Yas
"Tudo que ouviamos era o silêncio e a respiração forte do culpado. A tensão no ambiente, os olhares e os sussurros do júri.
Quem dera eu pudesse estar em casa agora, com qualquer tipo de programa tosco na tv e jogando um jogo de luta aleatório no celular. Talvez eu estivesse, caso Lilian não tivesse feito um furdunço nesse julgamento.-Ouviu?Por sua culpa, não voltaremos tão cedo pra casa- Digo, obviamente brava por não poder ir para casa no próximo minuto.-Deveria ficar no júri, ou defender pessoas que realmente mereçam.- sussurro para Lilian, como forma de provocação.
-Não me estresse aqui, tenho que manter a postura- ela começou, claramente já irritada.- E nós duas sabemos que você estaria deitada coçando o rabo!- ela disse um pouco mais alto.
-Parem de discutir, não vê que estamos encrencados? Você está defendendo claramente um criminoso, e eu sei porquê eu examinei corpo e arma. Agora prestem atenção no que o Daniel está falando, eu tenho certeza que ele vai confessar.- Luiza comentou, quase jogou na cara de Lilian.
Daniel estava fazendo testes no acusado, tentando fazer o falar. O psicólogo estudou muito para que pudesse saber se uma pessoa mente ou, se está calma ou nervosa, cada sinal em seu corpo ou respirar. Todos aqui sabem que Ponte é culpado, que é assassino e psicopata. Estamos apenas perdendo tempo nesse lugar quente.
-Eu sei que ele é culpado, mas eu estou sendo paga para o defender, não tenho culpa!Ele é criminoso, não eu!-Lilian tenta amenizar o estresse entre nós.
-Sabemos que você é paga e que não tem culpa, mas você poderia para de defender o diabo.-Luiza diz em tom de piada.
Foram horas nesse julgamento, Daniel o fez falar, mas obviamente foi sob pressão. Psicopatas gostam de levar crédito por serem inteligentes, Ponte é assim. Daniel o fez parecer burro e sortudo, então foi fácil fazer ele falar. Quando saímos, fomos jantar em um restaurante e fizemos Liliam pagar. Era o mínimo que ela poderia fazer.
-Espero que ele não venha atrás de ti, caso ele saía de lá um dia.-começo a falar, enquanto dirigia em direção ao nosso condomínio.
-Eu também-Ela diz, nos olhamos e começamos a rir- Sinceramente, vou aceitar mais casos de pessoas realmente inocentes. Defender criminosos é muito difícil.
-Pelo menos você já recebeu os 13mil.
-Sim, agora vamos poder mudar para o outro apartamento maior."
Enfim, eu só lembro de tudo isso. Não faço ideia de onde o Ponte possa estar agora, mas espero que eu esteja segura agora e os outros também. Eu acordei e vim para o lado de fora do quarto do bunker.
Ouço um barulho estranho e me viro para trás.
-Ai, que susto!- Quase grito com Luiza.
-Tá muito assustada, ta devendo?-Ela diz em tom de piada.
-Não, sua idiota. Estou sendo ameaçada de morte por um traficante psicopata!-Digo descendo as escadas do bunker.
-Verdade, mas o que ta fazendo lá?Lilian ta roncando alto?-ela diz me seguindo.
-Nossa, sim!Eu quase não consegui dormir antes. Na nossa casa, dormimos em quartos diferentes por isso. Não aguento mais.
O silêncio reinou por um tempo...Mas não era muito interessante, já que não tinha uma vista, ainda mais por estarmos debaixo da terra.
-Lembra de quando eramos detetives juntas?-Ela começa.
-Sim, era bem legal. Você sempre foi muito boa em examinar e analisar as coisas.- eu dei uma risada.- Sempre tive inveja disso em você.
-Vou te dar uma folga, mas só por você se míope.
-Mas você também é, do que você tá falando?- Demos risada.
-Só que eu uso lentes de contato, sua cega do caralho.
-Você é ridícula! Já me arrependi de ficar aqui com você.- Me levanto e vou para onde deveria ser uma cozinha.
-Vem aqui, sua cuzona!- ela grita.
-shiu! Vai acordar a Lilian.
-É até bom, assim ela para de roncar.- Luiza brinca.
Deveríamos ter saído juntos antes de sermos ameaçados de morte.

VOCÊ ESTÁ LENDO
All Eyes Are Blind
AcciónQuatro pessoas são ameaçadas de morte, mas não conseguem permissão para investigar, ou até mesmo se proteger. A única opção é fugir e se esconder e contar com a sorte. 🥉#758 em crimes