Capítulo 26: Incrível papai, incrível

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POV Ana

No outro dia de manhã me arrumei, desci as escadas, fui até a cozinha e vi Augusto. Ele estava com um avental de cozinha, fazendo alguma coisa para o café da manhã

— bom dia! — disse para ele, o mesmo virou e sorriu ao perceber que era eu
— bom dia bela dama, como está? Não acha que o dia está lindo hoje?
— eu estou bem. Não sei se o dia vai ser tão bom assim, como você sabe, vou ter que ver meu pai e meu dinheiro está acabando já que tive que pagar a agência da Larissa
— puxa. Espero que dê tudo certo!
— obrigada! O que está fazendo?
— panquecas americanas, elas são muito gostosas e espero que eu tenha acertado na receita
— aposto que acertou

Depois do café da manhã, sai de moto até a casa do meu pai. Quando cheguei tudo estava trancado, mas logo me atenderam. Vejo ele descendo as escadas e me olhando

— já veio pedir desculpas?
— na verdade vim ver como o senhor está pai, sei que se sente sozinho nessa casa
— na verdade não me sinto sozinho, estou bem melhor sem você
— ok. Então é melhor eu ir embora — me virei para ir embora, então ouço a voz dele e ri
— espera, não vai embora! Você quer comer? — me virei para ele
— sim — fomos os dois para a cozinha, fizemos um café da manhã, depois sentamos à mesa. Ele comeu mais do que eu, já que não estava com fome, mas conversou bastante comigo
— como está sendo sua vida solitária?
— na verdade está sendo boa. Você sabe, eu tenho 20 anos e preciso viver minha própria vida
— Larissa me disse isso na sua idade também. Fiquei tão triste por ela ir embora, ainda mais que não teria mais ninguém além de mim, mas ela quis e eu não impedi. Você é minha filha mais nova, quero que tenha uma vida tão boa quanto seus dois irmãos
— acredito no senhor. Vim pegar algumas coisas minhas também, posso?
— sim, claro! — subi as escadas, me direcionei para o meu quarto, abri minha mala e peguei todas as coisas que faltavam no quarto, que não eram muitas. Olhei para o corredor, vi a porta do quarto do meu pai aberta, então fui até lá. Vejo que estava com muitas roupas no chão, eram de mulher, mas eram tantas que nem podia imaginar que eram de uma só. Fui até o closet dele, vejo uma foto da minha mãe, Natacha, da mãe da Larissa, Suzana e também da Stella, mãe do John ( soube porque estava com uma foto de cada filho perto delas)

Olho para trás, um lindo vestido florido estava pendurado em um cabide, cheguei mais perto e percebi que tinha sangue. Peguei o vestido para levar comigo. Antes de sair do quarto, vejo alguns DVDs em uma prateleira, pareciam ser das câmeras, então peguei eles e voltei para o quarto, arrumando as coisas e indo para a sala

— pronto!
— foi rápida, por que?
— não tinha muita coisa, olha a mala! — mostrei o tamanho, vejo ele sorrindo, uma coisa que nunca fazia
— sabe Ana, sei que não fui bom com você, mas sei que um dia vai me perdoar por tudo. Talvez quando eu for avô, mas não me vejo vivo por tanto tempo assim
— por que acha que não vai ficar vivo?
— porque sinto que querem fazer alguma coisa contra mim. Acha que vou ficar bonito no caixão?

Incrível papai, incrível!

— não posso te responder isso, mas quando estiver no céu, olhe para baixo, assim verá!
— céu? Não é para o céu que eu vou!

E tem plena consciência!

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