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22 de março,
1986.
will byers.

Ficamos lá enquanto os primeiros socorros chegaram para Angela. Eu e Mike ficamos em pé apoiados numa das mesas. Já El e Henry estavam sentados no banco ao lado. Havia notado que Henry tinha sussurrado algumas coisas para El, que deixou ela mais calma, provavelmente palavras de conforto e depois segurou a mão de minha irmã.

De alguma forma, ele parecia saber o que ela estava sentindo naquele momento.

Depois da poeira ter abaixado, Jonathan e Argyle foram nos buscar, e acabaram sabendo do ocorrido. Jonathan insistiu que Henry fosse conosco para casa, ele parecia animado que havíamos feito um novo amigo e queria mostra-lo para mamãe. Tenho quase certeza que ele estava muito chapado.

— Ae, eu sei que aquela confusão foi chata e tals, mas a futura rainha do baile vai melhorar. Foi só uma rodinha de borracha. - Argyle disse arrastado, provavelmente nem sabia o que estava falando.

— De plástico. - Jonathan corrigiu. — Não era aquele plástico duro, era .. o plástico mole. - Ah, acho que eles estavam tentando aliviar a tensão.

— Pode crer. Mas já pensou no por que as rodas não são de madeira? Ou de metal? É pra ninguém se machucar.

Após isso, eu parei de acompanhar a conversa, mas escutei eles falando "Blip" repetidamente.

Me virei para Henry, que estava sentado ao meu lado, e parecia totalmente avoado, olhando para a janela.

— Psiu. - Eu sussurrei e cutuquei seu braço. — Você está bem? - Ele saiu de seu transe e voltou os olhos para mim.

— Estou. Não se preocupe. - Sorriu fraco.

Quando chegamos em casa, entramos em fila na cozinha.

— Mãe? - Eu chamei, mas não obtive resposta.

— Ora, ora. Como é bom ver essa galerinha de novo, hein? - Uma cabeça apareceu no balcão.

— Oi, Murray! - Jonathan o cumprimentou.

— Gostam de risoto? - Ele levantou uma colher de pau.

— Aham!

E então, mamãe apareceu atrás de nós.

— Olá, queridos! Como vocês... - Ela parou a frase quando notou Henry, que estava do meu lado.

— Mãe, esse é o Henry. Amigo meu e da El. - Eu comecei, e ela abriu um sorriso quando disse a palavra ‘amigo’.

— Olá, senhora Byers. É um prazer conhecê-la. - Estendeu a mão, mas minha mãe, já puxou logo para um abraço.

— É um prazer! Pode me chamar de Joyce! Por que não me disseram que tinham feito um amigo tão bonito, hein? - Ela disse bem humorada. Henry sorriu tímido e Argyle soltou uma risada distraída.

— Tá na mesa! - A voz de Murray gritou da cozinha, e fomos para lá.

Murray contava como chegou aqui, mas nenhum de nós quatro prestavam atenção, estávamos muito perdidos em nossos pensamentos para isto.

Mas todos nós levantamos a cabeça quando mamãe disse que tinha uma "viagem a trabalho".

— Viagem a trabalho? Mas que viagem a trabalho? - Eu fui o primeiro a questionar.

— Ih caramba, eu quase esqueci de contar pra vocês. Vai ter um evento de última hora no trabalho. E agora eu vou ter que ir numa conferência  amanhã no.. Alaska. - Ela disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— O que? Amanhã?

— No Alaska?

— Loucura, não é? - Murray disse. Isso estava estranho.

𝐦𝐚𝐠𝐞 𝐨𝐟 𝐦𝐲 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐭 , will byers.Onde histórias criam vida. Descubra agora