Capítulo VII

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Seu xale não cobria Elise do frio da noite, talvez fosse melhor ter ficado no salão de baile, ela pensou, mas não conseguia ficar no mesmo ambiente que o boboca do Jersey. Algo se mexeu entre os arbustos e Elise levantou. No meio da escuridão, um homem saiu...era o mesmo.

- Me deixe em paz.- Ela se levantou e se distanciava conforme ele se aproximava

Ele não ligou para as palavras da garota e se aproximou. Sua postura era rígida e tensa. O que esse homem seria capaz de fazer?

- Pedi para se afastar.- disse ela mais firmemente mas ele não pareceu se importar.

Ele continuava se aproximando e seu olhar estava tomando de fúria. Elise recuava até bater com um paredão de arbustos, onde não havia saída. O Conde a agarrou pelos dois braços e disse:

- Acha que pode falar assim comigo e sair sem pedir desculpas?

Elise não iria se desculpar por dizer apenas a verdade, mas estava com medo do que ele poderia fazer com ela. Afinal, estava noiva e sozinha com um homem em um labirinto em um jardim escuro, já seria um total escândalo.

- M-me desculpe, mas o senhor me ofendeu milorde.

- Te ofendi? Você que agiu como se fosse algo mais que uma mulher.

- Algo mais que uma mulher?- aquele homem deveria ser louco, por mais que estivesse com medo não deixaria que ele lhe disse-se isso. - Você pensa que mulheres são apenas algo para sua diversão? É apenas um homem falido que nunca irá encontrar alguém do seu nível, por ser tão miserável como pessoa. Um título não lhe fará ser respeitado. - para um homem aquelas palavras eram absurdas, mas Elise as disse com total sinceridade.

-Vadia!- ele deu um tapa em seu rosto. Sua pele que estava gelada, agora foi tomada por uma ardência e seu corpo começou a falhar.

Elise estava assustada, não deveria ter dito isso, estava indefesa ao meio do jardim desacompanhada e estava prometida. Ele se debatia mas o homem era mais forte, ele apertava seu braço com força, com certeza deixaria uma marca. Ele a puxou para perto de si e segurou sua cintura.

- O que acha que está fazendo? Solte-me! - Ela não conseguia se mover.

- Verá do que um homem falido é capaz.

Estava sozinha com aquele homem o pavor tomava conta de seu corpo, que lutava para se manter em pé. Ele a tinha beijado, o gosto em sua boca era amargo, tinha gosto de álcool e lhe lembrava um pouco o tabaco que seu pai tanto fumava, assim como ele sua boca também era pútrida. Ela empurrava o homem, mas ele nem se mexia, até que alguém disse:

- Solte a senhorita agora, Jersey.- A voz era masculina, mas seu rosto estava tomado pela escuridão.

Ele separou seu rosto da moça, mas ainda a segurava pela cintura.

- Pare de acabar com a minha diversão, Bradford. - Bradford? Estava mesmo arruinada.

- Solte ela, agora.- O tom causou um arrepio em Elise.

O homem continuava a segurar, mas mais forte, a ponto de fazer Elise lacrimejar. A figura saiu das sombras e era o homem mais bonito que já havia visto. Ele tinha um rosto belo, com olhos verdes, mas quase nada visíveis e seus cabelos castanhos estavam perfeitamente penteados. Era parecido com James, mas era mais bonito de alguma forma, parecia mais másculo.

- Eu disse para soltá-la se não quiser amanhecendo vendo o sol pelas grades.

O Conde ainda olhava para o homem quando a soltou. Elise se afastou.

- Está achando que por ser um Bradford e futuro duque tem mais honra do que eu?

- Não fico agarrando moças contra suas vontades.

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