Capítulo 9: Viagem e turbulência

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POV Ana

Pela manhã fomos de moto até São Paulo. Demorou bastante, antes de chegar paramos em uma pensão. Augusto estava feliz, parecia que ali era a casa dele, mas eu não estava tanto assim. A comida era boa, muito boa, mas o lugar em si era um pouco assustador, cheio de bêbados e homens, muitos homens

— aqui é o paraíso Ana, não acha?
— claro que não, aqui é assustador!
— assustador? — fala com espanto do que eu disse — sei que você é riquinha, mas não precisa desprezar aqui. Olha, todos somos simples e não temos um pai bilionário que te dá tudo
— sinto muito, não queria ofender — abaixei a cabeça
— tudo bem, sei que essa não é a sua realidade. Acho melhor a gente ir para o quarto, não podemos ficar muito tempo expostos
— na verdade você que não pode! — pegamos a chave do quarto, iríamos ficar juntos — vamos ter que dormir juntos?? Isso é uma sátira?
— estou morrendo de rir. Claro que vamos ficar juntos!
— que coisa! — entramos. Arrumei o meu computador e algumas coisas para poder pesquisar
— você é tão dedicada, deve ser muito boa mesmo
— eu sou muito boa sim, te achei em um dia, praticamente
— É verdade. Me sinto feliz de ter sido uma pessoa que tem coração e raiva do pai, se não fosse por ele eu não estaria aqui — sorri
— ah, estava pesquisando sobre a morte da sua mãe e achei algumas coisas interessantes... — ele senta ao meu lado e presta atenção no que eu falo — a 21 anos atrás muitas coisas estranhas estavam acontecendo, não somente pessoas estavam morrendo, mas também animais. Um veneno que era colocado na comida, como se fosse um agrotóxico, mas tinha nas rações e produtos vegetais também. Não sei como foi a morte da sua mãe, mas provavelmente pode ter alguma coisa relacionada, ou pelo menos encoberta
— isso é interessante. Vi minha mãe morrer na minha frente, ele era um homem alto, cabelos pretos, branco e o físico atlético. Aquele indivíduo apontou uma arma para ela e atirou — vejo seus olhos marejarem — talvez se aquilo tudo não tivesse acontecido eu não estaria sendo procurado... Como eu queria mudar!
— eu sinto muito por você e posso afirmar que ainda há solução, você não é um caso perdido, ainda mais que pensa em mudar — ele sorri para mim, depois me abraça
— quando eu for solto, prometo que vou te procurar e te recompensar
— eu duvido muito! — ficamos rindo

Depois que tomei banho, coloquei minha roupa, quando me deitei, percebi que só tinha uma cama e que teríamos que dormir juntos. Claro que vai ser constrangedor

— você pode ficar no canto — falo para Augusto
— acho melhor, assim posso dormir virado para a parede
— verdade — virei para o outro lado — boa noite Augusto!
— boa noite, bela dama!

𝗕𝗮𝗱 𝘽𝙪𝙣𝙣𝙮 Onde histórias criam vida. Descubra agora