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Ymeene

Faz um mês desde que comecei a pedir para o Min aceitar a me encontrar. Mesmo que nós já tivéssemos conversado bastante — tempo suficiente para que possamos nos conhecer pessoalmente, na minha opinião —, ele insiste em dizer que ainda não é o momento para isso, e a cada vez que ele nega, mais eu acho que tem algo a mais nessa história toda.

No entanto, mesmo que queira muito descobrir, vou parar de insistir em um assunto que sei que não vai para frente. Acho que ele não tem tanta vontade de me conhecer como eu tenho.

Agora, fazem quase duas semanas que não toco no assunto, e mesmo que não dê para saber ao certo, acho que ele deve ter ficado um tanto confuso em relação a isso.

Por ser domingo, meus avós e eu não abrimos a loja hoje, então aproveitei para fazer algo que gosto. Já depois do almoço, eu apenas peguei uma bolsa com coisas que eu poderia precisar, junto de meu celular, antes de avisar meus avós que daria uma volta. 

Caminhando calmamente, eu observava o caminho até o parque que gosto de ir. Mesmo que não seja um parque de diversões ou com muitas coisas inusitadas, eu gosto de ir lá, e é justamente por ser um lugar tranquilo e pouco movimentado.

Fico mais um tempo andando antes de finalmente chegar ao meu destino desejado. 

É incrível como só de entrar em um lugar mais arejado e com mais natureza já me deixa com uma sensação mais leve e mais fresca. Aparentemente, até a umidade do ar muda.

O lugar era realmente muito lindo, o pouco sol daquele dia batia nas árvores, criando um contraste e deixando o verde ainda mais vivo e exuberante. Foi inevitável reprimir um sorriso.

Ainda observando e admirando tudo ao meu redor, eu sinto meu celular vibrar em meu bolso. O primeiro impulso que tive foi ignorar a possível mensagem que havia chego, porém, eu pensei que talvez tivesse sido minha avó pedindo para eu voltar para casa.

Meus avós não gostam muito dessas tecnologias modernas, mas usam um celular quando precisam falar comigo. Nós compramos o aparelho eletrônico para eles há um tempo, mas apenas minha avó aprendeu a usar.

Com o pensamento de que poderia ser eles, eu peguei o celular em meu bolso, abrindo o aplicativo de mensagens.

No entanto, meu coração disparou ao ver quem realmente era o remetente da mensagem. Era o Min, e foi inevitável não sorrir com a mensagem.

Min

|Pensei sobre o que você disse, e acho justo que você me conheça, além de que também quero te conhecer. Então, escolha um lugar e um horário, eu estarei lá


Por causa de toda a relutância inicial, eu imagino que tomar essa decisão pode ter sido difícil. Mas eu também tenho que pensar em mim, querendo ou não. Por isso, eu decidi que, por não o conhecer verdadeiramente, eu marcaria em um lugar público.

Pensando em meus avós, eu sei que eles não me deixariam sair para simplesmente conhecer alguém, e eles sabem que eu não saio com muita frequência, mesmo que seja para vir ao parque. Pensando nisso tudo, eu imaginei que talvez não fosse tão má ideia marcar aqui mesmo, no parque.

Sendo assim, eu lhe mandei uma mensagem, perguntando se ele conhecia aquele parque e perguntando se ele estava livre. Claro, expliquei toda a situação com meus avós. Incrivelmente e inacreditavelmente, ele entendeu e aceitou me encontrar, só disse que precisava de um tempo para organizar as coisas na casa dele, mas que chegaria no horário que combinamos.

Agora, eu confesso que estou nervosa com a possibilidade de que realmente vou conhecê-lo. Não tinha como prever algo assim, então, não pensei que poderia ter vestido alguma coisa melhor.

Nesse momento, estou vestida com um vestido simples de manga comprida, que batia um pouco acima dos joelhos, com estampas africanas na cor verde e dourado, além de alguns detalhes em laranja. O vestido em si é lindo, mas é compreensível que eu fique meio receosa em relação à aparência.

Dou uma olhada em meu reflexo na tela do celular, e não que estivesse ruim, mas acho que ficaria bem melhor se eu soltasse o cabelo. Com essa constatação, eu o soltei, penteando com os dedos mesmo, tentando alinhar minha franja.

Agora, ao meu ver, meus cabelos castanhos estão mais apresentáveis para um... encontro? uma visita? Não sei dizer ao certo.

Pensar que eu estou prestes a conhecer alguém que eu ao menos sei a aparência me deixa meio receosa. Eu acho que deveria me preocupar com o fato de que marquei de ver um desconhecido em um lugar pouco movimentado, muitos diriam que isso é loucura. Mas, ao mesmo tempo que sei que deveria me preocupar, sinto que isso não é necessário. Eu confio no Min de uma forma diferente.

O tempo passava se arrastando, depois de dar algumas voltas no parque, eu percebi que ele talvez estivesse demorando tempo demais, e por esse motivo, decidi verificar o horário.

Agora, eu percebo que o tempo não está apenas se arrastando, além disso, o Min é quem está atrasado, e bastante, na minha opinião. Uma leve preocupação se faz presente. 

E se algo tiver acontecido? Mesmo tentando espantar esse pensamento, ele se voltava para o mesmo tópico, repetidas vezes.

Não aguentando mais, eu decidi mandar uma mensagem para ele, não demorando para receber uma resposta.

Aconteceu alguma coisa?|

Min
|Estou preocupado com algo

Por quê? Onde você está?|

Min
|Tem uma coisa que não te contei, e se eu aparecer, tem que prometer que não vai gritar

Certo, prometo|


Isso, de forma compreensível, me preocupou. O que poderia acontecer para que eu quisesse gritar? Inconscientemente fiquei em alerta, esperando que ele aparecesse. 

— Ymeene — eu ouvi a voz atrás de mim, e nesse mesmo instante, meu corpo gelou. 

Eu me virei lentamente, podendo ver o homem com roupas escuras e boné, com os cabelos que eu sabia estarem pintados de loiro por baixo do acessório.

Não sei dizer ao certo qual foi minha reação, a princípio, me assustei, mas claramente não gritei. Seu nome ficou se repetindo incontáveis vezes em minha cabeça, como se nem minha própria mente acreditasse no que estou vendo.

— Y-Yoongi? — eu externei meus pensamentos, repetindo o que se passou por minha cabeça inúmeras vezes. — O que...? — eu não conseguia entender o que foi que aconteceu, menos ainda o que ainda está acontecendo. Me parecia totalmente surreal que isso realmente estivesse acontecendo.

— Eu prometo que vou te explicar tudo, só preciso que você se acalme — eu apenas assenti, me sentando no banco mais perto que havia ali.

Eu respirei fundo, tentando me acalmar o mais rápido que conseguia. Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas depois de respirar fundo mais algumas vezes, eu enfim consegui me acalmar um pouco.

— Min Yoongi — eu repeti, passando ambas as mãos em meus cabelos. — O que está fazendo aqui? Por que estava falando comigo por todo esse tempo?

— Eu prometi que iria explicar tudo, e é o que vou fazer.

My Perfect Man (Meu Misterioso Idol) • Min YoongiOnde histórias criam vida. Descubra agora