Enquanto caminhavam pela orla da praia, tentavam se camuflar entre as pessoas, mas estava ficando tarde e as pessoas estavam diminuindo. Yasmin estava com pressa e medo de não achar um bom carro.-Meus pés não aguentam mais.- Luiza choramingou.
-Não podemos parar e eu já te expliquei o motivo. - Daniel disse.
-Eu sei, pra não parecer suspeitos, mas sinceramente? Somos muito suspeitos e estamos fazendo algo errado, então não tem como não parecer suspeito. -Luiza disse indignada.
-Para!- Yasmin diz e todos se calam.- Eu achei o carro perfeito!
Ela corre até uma caminhonete azul.
- sério?Uma caminhonete?E Azul?- Daniel questiona.
-Sim. Luiza?
-Eu!- ela respondeu, sorridente. Coitada, nem sabia o que a esperava.
-Quebra o Vidro!- Yasmin disse com um sorriso fofo no rosto, como se fosse uma coisa normal pedir pra alguém quebrar a janela do carro de alguém desconhecido.
-Que?- Luiza questionou.- Eu sei que eu ia ter que ligar, mas eu que vou quebrar?!
-Isso que você ouviu. Olha só esses músculos! Vai desperdiçar? Toma.- Yasmin entregou uma chave de fenda na mão de Luiza.
-Agora, quebra o vidro.- Yasmin disse sorrindo, mais uma vez.
-Queria ter um celular pra gravar isso.-Lilian disse.
-Vai estar para sempre na minha memória- Daniel disse rindo.
-Espero que eu ganhe imunidade para sempre do meu histórico na polícia depois disso.- Luiza disse, fechou os olhos e acertou a janela com tudo.
-Caralho o barulho que fez.- Daniel riu.
-Já pensou se fosse blindado?Ela ia bater a chave ali e ia voltar com tudo na cara dela...Eu ia rir tanto- Lilian disse e riu por imaginar.
Luiza quebrou o vidro e abriu a porta por dentro, entrou e ficou um tempo.
-Da última vez não demorou assim.
-Dá última vez eu ainda tinha sanidade mental!- Luiza gritou de dentro do carro. - E também eu estava mesmo afim de fazer isso aquele dia.
Yasmin e Daniel se encostaram na frente do carro.
-Cara...Que madrugada bonita.- Daniel disse.
-Verdade...-Yas ficou em silêncio e com os olhos fechados.
-Sei o que você tá sentindo.- Lilian disse.- Ta se sentindo como se nem estive fugindo do perigo. Deu até pra esquecer por um momento que estamos fodidos.
-Juro, vou voltar pra terapia depois disso, meu deus.- Daniel disse.
-Cara... Você é psicólogo, me atenda!- Yas disse.
-Tudo bem. Me diz o motivo de você sempre querer proteger todo mundo?-Daniel começou.
-Que tipo de pergunta é essa?Quero proteger meus amigos por ama-los. E eu não queria que a consulta fosse aqui e agora.
-Não. Você sabe que não é isso.
-Claro que é.
-Não. Você quer proteger todo mundo por ninguém nunca proteger você. Você quer proteger todo mundo porque todos que disseram que iriam te proteger não te protegeram e te abandonaram.
-Caralho, pegou pesado. Não quero mais.
-Não se protege as pessoas de tudo.- Daniel disse.
-Eu sei. Só não quero que ninguém morra.- Yas disse e Daniel a abraçou. - Você pode achar que não existem pessoas que te protegem, mas só um carinho e um abraço já é proteger.
Enquanto eles se abraçavam, a luz dos faróis acenderam e Luiza buzinou.
-Vamo' galera. Entrem ai- Luiza disse.
Todos entraram e se acomodaram.
-Agora...O que vamos fazer?-Lilian perguntou.
-Vamos voltar pra nossa cidade e torcer para que tudo de certo.- Yas disse.- talvez role uma troca de balas, mas é detalhe.
-A gente não ia pro quartel mais próximo?-Luiza perguntou.
- Ah... Esqueci dessa parte. Vamos pro quartel e de lá vamos pra casa.
-Agora faz mais sentido.

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All Eyes Are Blind
AcciónQuatro pessoas são ameaçadas de morte, mas não conseguem permissão para investigar, ou até mesmo se proteger. A única opção é fugir e se esconder e contar com a sorte. 🥉#758 em crimes