridão, ela seria uma luz a te guiar. 

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