Cap 12

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Enquanto caminhavam pela orla da praia, tentavam se camuflar entre as pessoas, mas estava ficando tarde e as pessoas estavam diminuindo. Yasmin estava com pressa e medo de não achar um bom carro.

-Meus pés não aguentam mais.- Luiza choramingou.

-Não podemos parar e eu já te expliquei o motivo. - Daniel disse.

-Eu sei, pra não parecer suspeitos, mas sinceramente? Somos muito suspeitos e estamos fazendo algo errado, então não tem como não parecer suspeito. -Luiza disse  indignada.

-Para!- Yasmin diz e todos se calam.- Eu achei o carro perfeito!

Ela corre até uma caminhonete azul.

- sério?Uma caminhonete?E Azul?- Daniel questiona.

-Sim. Luiza?

-Eu!- ela respondeu, sorridente. Coitada, nem sabia o que a esperava.

-Quebra o Vidro!- Yasmin disse com um sorriso fofo no rosto, como se fosse uma coisa normal pedir pra alguém quebrar a janela do carro de alguém desconhecido.

-Que?- Luiza questionou.- Eu sei que eu ia ter que ligar, mas eu que vou quebrar?!

-Isso que você ouviu. Olha só esses músculos! Vai desperdiçar? Toma.- Yasmin entregou uma chave de fenda na mão de Luiza.

-Agora, quebra o vidro.- Yasmin disse sorrindo, mais uma vez.

-Queria ter um celular pra gravar isso.-Lilian disse.

-Vai estar para sempre na minha memória- Daniel disse rindo.

-Espero que eu ganhe imunidade para sempre do meu histórico na polícia depois disso.- Luiza disse, fechou os olhos e acertou a janela com tudo.

-Caralho o barulho que fez.- Daniel riu.

-Já pensou se fosse blindado?Ela ia bater a chave ali e ia voltar com tudo na cara dela...Eu ia rir tanto- Lilian disse e riu por imaginar.

Luiza quebrou o vidro e abriu a porta por dentro, entrou e ficou um tempo.

-Da última vez não demorou assim.

-Dá última vez eu ainda tinha sanidade mental!- Luiza gritou de dentro do carro. - E também eu estava mesmo afim de fazer isso aquele dia.

Yasmin e Daniel se encostaram na frente do carro.

-Cara...Que madrugada bonita.- Daniel disse.

-Verdade...-Yas ficou em silêncio e com os olhos fechados.

-Sei o que você tá sentindo.- Lilian disse.- Ta se sentindo como se nem estive fugindo do perigo. Deu até pra esquecer por um momento que estamos fodidos.

-Juro, vou voltar pra terapia depois disso, meu deus.- Daniel disse.

-Cara... Você é psicólogo, me atenda!- Yas disse.

-Tudo bem. Me diz o motivo de você sempre querer proteger todo mundo?-Daniel começou.

-Que tipo de pergunta é essa?Quero proteger meus amigos por ama-los. E eu não queria que a consulta fosse aqui e agora.

-Não. Você sabe que não é isso.

-Claro que é.

-Não. Você quer proteger todo mundo por ninguém nunca proteger você. Você quer proteger todo mundo porque todos que disseram que iriam te proteger não te protegeram e te abandonaram.

-Caralho, pegou pesado. Não quero mais.

-Não se protege as pessoas de tudo.- Daniel disse.

-Eu sei. Só não quero que ninguém morra.- Yas disse e Daniel a abraçou. - Você pode achar que não existem pessoas que te protegem, mas só um carinho e um abraço já é proteger.

Enquanto eles se abraçavam, a luz dos faróis acenderam e Luiza buzinou.

-Vamo' galera. Entrem ai- Luiza disse.

Todos entraram e se acomodaram.

-Agora...O que vamos fazer?-Lilian perguntou.

-Vamos voltar pra nossa cidade e torcer para que tudo de certo.- Yas disse.- talvez role uma troca de balas, mas é detalhe.

-A gente não ia pro quartel mais próximo?-Luiza perguntou.

- Ah... Esqueci dessa parte. Vamos pro quartel e de lá vamos pra casa.

-Agora faz mais sentido.

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