𝗕𝗮𝗱 𝘽𝙪𝙣𝙣𝙮

Capítulo 18: John

De manhã bem cedo saímos de viagem e muitas horas depois estávamos chegando na cidade do John Borges. Sabia que seria difícil convencer ele a conversar, mas vou ser bem convincente. Assim que chegamos na frente da casa dele, vimos que era uma mansão muito bonita. Coloquei a escuta de novo e Augusto ficou do lado de fora olhando o movimento. Entrei por uma janela de banheiro, sem fazer muito barulho, abri a porta devagar e olhei que estava de frente para uma cozinha muito grande

Ponto:

Ana- você consegue ver onde ele está?
Augusto- estou acessando as câmeras, é só eu jogar um hacker e... Consegui! Então, você está na cozinha, já desativei a gravação, agora só eu consigo te ver. Você vai olhar para a sua direita e ver uma porta para a sala de jantar, ele vai estar na sala de estar ao lado dela comendo alguma coisa

Andei até a sala de estar, ele estava de uma forma constrangedora no sofá. Na verdade essa é a casa dele e eu estou invadindo. Apontei minha arma para ele, fazendo John se levantar com as mãos para o alto

— não me mata, por favor!
— não vim fazer isso. Desculpa entrar assim, mas precisei
— quer levar minhas joias? Eu tenho muitas e não tenho apego nenhum a elas
— pode abaixar as mãos — abaixei a arma e ele faz a mesma coisa com as mãos — preciso perguntar algumas coisas, posso?
— claro!
— sabe o que aconteceu no dia do massacre a um pequeno vilarejo na zona Norte a 21 anos atrás?
— eu tinha 9 anos de idade
— sim, eu sei que você tem 30 anos. Mas quero saber se lembra de algum acontecimento?
— lembro sim, como se fosse ontem. Meu pai estava saindo de casa, quando minha mãe avisou a ele que precisava tomar cuidado e ele disse “não se preocupe, depois dessa missão voltarei para casa”. Lembro dele me levar e me deixar no carro, pegar uma arma e ir até uma casa rosa linda, com um jardim na frente. Sai do carro com medo de ficar naquele lugar que eu não conhecia, então fui atrás dele. Vi um garotinho e uma mulher regando as plantas, meu pai chegou atrás dela e atirou... Isso é tudo o que lembro sobre isso
— qual o nome do seu pai?
— Carlos Hellman — me assustei ao ouvir aquilo, como meu próprio pai pode ser o pai dele?
— mas você é Borges!
— por causa da minha mãe, ela é Borges. Meu pai é o dono de uma empresa de espiões, é muito famosa!
— isso não pode ser verdade, meu pai não é o seu pai! — ele me olha como se tivesse entendido tudo
— então o Carlos te mandou matar mais pessoas? Ou então tirar essas informações de mim e me matar? Não vai conseguir nada comigo, não vou cair nessa lábia dele de novo e você não deveria também
— meu pai nunca falou sobre nenhum outro filho e eu só me lembro da minha irmã
— nunca mais falei com a Larissa, está morando tão longe... Londres! —percebi que era tudo verdade, eu não disse o nome da Larissa em momento algum e ele sabe quem é ela — você também tem um apelido de animal? O meu é Wolff
— sim, o meu é Bunny
— então você é a mais fraca de nós e sabe disso
— sou mais forte do que aparento ser
— então vamos ver